João Kleber, sem levantar o mérito sobre seu
talento, está sendo audacioso ao levar para as manhãs da Rede TV! o “Você na TV”,
um programa sensacionalista nos moldes do “Programa do Ratinho” que Carlos
Massa comanda nas noites do SBT. A atração que estreou nessa segunda-feira (8)
lança mão da batida fórmula de mostrar casos de pessoas comuns que não se
envergonham de levar para a televisão seus mais variados problemas pessoais,
que podem ser amorosos, financeiros ou familiares. Se tudo é armado ou não, não
há como comprovar. Até porque, em tempos de tantas “celebridades da mídia”, não
é de se duvidar que qualquer anônimo se sujeite a esse tipo de programa para
ter seus minutos de fama.
No primeiro dia, os casos giraram em torno de uma
briga de vizinhas por causa do alto som de música funk; de um homem que foi
enganado ao se apaixonar por uma mulher, mas, sem saber, beijava a sua irmã
gêmea, e de uma mulher querendo testar a amizade de outra, numa versão amena do
“Teste de Fidelidade”. Nessa terça-feira (9), as personagens reais foram uma
mulher que teve um relacionamento pela internet durante sete meses e descobriu
que a foto que ele usava era a de um amigo bonitão; um casal devedor
denunciando o credor e uma família em crise por causa de uma mulher que disse
ter tido um caso com seu sogro.
O programa começa às 9h30, termina ao meio-dia, e João
Kleber fala sem parar, repetindo seguidamente a mesma coisa na tentativa de
fazer suspense e também de “encher linguiça” nas duas horas e meia em que fica no
ar. Não há intervalo comercial, mas, sim, pausas em que o próprio apresentador
faz propaganda de seus patrocinadores no palco. Ao fundo, som com batidas de
suspense. Querendo mostrar agilidade, Kleber sai do palco e percorre os corredores
da emissora para mostrar um dos personagens, escondido em uma sala. E há vídeos
gravados com participantes de alguns quadros, que são pausados incessantemente,
também para ganhar tempo.
O roteiro é uma miscelânea total. Um quadro é
intercalado no outro. Ou seja, antes de chegar à conclusão de um caso, o
apresentador começa outro, sempre adiando o resultado final de cada um. É tudo
para prender a audiência, mas acaba até com a paciência da plateia, que,
inclusive, tinha bonecos preenchendo alguns lugares vagos. Ao adiar a revelação
do primeiro caso para entrar no terceiro, a própria plateia largou um “Ahhhh”.
Se a reação foi espontânea não se sabe, já que há um animador de plateia,
usando um figurino de Super-Homem, orientando os momentos de vaiar, gritar,
aplaudir. Tem ainda um contra regra metido a engraçadinho, Marquinhos, que faz
o estilo do Liminha, assistente de palco de programas do SBT.
Mais João Kleber em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/03/teste-de-fidelidade-quase-dez-anos.html