domingo, 28 de abril de 2013

“Guerra dos Sexos”: Com desfechos diferentes da versão original de 30 anos atrás, remake de Silvio de Abreu foi leve, divertido e coerente com os tempos atuais


Silvio de Abreu cumpriu a promessa de fazer uma versão de “Guerra dos Sexos”, escrita por ele e exibida pela primeira vez em 1983, diferente e modernizada. No último capítulo da novela das sete da Rede Globo que foi ao ar nessa sexta-feira (26), o que se viu foram desfechos diferentes, livres de qualquer tipo de compromisso com o que já havia mostrado visto há 30 anos.

Pares românticos de antes foram trocados, vilões castigados no original conseguiram se safar agora e atitudes consideradas ousadas demais na época, hoje só fizeram a diferença por provar que os tempos realmente são outros. O troca-troca de casais aconteceu por conta de Nando (Reynaldo Gianecchini), que assumiu definitivamente seu amor por Juliana (Mariana Ximenes), e Roberta (Glória Pires), que aceitou o pedido de casamento de Felipe (Edson Celulari).

Na ala dos malvados, Carolina (Bianca Bin), livre da prisão e vendendo canudinho na feira livre, não mostrou a mesma regeneração de antes. Dizendo que iria cuidar bem da nova irmãzinha e lançando um olhar faiscante, ela lembrou o filme “A Mão Que Balança o Berço”. Afinal, Silvio de Abreu é craque em fazer referências tiradas do cinema em suas novelas. Carolina não se abalou nem quando ouviu de Vânia (Luana Piovani) a excelente definição para suas atitudes: “Você tem talento. O que você não tem é caráter”.

Com agilidade, nenhum coadjuvante foi esquecido. Cada um teve seu momento. Até mesmo Veruska (Mayana Moura) apareceu linda e rica na Itália, após ter fugido da prisão. E não poderia faltar uma cena de musical estando a direção geral nas mãos de Jorge Fernando. Apesar de todas as falcatruas e trambicagens, Nenê (Daniel Boaventura) teve seu fim apoteótico cantando no palco de um grande teatro, no melhor estilo Cabaret.

O capítulo ainda contou com as participações da apresentadora Xuxa Meneghell, no papel da fofoqueira Terezinha Romano, nova chefe da cantina das lojas Charlô’s, e do cantor-ator Fiuk, como Daniel, um antigo namoradinho de Lucilene (Thalita Lippi), que voltou a reencontrá-la por acaso.

E valeu a ousadia do autor ao usar o recurso (apesar de não ser inédito) de usar uma atriz do próprio elenco aparecendo fazendo ela própria. Foi o que Silvio fez com Mariana Ximenes, que apareceu levando seu próprio nome e sendo a atriz famosa que balançou o coração de Fábio (Paulo Rocha), fotógrafo apaixonado por Juliana, a personagem vivida pela própria Mariana na história.

No final, como era de se esperar, a repetição da primeira versão da cena em que Fernanda Montenegro e Paulo Autran jogavam o café da manhã um na cara do outro. Mas valeu o destaque dado a Marilu Bueno, que interpretou a governanta Olívia tanto na primeira quanta na versão atual da novela. E a atriz, mais uma vez completamente à vontade, correspondeu de longe as expectativas.



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