sexta-feira, 25 de maio de 2012

“As Brasileiras”: O episódio “A De Menor do Amazonas”, com Maria Flor, mostra que o formato da série está ficando saturado


Maria Flor pode ter um jeitinho moleque e descolado, como bem mostrou na série “Aline”, exibida em 2009 e 2011 na Globo, em que vivia a personagem-título, mas não foi convincente vê-la, aos 28 anos, se passar por uma garotinha de 12 no episódio de “As Brasileiras”, “A De Menor do Amazonas”, exibido nessa quinta-feira (24). Que a série não tem compromisso com a realidade, mas sim com o deboche, já é sabido. Mas, após mais de três meses no ar, a repetição do mesmo tom cômico-sarcástico, e a mesma entonação na narração de Daniel Filho em quase todos os episódios já estão cansando.

Em “A De Menor do Amazonas”, Maria interpreta Shirley, funcionária de uma loja em Manaus, que vive levando cantadas do patrão, Loureiro (Otávio Augusto), que um dia exagera no assédio. Ela escapa e ele mente para a polícia que a jovem roubou sua loja. Ao fugir, ela vê Fernando (Marcos Palmeira), um turista carioca que está embarcando com sua enteada Suzana (Jeniffer Andrade) em um barco com uma excursão cheia de crianças. Para ser aceita no grupo e não pagar passagem, Shirley veste um uniforme igual ao das crianças, fica amiga de Suzana e começa a seduzir Fernando, que por sua vez já está encantado pela ninfeta.  No fim, ele deixa à namorada, Astrid (Rita Guedes), mãe de Suzana, e se casa com Shirley, vestida de noiva e usando maria-chiquinha...

Mesmo com boas atuações, a aparição dos mesmos atores interpretando diferentes personagens em mais de um programa numa mesma noite prejudica a verossimilhança de cada produto. O Loureiro de Otávio Augusto lembrou muito o Diógenes, personagem do ator em “Avenida Brasil” que também cai de amores pela piruete Suelen (Isis Valverde). E Marcos Palmeira, mesmo engravatado, não tinha como não remeter ao folgado Sandro da novela “Cheias de Charme”. Sem falar que o ator também já tinha protagonizado o episódio de estreia da mesma série, “A Justiceira de Olinda”, ao lado de Juliana Paes. A crítica daquela história está aqui:  http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/02/as-brasileiras-nao-basta-ter-um-bom.html