Sem maiores surpresas ou novidades, o “Popstar” chegou
ao final nesse domingo (10), na Rede Globo, com a vitória previsível de André
Frateschi. Não que o cantor e ator não tenha merecido, já que suas performances
sempre estiveram à altura de um profissional. E é aí que está o problema, pois
a competição foi anunciada como sendo entre artistas que não tivessem a música
como principal profissão. O que não é o caso de André, músico desde os 16 anos
e atuante no cenário musical profissional desde 2006, que chegou até a usar
suas apresentações no programa para divulgar sua turnê de shows como vocalista
do Legião Urbana. Ou seja, sua seleção desde o início foi injusta com aqueles concorrentes
que eram autênticos “cantores de chuveiro”, como os atores Murilo Rosa, Fabiana
Karla, Érico Brás, Lúcio Mauro Filho, Marcella Rica e Eduardo Sterblitch, além
dos repórteres e apresentadores Alex Escobar e Rafael Cortez. É verdade que
havia o grupo formado por Thiago Fragoso, Cláudio Lins, Sabrina Parlatore, Marcelo
Mello e Mariana Rios, que também não são cem por cento iniciantes na arte, pelo
contrário, todos trazem alguma preparação na bagagem. Mas isso só deixa mais claro
que para a segunda temporada, que já foi confirmada, a direção do programa deveria
definir melhor seus critérios de seleção para não haver essa disparidade entre
um concorrente e outro.
Apesar do resultado previsto, a final teve aqueles momentos
fora do roteiro que só o “ao vivo” permite, como a câmera mostrar Toni Garrido na
bancada de jurados bocejando mais de uma vez. A primeira foi quando Sabrina
estava cantando e a outra, coincidentemente, foi na vez de Cláudio Lins, para
quem o técnico não bateu o botão e tentou argumentar que na semana passada o
voto de Dinho Ouro Preto foi registrado mesmo a luz não tendo acendido.
Fernanda Lima rebateu dizendo que da vez anterior a falha não tinha sido do
jurado. Pouco depois foi a vez de a apresentadora ter que se desculpar por trocar
o nome de Toni Garrido pelo do Titã Toni Bellotto. Mas o vocalista do Cidade
Negra também teve seu momento de destaque ao ser o único a não bater o botão
para André Frateschi quando só restavam ele e Cláudio Lins na disputa pelo prêmio
de R$ 250 mil e um carro Zero Km. “Eu tenho o direito de esperar o outro
candidato se apresentar para decidir se dou ou não meu ponto para ele também”,
afirmou Toni, recebendo o apoio dos demais jurados. “Mandou bem, Toni”, gritou
Preta Gil na bancada.
Teve ainda o momento “tensão disfarçada” quando Eduardo Sterblitch apareceu em sua segunda apresentação cantando “Lua de Cristal”, hit da Rainha dos Baixinhos que agora está na Record. Maria Rita chegou a se esconder atrás da bancada e o humorista acabou tendo a pontuação mais baixa de toda a competição, com apenas dois jurados apertando o botão. Mesmo sendo eliminado, Edu não se deixou intimidar pelas críticas por ter escolhido uma canção conhecida na voz de Xuxa Meneghel e devolveu a moeda recitando versos da letra como: “Todos somos um e juntos não existe mal nenhum”, calando a voz da “intelectualidade” reinante entre os jurados. Mas a gafe maior que talvez tenha passado quase despercebida foi de Paula Toler ao tecer uma crítica disfarçada de Ivan Lins dizendo que Cláudio Lins “em termos de voz” é muito melhor do que seu pai. “Evidentemente é um compositor espetacular, mas cantando...”, e Fernanda Lima falou em cima, para Paula encerrar a frase com um “é incrível” fora de nexo. A ex-vocalista do Kid Abelha deve ter se esquecido de que seu começo de carreira também foi bem sofrível “em termos de voz”. De qualquer forma, fica a dica de que, para a segunda temporada, o cuidado na seleção de participantes da competição deve ser igualmente aplicado na escolha dos técnicos e especialistas convidados para compor o júri.
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