sexta-feira, 27 de setembro de 2013

“Pecado Mortal”: Carlos Lombardi estreia na Record com novela recheada de ação e trazendo de volta os ganchos para as cenas seguintes tão em falta nos folhetins atuais


Carlos Lombardi em sua primeira novela na Record, “Pecado Mortal”, já estreou, na quarta-feira (25), mostrando que veio trazer ação e movimentar o marasmo que toma conta da maioria dos folhetins no ar nas emissoras. Não, não é uma atitude pioneira de Lombardi, autor que durante anos escreveu para a Rede Globo. Há muito tempo a dramaturgia da Record aposta em histórias que envolvem a bandidagem da vida real, tanto em tempos modernos quanto em tramas de época, como já aconteceu em “Vidas Opostas” e “Poder Paralelo”, para citar apenas duas.

Os primeiros capítulos de “Pecado Mortal”, na rápida primeira fase ambientada nos anos 40, trouxeram uma sequência de ações e acontecimentos de tirar o fôlego. Cenas fortes de pai matando o filho e logo depois morrendo agonizante, pedindo remédio sob o olhar impiedoso de algozes de olho em seu posto de chefe do morro, um parto forçado em que a criança é roubada, a mãe é levada para a morte, mas fica no ar o grito ensurdecedor que faz o link para a fase seguinte.

Logo em seguida, trinta anos depois, mais cenas contundentes, com brigas, tiroteio, acidentes, sangue jorrando, discurso bizarro de uma advogada diante de um tribunal e sexo debaixo d’água nos mares de Angra dos Reis, litoral fluminense. Agilidade é o que não falta, tanto no texto quanto na direção de Alexandre Avancini. Dorsos nus sempre foram atribuídos como recurso do autor, mas, continuam sendo vistos em tramas que não são de sua autoria. Sinal de que fez escola.

A edição também foi feliz ao congelar imagens para fazer o link das personagens na fase jovem com a passagem de tempo para os anos 70. A direção de arte está de parabéns pela bela reconstituição de época. A trilha sonora é uma carta na manga para conquistar o público saudoso dessa época. Na breve participação, Gracindo Jr. correspondeu, embora lembrasse o que já tinha feito em “Poder Paralelo” como Castellamare, em 2009. E Paloma Duarte deveria fazer uma personagem diferente de tudo que ela já vem fazendo há sete anos na emissora. É sempre o mesmo sorriso, a mesma expressão dúbia, seja para mocinha quanto para vilã.

No mais, é uma novela que mereceria, sim, ser exibida mais cedo. Na disputa com a concorrente, a história é bem mais interessante. Mas, enquanto a Globo também repete o mesmo casting sucessivamente em suas novelas e tendo escala fixa de ordem de autores no ar, como se inspiração batesse ponto, a Record busca nos insatisfeitos com esse esquema previsível uma saída, oferecendo o desafio de tentar fazer algo diferente. Tomara que não perca o ritmo dessa primeira semana.


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http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/08/analise-exemplo-de-atores-como-marcelo.html