Não há como tecer qualquer comentário sobre “Jóia
Rara”, novela das seis da Rede Globo que estreou nessa segunda-feira (16), sem
exaltar, antes de qualquer comentário, o belíssimo trabalho de direção de
Ricardo Waddington e o texto impecável dos autores Duca Rachid e Thelma Guedes.
Após assistir a dois capítulos do novo folhetim, a sensação que se tem é a de
que a união de profissionais de primeira linha, tanto no elenco quanto na parte
técnica, é garantia de qualidade, seja em que horário for.
“Jóia Rara” é um produto que poderia, sim, estar
ocupando o horário nobre. E com uma dignidade na narrativa e um respeito ao
público na plasticidade das cenas, por mais sensuais que sejam, que supera
qualquer expectativa. O elenco, sim, é de primeira linha. Mas não cabe atribuir
apenas aí o sucesso. Sem uma história com conteúdo, sem uma direção criativa e
ousada, atores não fazem milagre.
Essa é mais uma novela que está se sobrepujando ao
estigma das tramas feitas sem muita ousadia por estar naquela faixa horária flutuante
em que a maioria do público está no trajeto trabalho-casa. Outra que também ousou
e foi uma aula de história e competência no horário foi “Lado a Lado”, exibida
ano passado, também de época.