quinta-feira, 21 de novembro de 2013

“Vídeo Show”: Mudanças deixam programa sem identidade original e Zeca Camargo em situação estranha de ter um programa que é chamado de seu, mas sem um nome próprio


Zeca Camargo repete tantas vezes em alto e bom som que está feliz por ter sido convidado a apresentar o “Vídeo Show”, deixando para trás o “Fantástico”, que fica no ar a dúvida se ele não está tentando convencer a si mesmo de que realmente foi um prêmio a troca de programa.

Na verdade, o jornalista ganhou uma atração própria que apenas pegou carona na marca do “Vídeo Show”, “um programa que faz parte da vida dos brasileiros”, como disse Lilia Cabral, a convidada dessa quarta-feira (20). O problema é que, como “Malhação”, que deixou há muito de ter o espírito inicial da novela teen e já poderia ter mudado de nome, agora tiraram a alma de um programa tradicional, há 30 anos no ar, mas continuaram pegando carona na mesma marca.

A diferença é que agora o foco predomina em cima de a cada dia um artista da casa ser a estrela principal, tendo sua trajetória contada em meio a brincadeiras nem sempre engraçadas ou bem desenvolvidas. A primeira convidada foi Susana Vieira, que dispensa comentários sobre seu jeito irreverente e contagiante de ser.

A segunda foi Flávia Alessandra, que parecia mais entusiasmada em divulgar sua filha, Giulia, do seu casamento com o diretor Marcos Paulo. Lilia Cabral, a terceira, até chorou ao lembrar quando fez sua primeira protagonista, a Griselda de “Fina Estampa”, mas foi constrangedora a parte do “Divã”, em que Zeca supostamente “analisou” a atriz. E Débora Rodrigues, convidada dessa quinta-feira (21), não chegou a ser uma estrela de tamanho peso que segurasse tanto tempo em cena. A história da cópia da Calçada da Fama também já cansou.

Não é culpa de Zeca Camargo, que mantém seu jeito agitado de ser, embora falando alto demais, mas, sim, da nova direção que resolveu revolucionar e fazer uma transformação radical no programa. O resultado foi a perda total da identidade original. Os poucos quadros que sobraram, como aquele em que são mostrados os bastidores de gravações das novelas da casa, ficam perdidos numa edição confusa. Eles entram aleatoriamente em blocos inseridos na parte do tal programa do Zeca Camargo, sem gancho, sem continuidade e sem ser feita qualquer referência a eles pelo apresentador. É uma colcha de retalhos mal costurada.

Também não há sentido naquela plateia, sem qualquer função ou qualquer interatividade com o apresentador e os convidados. Parece até a plateia do “Programa da Tarde”, da Record, que a gente até esquece que ela existe. Não creio que esse novo formato sobreviva tantas décadas. Ou será que o “Vídeo Show” está apenas passando pela crise dos 30?



Mais Zeca Camargo em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/05/reviva-primeira-das-cinco-edicoes-de.html