“Mad
Men”, depois de mais de ano fora do ar, voltou com sua quinta temporada no HBO
correspondendo à expectativa dos que acompanharam as quatro primeiras. O
episódio de estreia, que foi ao ar na segunda-feira (23), 21h, mostrou que a
série que narra as relações entre alguns executivos publicitários nos anos 60
mantém a mesma qualidade, com ótimos diálogos e roteiro, além da preocupação em
se esmerar na riqueza de detalhes.
As novas
intrigas e traições do protagonista, Don Draper (Jon Hamm), e dos integrantes
da agência de publicidade Sterling Cooper Draper Pryce agora acontecem em uma
sociedade mais livre, o que representa um reflexo no marketing, acompanhando as
mudanças culturais e sociais em Nova York naquela década. Don é um bem-sucedido
diretor de criação que, apesar do sucesso profissional, era um homem
insatisfeito com sua vida e recorria à bebida e às mulheres para resolver
suas frustrações.
A
história agora inicia em 1966, revelando o que resultou das reviravoltas que
aconteceram na vida dos personagens principais após a quarta temporada. Don,
que tinha ficado noivo de sua secretária, Megan (Jessica Paré), agora está
casado, sua mulher ascendeu na firma e contesta a atitude daqueles que não
acompanharam a evolução dos tempos; Peggy (Elisabeth Moss), que lutava contra o
preconceito contra mulheres que preferiam seguir uma carreira profissional a se
casar e tentava fazer parte da equipe e se destacar no mundo dos negócios,
atingiu seu objetivo, mas no fundo ainda continua se esforçando para se manter
ali; e Joan (Christina Hendricks), que era realizada profissionalmente,
engravidou do amante, teve a criança e viu sua vida mudar definitivamente.
Desde que
foi ao ar pela primeira vez, em 2007, “Mad Men” já ganhou o Emmy de melhor
série dramática e quatro Globos de Ouro. A estética agora está menos austera,
mais leve e colorida, fazendo o contraste entre o antigo e o novo, guardadas as
devidas proporções da época em que a série é ambientada. O clima na agência de
publicidade também está mais descontraído, com funcionárias novas e bem menos
submissas. São transformações que facilmente o telespectador mais atento poderá
comparar às que vem ocorrendo na sociedade atual com o surgimento acelerado de
novas tecnologias. E que o preço que se paga por essas mudanças pode ser alto,
em qualquer tempo.