domingo, 29 de setembro de 2013

Análise: Padrão de qualidade tanto alardeado se perdeu de vez. Na briga por audiência, Rede Globo e Record se nivelam com mesmos personagens no domingo



Naldo e Moranguinho no “Domingão do Faustão” foi quase como uma ressaca da Globo nesse domingo (29), um dia após a Record ter mostrado no sábado (28) à noite, uma das participantes do reality show “A Fazenda” ter tirado a roupa e mergulhado pelada na piscina. Está tudo na mesma “vibe”. Fico imaginando o Britto Jr. com uma jaqueta roxa, tipo Barney, como a usada por Fausto Silva.

Perguntar quem é Naldo, quem é Moranguinho,é quase a mesma coisa que perguntar quem é Bárbara Evans, a filha da Monique. Quem é Denise Rocha, a Furacão da CPI. Ou seja, o tal padrão de qualidade tanto alardeado se perdeu de vez. 

Globo e Record, na briga por audiência, estão se nivelando.



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“A Fazenda 6”: Strip-tease em última festa coroa temporada de baixarias em reality com sub-celebridades em que o favoritismo de Bárbara é escancarado pela emissora



A última festa de “A Fazenda 6”, da Record, reunindo participantes eliminados com os três finalistas, Bárbara Evans, Denise Rocha e Marcos Oliver, realizada na noite de sexta-feira (27) e exibida nesse sábado (28), justificou o programa ser chamado de reality show quando o elenco é formado por sub-celebridades. A noite fechou com chave-de-ouro, com direito a strip-tease, uma temporada recheada de baixarias, com gemidos e movimentação de sexo assumido sob o edredom, tratado pela produção apenas como “clima quente”, cusparadas na cara que não configuraram como agressão física e um festival de palavrões de baixíssimo calão.

E, mais uma vez, o favoritismo de Bárbara alimentado desde o início pela emissora ficou claro no “Melhor do Brasil” desse domingo (29), dia da final do programa, em que a filha de Monique Evans foi a figura central na retrospectiva dos três finalistas.  O apresentador Rodrigo Faro chegou ao cúmulo de encerrar a matéria dizendo: “E aí, será que é essa linda peoa com jeitinho sedutor de menina que vai levar os R$ 2 milhões?”.

Sem falar que, no mesmo programa, Monique participava de um quadro em que buscava um namorado, colocado no ar após a estreia de “A Fazenda 6”. A emissora só decidiu dar “uma pausa” no quadro já na reta final do reality, argumentando achar que ele poderia beneficiar Bárbara. Demorou em se dar conta de algo que todos já tinham percebido. A atitude da Record só reforçou a ideia de que ela subestima a inteligência dos seus telespectadores.



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sábado, 28 de setembro de 2013

“Saramandaia”: Remake chega ao fim sem corresponder à expectativa de quem teve contato com a versão original e maculando mais um clássico da nossa teledramaturgia


Já vi remakes que me surpreenderam, como os de “Anjo Mau” e “Pecado Capital”. E há os que, definitivamente, não fazem jus ao original, como aconteceu recentemente com “Gabriela”, que desde o começo não cativou, principalmente pela escolha da protagonista. Por mais que Juliana Paes tenha se esforçado, não superou o fenômeno criado por Sonia Braga. E também por tentar se reinventar demais, como aconteceu agora com “Saramandaia”, que, definitivamente, foi uma outra história que fugiu muito do original de Dias Gomes.

Se for para se elaborar uma nova história, então que seja realmente criada uma outra trama, com novos personagens, nova trilha sonora, nova caracterização. Não entendo por que querer pegar carona no sucesso feito por um riquíssimo trabalho de dramaturgia de décadas atrás para criar uma outra história, mexer e remexer no original, e estraçalhar com as lembranças do telespectador que foi testemunha do original. Os recursos avançados de tecnologia tiraram de vez a leitura poética que havia antes.

Com toda a nova tecnologia de que os realizadores atuais têm em mão, não superaram o original produzido com muito mais competência, embora com recursos escassos, ao traduzir para a telinha a fantasia fantástica criada por Dias Gomes.  É mais uma prova de que não basta ter tecnologia avançada se não tiver mão de obra humanamente criativa.
Agora é esperar que não mexam mais no que já deu certo nem maculem outros clássicos da nossa teledramaturgia. Que tenham realmente ousadia em criar novos sucessos.





Análise: Chiquinha de “Chaves” diz que não guarda mágoas de Bolaños às vésperas de chegar ao Brasil, onde o seriado continua sendo sucesso de audiência no SBT


Fã clube, definitivamente, é uma instituição que surge naturalmente, fortalece suas bases intencionalmente e, caso não haja controle, torna-se uma entidade com fins puramente de fanatismo. Em entrevista a um site de celebridades, Maria Antonieta de Las Nieves, a Chiquinha do seriado mexicano de humor “Chaves”, há anos exibido no Brasil pelo SBT, falou sobre a expectativa para a visita que fará ao Brasil em novembro, com direito a performances nos shows de Annita, e sobre o fim da disputa judicial com Roberto Bolaños, personagem-título do programa, pelos direitos de sua personagem.

