terça-feira, 5 de novembro de 2013

“Além do Horizonte”: Estreia de novela que se propõe a ousar em aventura não traz plasticidade nas imagens, nem texto ágil que leve a interpretações convincentes


Não era novidade para quem se mantém atualizado sobre o que vem por aí em novelas que a nova trama das sete da Rede Globo, escrita por Carlos Gregório e Marcos Bernstein, traria referências buscadas em filmes como “A Vila”, “A Ilha” e “Horizonte Perdido” e na série “Lost”. Não foi exatamente essa a questão que prejudicou o primeiro capítulo que foi ao ar nessa segunda-feira (4). O problema foi a falta de clima de estreia. As imagens não trouxeram uma beleza estética de encher os olhos, vide a visão da janela em que, ao invés de mostrar as belezas do Rio de Janeiro, o que se viu foi um viaduto feio e deprimente. O texto fraco confuso resultou em interpretações medianas.

Seria preciso um pouco mais de ousadia e criatividade ao se tentar investir em aventura e mistério em um horário tradicionalmente conhecido por ser aquele em que o público está acostumado a uma plasticidade mais colorida e diálogos com pitadas de ironia e humor, mesmo nas situações de drama. As cenas de um homem fugindo no meio da floresta e depois do corpo dele boiando no rio com marcas no rosto, vítima de uma tal “Besta”, foram constrangedoras e em nada cabíveis para o horário.

Não houve nem mesmo uma clara apresentação de personagens, tradicional nos primeiros capítulos, já que as tramas mostradas em lugares distintos pareciam existir de forma independente, como se fizessem parte de novelas diferentes. Apenas na última sequência houve alguma coerência, quando aconteceu o encontro entre os protagonistas, Lili (Juliana Paiva) e William (Thiago Rodrigues).

Sem falar que Flávia Alessandra, que interpreta a mãe de Lili, continua com o mesmo visual de sempre. Marcelo Novaes parece ser o Max vindo diretamente de “Avenida Brasil”, e Rodrigo Simas é sempre Rodrigo Simas.

Ficou incompreensível ainda por que no começo apareceu uma legenda com os dizeres “Rio de Janeiro Hoje”. Hoje quando? E por que quando a locação era outra escreveram “Tapiré Interior do Brasil”. Por que não especificar que era no Amazonas?

Questionamentos que talvez sejam respondidos além dos próximos capítulos.


Mais novela das sete em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/11/sangue-bom-autores-dao-ultimo-capitulo.html