Clarice Lispector que me perdoe, mas esse quadro “Correio
Feminino” do “Fantástico”, há duas semanas no ar na Rede Globo, puxa para si a
direção apurada de Luiz Fernando Carvalho, mas, simultaneamente, reduz o valor
dessa poetisa ao mostrar sua obra de uma forma arrastada, chata, sonolenta,
pouco poética. As cenas parecem mais uma cópia da abertura da série “As
Brasileiras”, só que, no lugar da música, há uma narrativa inspirada nos seus textos.
Criado a partir das colunas escritas por Clarice para
jornais da época, entre os anos 50 e 60, sob o pseudônimo de Helen Palmer, o
quadro é escrito por Maria Camargo e Carla Madeira. A atriz Maria Fernanda Cândido
é a narradora, enquanto Luiza Brunet, Alessandra Maestrini e Cintia Dicker dão
vida a uma mesma mulher nas fases madura, jovem e adolescente.
O
problema do quadro é a narrativa arrastada, privilegiando muito mais os closes
nas atrizes em cena do que o conteúdo das crônicas. E aí, as imagens ficam
repetitivas, parecendo muito mais ensaio de moda do que ensaio poético. E, para
quem tem noção de tempo em televisão, um quadro de dez minutos é bem longo. Dez
minutos do mesmo é tempo suficiente para se acionar o controle remoto e trocar
de canal.
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