Dira Paes protagonizou uma cena que prova com todas
as letras o velho ditado que diz que “a emenda é pior que o soneto”. No capítulo
dessa segunda-feira (4), de “Salve Jorge”, novela das 21h da Rede Globo, Lucimar,
a personagem da atriz beirou ao cúmulo da burrice ao achar que poderia
enfrentar Vanda (Totia Meireles), uma das chefonas de uma organização criminosa
internacional, usando apenas um canivete. Depois de mostrar total falta de
sensibilidade diante de Morena (Nanda Costa), quando a mesma voltou com um
comportamento estranho da Turquia, apenas porque estava mais entusiasmada em
conquistar o Russo (Adriano Garib), Lucimar, lembrou-se que tinha uma filha somente após saber
da notícia da morte da mesma.
Curioso é ela, de repente, começar a se comportar
como se estivesse fazendo parte de uma dessas séries policiais americanas, como
“CSI”, “Law & Order” ou “Cold Case”. Dar um final feliz a esse tipo de
atitude como o de Lucimar que, do nada, resolveu enfrentar os bandidos cara a
cara, é suicídio certo. Felizmente nesse quesito a autora da novela, Glória Perez,
não titubeou e fez o que tinha que ser feito, não estimulando tal tipo de
vingança pelas próprias mãos.
Não que isso redima a autora de ter exagerado nas
muitas vezes em que colocou na boca da personagem um discurso separatista e
defensivo de “pessoa que mora no morro” e, por tal condição, sofre mais que
qualquer outra pessoa no mundo, arca com as maiores atrocidades do mundo,
conhece a vida mais do que ninguém no mundo. Esse tipo de apologia ao tal “sou
o mais ferrado do mundo” não cola mais nem na ficção nem na vida real. Soa mais
como o batido “Eu podia estar roubando, mas estou pedindo”. Alguém ainda cai
nesse discurso pronto?
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