“Betty, a Feia”, novela colombiana que a Rede TV! voltou
a reprisar nessa segunda-feira (4), tem todos os ingredientes para ser
considerada trash: interpretações exageradas, cenários e figurinos de gosto
duvidoso e um roteiro bobo e corriqueiro, inspirado na história do Patinho Feio.
No entanto, é difícil resistir às atrapalhadas da protagonista interpretada
pela atriz Ana Orozco, Beatriz Pizón, , uma mocinha tímida, esquisita e
aparentemente feia que vai se transformando até se tornar uma linda mulher no
fim da novela. Não é à toa que esta é a terceira vez que a emissora exibe
esse folhetim. De tão trash, Betty virou cult.
Produzida entre 1999 e 2001pela RCN, na Colômbia,
com o título original “Yo Soy Betty, La Fea”, a novela escrita por Fernando
Gaitán já foi exibida em mais de 100 países e dublada em 15 idiomas. No Brasil,
a Rede TV! comprou seus direitos e exibiu seus 169 capítulos editados, em 2002,
ficando 11 meses no ar em horário nobre. Devido ao sucesso, reprisou a história
de dezembro de 2004 a março de 2006, dessa vez ainda mais editada, totalizando
mais de um ano no ar.
Passados mais de seis anos, não causará estranheza
se essa segunda reprise também venha conquistar público entre a nova geração
que tomará contado pela primeira vez com a trama. E dessa vez com qualidade
muito superior. Explica-se: como ela foi gravada com câmeras de cinema, dessa
vez a emissora poderá exibi-la em HD, ou seja, em alta definição.
Entre os vários remakes que “Yo Soy Betty, La Fea”
ganhou pelo mundo está a versão mexicana “La Fea Más Bella”, produzida pela
Televisa apresentada aqui em 2007, no SBT, com o nome “A Feia Mais Bella”. Nos Estados Unidos, em
2006 ganhou uma versão no formato de série, que foi premiada sob o
título "Ugly Betty", produzida pela ABC e exibida no Brasil pelo canal
Sony. Em
2009, a Record fez uma versão brasileira que chamou de “Bela, a Feia”, com a
atriz Gisele Itié no papel principal. As alterações nos rumos da trama feitas
pela escritora Gisele Joras, no entanto, não agradaram aos
telespectadores.
Afinal, a graça de “Betty, a Feia” está justamente
no seu jeito colombiano/mexicano de ser. Como não se divertir com as confusões
armadas por seu melhor amigo, o
esquisitão Nicolas (Mário Duarte) e com o “Quartel das Feias”, como é chamado o
grupo de secretárias que trabalham na Eco Moda, empresa onde se passa a maior
parte da história? É lá que Betty acabará indo trabalhar e se apaixonará por
seu chefe e presidente da empresa, Armando Mendoza (Jorge Enrique Abello),
noivo da “patricinha” Marcela (Natalia Ramírez). Ainda na Eco Moda estão o
afetado estilista Hugo Lombardi (Julián Arango) e a secretária incompetente,
fútil e destrambelhada Patrícia Fernández (Lorna Paz). Sem contar que a
abertura é surreal, com uma música feita especialmente para novela, cuja letra
ridiculariza de vez a coitada da Betty.