segunda-feira, 17 de outubro de 2011

"Panamericanos": Vitórias emocionantes para o Brasil mas também muitas bolas fora nas transmissões exclusivas da Record

 


A imagem emblemática de Cesar Cielo, emocionado ao receber a medalha de ouro de natação no pódio do Centro Aquático Scotiabank, em Guadalajara, reflete um orgulho que a maioria dos brasileiros deve estar sentindo de nossos atletas nos jogos Panamericanos 2011. Sem falso ufanismo, não há como ficar apático vendo a bandeira do Brasil ser erguida acima de grandes potências ao som do Hino Nacional. Até a noite desta segunda-feira (17), o Brasil estava com um total de 16 medalhas, sendo seis de ouro, cinco de prata e cinco de bronze. No ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, com um total de 38.

Mas a Record precisa azeitar melhor sua equipe, já que tem pela frente a exclusividade de transmissão também dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, na Inglaterra, dos Jogos de 2015, em Toronto, no Canadá, e dos Jogos Olímpicos de 2016, aqui no Rio. Não pode fazer o absurdo de interromper a transmissão para exibir o “Programa do Gugu”, como fez nesse domingo (16), e logo depois mostrar a gravação da ginástica rítmica feminina como sendo ao vivo. A vitória das ginastas brasileiras, que levaram medalha de ouro, já havia sido divulgada antes pela internet. Pegou muito mal.

Talvez pelo cansaço, ou inexperiência, a repórter Adriana Araújo esteve longe de corresponder à responsabilidade a ela entregue. Precisa se preparar para fazer perguntas mais consistentes e objetivas aos atletas abordados por ela logo após cada prova. Também precisa parar com a mania de dizer que vai “contar um segredo” sobre os atletas e esse “segredo” é sempre uma bobagem. Um era o fato de a atleta ter uma calopsita. Isso era segredo? Adriana pode ser simpática sem parecer tão infantil ao tentar mostrar intimidade com o entrevistado.

A escolha dos comentaristas convidados também merece cuidado. Angélica Kvieczynski, que no sábado (15) ganhou medalha de bronze na ginástica rítmica individual, no domingo, ao ser convidada para comentar a exibição da modalidade em equipe, foi monossilábica. À La Leda Nagle, limitou-se a concluir as afirmações do narrador Maurício Torres dizendo: “Com certeza”. Quando formou frases, largou mais de uma vez um “Tiveram uma perca”, que constrangeu até o locutor, que num certo momento falou em cima: “Mas essa perda...”.

Comentarista oficial contratada, Virna também não fez jus à sua nova posição. Com 20 anos dedicados à seleção brasileira de vôlei, ela poderia ter sido mais participativa ao comentar o jogo de suas companheiras de modalidade na disputa contra o Canadá. Poucas vezes se manifestou durante a partida, vencida pelo Brasil e marcada pela ausência de Jaqueline, afastada dos Jogos após o acidente no sábado (15). Durante o jogo contra a República Dominicana, Jaqueline bateu cabeça com cabeça com sua colega de time, Fabi, num tombo das duas. Já se recupera, mas não poderá voltar às quadras.

Quem parece ter feito o dever de casa é Fernando Scherer, o Xuxa. Seus comentários são recheados de informações sobre cada competidor brasileiro que esteja na piscina. Claro que fica evidente que ele está com uma fichinha na mão contendo detalhes tirados do Wikipédia do competidor alvo do comentário. Só está ficando redundante ele fazer questão de dizer que conversou com pessoas ligadas a cada nadador. “Eu falei com o pai dele”, “Eu falei com o médico dele”... É um detalhe que não chega a incomodar tanto. É melhor do que os que não falaram com ninguém e não se preparam para o evento.

Apesar dos pesares, a transmissão exclusiva da Record tem proporcionado uma grata opção diferenciada de programação. Tanto que a emissora conquistou durante bom tempo a liderança da audiência nesse domingo, segundo dia de competições, em que o Brasil levou seis medalhas. Dessas, quatro foram de ouro. Três conquistadas por nadadores: Cielo conquistou duas e a terceira foi para Felipe França. A quarta de ouro foi para a equipe feminina de ginástica rítmica, formada por Bianca Mendonça, Débora Falda, Driely Daltoe, Eliane Sampaio, Jéssica Maier e Luísa Matsuo. Deu prazer de ver a elegância e desenvoltura das meninas, de vários estados brasileiros, que ensaiam no Centro Nacional de Treinamento da Ginástica Rítmica, em Aracaju, Sergipe.

No mais é continuar acompanhando até a final dos Jogos no dia 30 de outubro, um domingo. Y seguir ganando más medallas de oro!!!


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