A terceira edição do
“Medida Certa”, no “Fantástico”, da Rede Globo, que estreou nesse domingo (1),
vem mostrar mais uma vez que o quadro, lançado em 2011 tendo os apresentadores
Renata Ceribelli e Zeca Camargo à frente do desafio de perder peso num prazo de
90 dias, vem se superando a cada ano no quesito “não vale quanto pesa”.
Justamente um dia após o “Criança Esperança”, em que o público foi chamado a
contribuir para uma causa de valor inquestionável, o programa traz de volta um
quadro em que celebridades ganham tratamento gratuito para perder peso. Como
novidade, dessa vez haverá um clima de competição entre duplas, tendo de um
lado a cantora Preta Gil e o humorista Fábio Porchat, pesando 184 kg juntos, e,
do outro, os cantores Gaby Amarantos e César Menotti, totalizando os dois 215
kg.
Para começo de conversa,
Porchat destoa totalmente dos demais participantes. Curiosamente, dos quatro,
ele é o único contratado da Globo. O humorista jura que precisa perder 10 kg.
Ok! Então, tirando 10 kg de 184, sobram 174 kg, divididos entre ele e Preta,
vão sobrar muitos quilos para a cantora. Levando-se em conta que naturalmente
mulher pesa menos do que homem, então o desafio maior está em cima dela.
Diferentemente do caso da outra dupla, cujo desafio parece estar equilibrado.
Com tantas pessoas
realmente precisando de um tratamento desse tipo e não tendo condições
financeiras de bancá-lo, por que a Globo insiste em beneficiar apenas
celebridades? Para ter audiência? Tudo bem. Mas, no mínimo, fizesse com uma
dupla de famosos e outra de anônimos. Aí vem a Preta Gil dizer que aceitou
participar para resolver um problema no joelho. Alguém duvida que ela não
pudesse arcar com as despesas desse tratamento fora do ar? A desculpa não
convence. E Gabi diz que já sofreu bullying por ter sido chamada de “orca de
oncinha” após ter postado uma foto posando de biquíni com estampa de onça
durante uma viagem a Nova York. Ora, quem se expõe na internet com tal
figurino, sendo famosa ou não, deve estar preparada para qualquer tipo de comentário.
Também não justifica.
E, de volta à análise financeira, há ainda o cachê que, certamente, esses artistas ganham por fora para receberem esse tratamento gratuito. Ano passado, quando o participante foi Ronaldo Fenômeno, comentou-se que ele teria levado R$ 6 milhões. Tanto o ex-jogador quanto a emissora negaram esse pagamento. Agora, se até o Louro José, boneco do “Mais Você”, admitiu no ar ter levado cachê para fazer uma participação em um único programa do “Encontro Com Fátima Bernardes”, vai dizer que artistas que nem contratados da casa são – com exceção de Porchat, o mais magro- vão ficar três meses à disposição da emissora de graça?
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