Miguel Falabella pode sair de Caco Antibes, mas Caco
Antibes não sai de Miguel Falabella. Assim como Magda não sai de Marisa Orth,
Cassandra não sai de Aracy Balabanian, e Vavá não sai de Luiz Gustavo. Foi o
que ficou provado no primeiro de quatro episódios do “Sai de Baixo” exibido
nesse domingo (3) na Rede Globo, inéditos na TV aberta, mas que já foram
apresentados em junho deste ano no Viva, produzidos para fazerem parte das
comemorações de aniversário do canal pago. O programa, que foi ao ar de 1997
a 2001, mantém o humor debochado, irônico, e continua brincando com a
inteligência alheia, ou com a falta dela, e de forma aparentemente ingênua.
Com roteiro final de Miguel Falabella e direção
geral de Dennis Carvalho, o episódio “Tudo Será Como Antes” fez jus ao nome, já
que parecia que o tempo não tinha passado para os quatro intérpretes fixos, que
contaram ainda com a presença de Márcia Cabrita revivendo a Neide Aparecida,
ex-empregada que voltou milionária, recebeu os ex-patrões para um jantar, mas
acabou voltando a seu quartinho graças a mais um golpe de Caco.
O cenário ganhou um retoque mais atual, mas ainda
com detalhes de gostos duvidosos e a mesma janela com uma visão urbana do
bairro paulistano do Arouche, onde tudo sempre se passou. A abertura também
ganhou nova animação. E a presença de Tony Ramos no papel de um mordomo
salafrário valorizou o episódio, mas o ator poderia ter sido mais explorado em
cena. Tony virou praticamente um elenco de apoio de luxo.
Por ter sido gravado em junho, a piada sobre o preço do tomate, que na época era exorbitante, pode ter caído bem quando o programa foi exibido no canal Viva, mas ficou defasada agora, cinco meses depois, na Globo.
Os primeiros dois blocos, sem dúvida, foram bem engraçados e reviveram o clima de onze anos atrás, com muitos “cacos”, com destaque para Aracy, a Cassandra, brincando com a silhueta de Falabella: “O seu ‘tanquinho’ virou uma máquina de lavar estragada”, brincou a atriz, passando a mão e beijando a barriga de Caco Antibes. Já no terceiro bloco deu para sentir certa vontade de terminar logo a gravação. Com o texto dito de forma certinha, não rendeu muita risada, e os últimos cinco minutos foram até sem muita graça.
De qualquer forma, é um seriado que marcou época e, como poucos, ainda pode ter fôlego para mais. Os atores continuam impecáveis. Falta uma equipe de redação tão inspirada quanto era a de antigamente sob a batuta de Claudio Paiva.
Mais humor em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/07/vai-que-cola-paulo-gustavo-e-time-de.html