Dirigido
por Tisuka Yamasaky, o episódio conta o drama de Ludmila (Patrícia Pilar),
viúva de um influente político do Maranhão, Justos Barreto (Daniel Filho),
idolatrado por todos até após a morte. Seu dilema começa quando ela se vê
atraída pelo antigo assessor do falecido, Edson (Marcello Antony). Apesar de
incentivado pelo contador de Justos, Peçonha (Leopoldo Pacheco), para investir
na viúva, Edson não tem coragem de trair a imagem do morto. Até descobrir que
Justos não era tão justo quanto todos imaginavam.
A
presença de Daniel Filho, no entanto, dominou o episódio, no qual Patrícia
Pilar era a protagonista, fazendo uma mulher que tentava se manter fiel à
memória de seu falecido marido. Que, por sinal, é ninguém menos do que o
diretor, cuja figura aparece na pintura de um quadro. Houve certo exagero nas
intervenções da narração, recheada de adaptações de ditados populares e frases
de parachoque de caminhão, deixando pouco espaço para que os próprios
personagens se manifestassem. O texto de Marcelo Saback teve boas frases de
efeito, mas parece ter sido escrito principalmente para Daniel, que a todo
momento intervinha também para complementar o que estava sendo dito pelos
atores.
Circulando
por fora, quem realmente mereceu destaque nessa história foi a atriz Suzana
Faini, interpretando Dona Diva, mãe de Ludmila, fazendo um humor sarcástico com
suas tiradas diretas tentando jogar a filha nos braços de Edson. Apesar de não
serem originais, as situações de flashes de imaginação, como quando Edson “vê”
Ludmila com uma lingerie preta se insinuando sensualmente para ele na cama, ou
quando Ludmila tem uma visão dele numa banheira cheia de espumas, deram um
toque que tirou um pouco o episódio do trivial. No mais, o encerramento com a
figura de Daniel Filho no quadro dando um sorriso à la Mona Lisa, mostrou que
este episódio cairia melhor em uma série chamada “Os Brasileiros”, já que foi
uma figura masculina que dominou a cena.