terça-feira, 17 de setembro de 2013

“Jóia Rara”: Novela mostra que a união de profissionais de primeira linha, tanto no elenco quanto na parte técnica, é garantia de qualidade, seja em que horário for


Não há como tecer qualquer comentário sobre “Jóia Rara”, novela das seis da Rede Globo que estreou nessa segunda-feira (16), sem exaltar, antes de qualquer comentário, o belíssimo trabalho de direção de Ricardo Waddington e o texto impecável dos autores Duca Rachid e Thelma Guedes. Após assistir a dois capítulos do novo folhetim, a sensação que se tem é a de que a união de profissionais de primeira linha, tanto no elenco quanto na parte técnica, é garantia de qualidade, seja em que horário for.

“Jóia Rara” é um produto que poderia, sim, estar ocupando o horário nobre. E com uma dignidade na narrativa e um respeito ao público na plasticidade das cenas, por mais sensuais que sejam, que supera qualquer expectativa. O elenco, sim, é de primeira linha. Mas não cabe atribuir apenas aí o sucesso. Sem uma história com conteúdo, sem uma direção criativa e ousada, atores não fazem milagre.

Essa é mais uma novela que está se sobrepujando ao estigma das tramas feitas sem muita ousadia por estar naquela faixa horária flutuante em que a maioria do público está no trajeto trabalho-casa. Outra que também ousou e foi uma aula de história e competência no horário foi “Lado a Lado”, exibida ano passado, também de época.

Nas minhas primeiras considerações, antes de entrar nos detalhes da história e das atuações, não teria como não destacar o competente trabalho de direção e criação dessa novela, que poderia, sim, prestar uma função social e histórica muito mais útil ao público do que as tramas povoadas de discursos nada éticos e nada morais que estão no ar atualmente em horário nobre.