segunda-feira, 29 de abril de 2013

“Bola Dividida”: Novo programa esportivo da Rede TV! repete tudo que há no gênero e Silvio Luiz mantém a mesma linha arrogante de sempre, achando estar sendo irreverente


Silvio Luiz, dias antes da estreia do seu “Bola Dividida”, que aconteceu nessa segunda-feira (29) na Rede TV!, afirmou em entrevista que já não se empolgava mais ao assumir o comando de um novo programa. Aos 78 anos, se o locutor esportivo não se sente mais motivado com novos desafios deveria aposentar a chuteira de vez. Pois o que se viu na atração esportiva foi o mesmo do que se faz em outras tantas do gênero. Silvio discutiu com seus colaboradores, Juarez Soares, o China, e Luiz Ceará, a rodada do fim de semana.

Com apenas meia hora de duração, nenhuma partida ou informação envolvendo jogadores ganhou aprofundamento. Virou uma miscelânea geral. Tem uma assistente de palco, a ex-Miss Brasil Priscila Machado, que lê as perguntas mandadas pelos internautas. Também nenhuma novidade, já que colocar mulheres bonitas em programas desse tipo já é de praxe. E um repórter, Fernando Fontana, que faz entrevistas-relâmpagos com torcedores.

Na tentativa de chamar a atenção para a estreia, Ceará participou do “Você na TV”, sensacionalista de João Kléber (gravado) que a partir de agora perdeu meia hora de duração para ser sucedido pelo “Bola Dividida”. O comentarista discutiu com uma modelo, criando suspense a respeito de um jogador famoso com quem ela dizia ter tido um caso. O nome do mesmo não foi revelado e, assim como muitos casos cercados de mistério por João Kléber acabam tendo um desfecho ridículo, a entrada de Silvio Luiz em cena no seu programa foi mais uma bola fora.

Considerado por alguns como irreverente, Silvio Luiz abusa no perfil arrogante de radialista e apresentador mal humorado. Pode até ser um personagem criado por ele, mas que parece não agradar mais nem ao próprio. E, o pior, deixa a impressão de se estar assistindo a alguém que não sente o menor prazer no que faz. Mas faz, por necessidade. 

“Se gostou espalha, se não gostou fica quieto pra não estragar a vida da gente”, sentenciou ele no fim do programa, repetindo uma máxima muito usada no teatro, mas, nos palcos, dita de uma forma bem menos agressiva ao lidar com o público. Irreverência nesse caso beira à indelicadeza. E falta de gentileza não gera audiência.


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