domingo, 3 de setembro de 2017

“Popstar”: Ana Carolina e Samuel Rosa se destacam por realmente atuarem como técnicos em semifinal que tem eliminação de dois cantores amadores e de um favorito


Às vésperas da final, o “Popstar” desse domingo (3), na Rede Globo, mostrou que, independentemente da falta de real comprometimento da maioria dos técnicos e especialistas que compõem o júri toda semana, quem decide mesmo é a plateia e os internautas. O público pode surpreender como fez hoje ao não contribuir para a permanência de Fabiana Karla e Érico Brás, apesar de toda simpatia e carisma da dupla, e de Thiago Fragoso, que até então era considerado um dos grandes favoritos da competição musical. Os três não estavam em seus melhores dias. Na primeira fase eliminatória, Érico foi traído mais uma vez pelo fone do retorno que caiu e, como na semana passada, exagerou na autoconfiança, retirando de vez o acessório, sem nem ao menos tentar recolocá-lo. Thiago, por sua vez, apesar de ter desafinado, foi mais prejudicado por não ter se apresentado com a mesma garra que vinha mostrando até então e por estar visivelmente fora do foco de concentração. Coincidência ou não, foi a primeira vez que ele não interagiu com seu irmão guitarrista enquanto cantava. Já na segunda fase eliminatória, Fabiana não foi feliz ao querer homenagear cantores nordestinos, seus conterrâneos, escolhendo duas músicas que exigiam além do seu fôlego.

Por outro lado, André Frateschi, que estava imune, carimbou sua preferência geral ao interpretar Nirvana, fazendo Dinho Ouro Preto quebrar o protocolo indo até o palco abraça-lo, soltando um palavrão pesado no ar, no meio da empolgação. O ator é um dos que está mais longe de ser cantor amador, pois continua em turnê como vocalista convidado da Legião Urbana, dentro de um projeto em homenagem a Renato Russo. Sabe-se lá se não foi para disfarçar que, semana passada, após cantar “Será”, de Renato Russo, ele foi avisado no ar por Dennis Carvalho, na bancada de especialistas, de que está escalado para a próxima novela das nove de João Emanuel Carneiro. Curiosamente, o diretor deu a notícia, inédita, logo após o produtor musical Paulo Lima, que também estava como jurado ter convidado o ator para uma conversa. Parecia disfarce de uma vitória já anunciada.

Ao menos André também tem aprovação do público: na última votação interativa em que conquistou imunidade ele levou nota acima de 9 tanto da plateia quanto dos telespectadores. Diferente de Sabrina Parlatore, que sempre leva dez dos jurados, mas nessa última apresentação a nota dada pelo público não chegou a sete: 6,62. Ora, se para ser um Popstar é preciso mostrar versatilidade, como ninguém cobra que Sabrina saia de uma vez de sua zona de conforto? A ex-VJ e apresentadora nada mais faz do que repetir o repertório do seu CD e dos seus pocket shows. Parece estar cantando sempre a mesma música, sensualizando de forma lânguida em figurinos que contribuem para o clima meio Jéssica Rabbit do filme “Who Framed Roger Rabbit”. Nesse ponto, Mariana Rios vem sendo mais perspicaz, pois se arrisca ao acatar todas as recomendações dos jurados, ora canta em inglês, ora em português; vai do romântico ao dance; faz tanto a linha intimista quanto a ousada, ou seja, não se acomoda.

Só falta mesmo é a direção do programa convidar para a final técnicos e especialistas realmente comprometidos com a função para a qual foram chamados. Foi constrangedor ver no live na web feito por Tiago Abravanel com os jurados nesse domingo, pouco antes de entrarem no ar ao vivo, alguns deles, como Elba Ramalho, defendendo que todos apertassem o botão para todos. Felizmente havia Ana Carolina e Samuel Rosa atuando como profissionais sérios e realmente fazendo uma avaliação técnica que contribuiu não apenas para os candidatos como para quem assiste ao programa. Que tenha mais especialistas como os dois cantores na final.


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