Sem dúvida, a altivez de Constância, que terminou “cheirando
a saco de batatas”, não foi perdida nem quando foi humilhada por todos. “Eu vou
ser sempre uma baronesa”, sentenciou ela, sacramentando que sem dúvida caberá a
Patrícia Pillar os próximos prêmios de melhor intérprete de vilã da televisão. Após
ser desmascarada por Assunção (Werner Schünemann), como a moralista que na
verdade era uma mulher ardilosa, falsa, maquiavélica e adúltera, perdeu as vestes finas e foi obrigada a usar o
uniforme de empregada para por o jantar para o marido, esperava-se até ouvir o
senador decretar: “Me serve sua vadia!”, no melhor estilo Rita (Débora
Falabella) para Carminha (Adriana Esteves) em “Avenida Brasil”.
Talvez seja repetitivo, mas é sempre necessário exaltar o
texto irretocável dos autores João Ximenes Braga e Claudia Lages, o trabalho da
equipe de direção capitaneada por Dennis Carvalho, a iluminação irretocável da
equipe do diretor de fotografia Walter Carvalho, o cuidado dos figurinos, das
maquiagens e caracterizações, a trilha sonora corajosa em incluir músicas
modernas e de diversos ritmos em uma trama de época, e a interpretação apaixonante,
ousada e ao mesmo tempo sutil de todo o elenco, sem exceções.
Particularmente, achei os penúltimos capítulos mais
emocionantes e impactantes. As cenas de Albertinho (Rafael Cardoso), primeiro
diante do filho bastardo Elias (Cauê Campos), depois diante da mãe flagrada por
ele com seu melhor amigo, foram tocantes. As imagens de Laura jogada na
solitária de um sanatório foram de uma qualidade e dramaticidade dignas de
cinema. E Berenice (Sheron Menezes) ser escorraçada duas vezes: pelo marido
pobre e pelo amante rico, acabar morrendo ao cair num buraco no morro dizendo
que estava indo “voar alto para Paris”, foi impagável.
No último capítulo deixou um pouco a desejar o
discurso feito por Edgar (Thiago Fragoso), ao entregar o prêmio de melhor
jornalista do ano a Paulo Lima, ou seja, a Laura. Foi curto e raso. Poderia ter sido mais impactante. Mas valeu a
brincadeira de Laura ter dito: “E o prêmio de melhor marido vai para... Edgar”, numa
referência à frase clichê dita até hoje na entrega do Oscar, prêmio criado 17
anos depois, em 1927.
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