Carlos Lombardi em sua primeira novela na Record, “Pecado
Mortal”, já estreou, na quarta-feira (25), mostrando que veio trazer ação e
movimentar o marasmo que toma conta da maioria dos folhetins no ar nas
emissoras. Não, não é uma atitude pioneira de Lombardi, autor que durante anos
escreveu para a Rede Globo. Há muito tempo a dramaturgia da Record aposta em
histórias que envolvem a bandidagem da vida real, tanto em tempos modernos
quanto em tramas de época, como já aconteceu em “Vidas Opostas” e “Poder
Paralelo”, para citar apenas duas.
Os primeiros capítulos de “Pecado Mortal”, na rápida
primeira fase ambientada nos anos 40, trouxeram uma sequência de ações e acontecimentos
de tirar o fôlego. Cenas fortes de pai matando o filho e logo depois morrendo
agonizante, pedindo remédio sob o olhar impiedoso de algozes de olho em seu
posto de chefe do morro, um parto forçado em que a criança é roubada, a mãe é
levada para a morte, mas fica no ar o grito ensurdecedor que faz o link para a
fase seguinte.
Logo em seguida, trinta anos depois, mais cenas
contundentes, com brigas, tiroteio, acidentes, sangue jorrando, discurso
bizarro de uma advogada diante de um tribunal e sexo debaixo d’água nos mares
de Angra dos Reis, litoral fluminense. Agilidade é o que não falta, tanto no texto
quanto na direção de Alexandre Avancini. Dorsos nus sempre foram atribuídos
como recurso do autor, mas, continuam sendo vistos em tramas que não são de sua
autoria. Sinal de que fez escola.
A edição também foi feliz ao congelar imagens para
fazer o link das personagens na fase jovem com a passagem de tempo para os anos
70. A direção de arte está de parabéns pela bela reconstituição de época. A
trilha sonora é uma carta na manga para conquistar o público saudoso dessa
época. Na breve participação, Gracindo Jr. correspondeu, embora lembrasse o que
já tinha feito em “Poder Paralelo” como Castellamare, em 2009. E Paloma Duarte deveria
fazer uma personagem diferente de tudo que ela já vem fazendo há sete anos na
emissora. É sempre o mesmo sorriso, a mesma expressão dúbia, seja para mocinha
quanto para vilã.
Mais Record em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/08/analise-exemplo-de-atores-como-marcelo.html