Não vou nem entrar na questão “show da Annita”, mas sim na de que Maria Antonieta é, sim, criadora da Chiquinha. Agora, ela teria realmente alcançado o mesmo sucesso  se não tivesse feito parte desse programa que continua tendo audiência, mesmo em reprises, do SBT? Na tal entrevista ela diz que não guarda mágoas do intérprete do protagonista e idealizador do Chaves. E ela poderia fazer diferente já que se tornou realmente conhecida através dessa série? “Sou muito agradecida a ele”, afirmou ela, após vencer uma batalha judicial.

Agiu certo ela ao brigar por seus direitos autorais de criação da personagem. Está sendo coerente ao reconhecer a ajuda que Bolaños deu para impulsionar sua carreira. Está mostrando determinação, humildade, respeito e humildade. Que essa postura da atriz sirva de exemplo a seus fãs, principalmente aos mais exaltados e menos diplomatas.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013

“Pecado Mortal”: Carlos Lombardi estreia na Record com novela recheada de ação e trazendo de volta os ganchos para as cenas seguintes tão em falta nos folhetins atuais


Carlos Lombardi em sua primeira novela na Record, “Pecado Mortal”, já estreou, na quarta-feira (25), mostrando que veio trazer ação e movimentar o marasmo que toma conta da maioria dos folhetins no ar nas emissoras. Não, não é uma atitude pioneira de Lombardi, autor que durante anos escreveu para a Rede Globo. Há muito tempo a dramaturgia da Record aposta em histórias que envolvem a bandidagem da vida real, tanto em tempos modernos quanto em tramas de época, como já aconteceu em “Vidas Opostas” e “Poder Paralelo”, para citar apenas duas.

Os primeiros capítulos de “Pecado Mortal”, na rápida primeira fase ambientada nos anos 40, trouxeram uma sequência de ações e acontecimentos de tirar o fôlego. Cenas fortes de pai matando o filho e logo depois morrendo agonizante, pedindo remédio sob o olhar impiedoso de algozes de olho em seu posto de chefe do morro, um parto forçado em que a criança é roubada, a mãe é levada para a morte, mas fica no ar o grito ensurdecedor que faz o link para a fase seguinte.

Logo em seguida, trinta anos depois, mais cenas contundentes, com brigas, tiroteio, acidentes, sangue jorrando, discurso bizarro de uma advogada diante de um tribunal e sexo debaixo d’água nos mares de Angra dos Reis, litoral fluminense. Agilidade é o que não falta, tanto no texto quanto na direção de Alexandre Avancini. Dorsos nus sempre foram atribuídos como recurso do autor, mas, continuam sendo vistos em tramas que não são de sua autoria. Sinal de que fez escola.

A edição também foi feliz ao congelar imagens para fazer o link das personagens na fase jovem com a passagem de tempo para os anos 70. A direção de arte está de parabéns pela bela reconstituição de época. A trilha sonora é uma carta na manga para conquistar o público saudoso dessa época. Na breve participação, Gracindo Jr. correspondeu, embora lembrasse o que já tinha feito em “Poder Paralelo” como Castellamare, em 2009. E Paloma Duarte deveria fazer uma personagem diferente de tudo que ela já vem fazendo há sete anos na emissora. É sempre o mesmo sorriso, a mesma expressão dúbia, seja para mocinha quanto para vilã.

No mais, é uma novela que mereceria, sim, ser exibida mais cedo. Na disputa com a concorrente, a história é bem mais interessante. Mas, enquanto a Globo também repete o mesmo casting sucessivamente em suas novelas e tendo escala fixa de ordem de autores no ar, como se inspiração batesse ponto, a Record busca nos insatisfeitos com esse esquema previsível uma saída, oferecendo o desafio de tentar fazer algo diferente. Tomara que não perca o ritmo dessa primeira semana.


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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

“Amor à Vida”: Do papel de coadjuvante, Carol Castro valoriza o drama de sua personagem e conquista o posto de elenco principal, sobrepondo-se a qualidade duvidosa de texto e de direção da trama



Carol Castro conseguiu o que há muito se esperava em “Amor à Vida”, novela das nove da Rede Globo: uma cena em que a emoção prevalecesse acima do texto e da direção. Em meio a situações inverossímeis criadas pelo autor Walcyr Carrasco e a direções pouco convincentes em muitas outras cenas, como a geral assinada por Mauro Mendonça Filho e de núcleo por Wolf Maya, a atriz trouxe para si o drama de sua personagem de uma forma tão convincente que nem parecia estar sendo dirigida, como aconteceu no capítulo dessa quarta-feira (25).

Quem já vivenciou o drama de ter alguém da família se submetendo a uma mastectomia sabe o que isso representa. Apesar dos truques de edição, em seu momento mais crucial a atriz soube passar a emoção na medida exata. Falar de câncer de forma geral já é delicado. Imagina tocar em um tipo de câncer que ultrapassa a delicadeza feminina? Toca na vaidade da mulher. Toca na primeira fonte de alimento de todo ser humano. Mexe com um íntimo onde muitos não têm a menor noção de onde realmente toca.

Tudo faz parte de um conjunto para que a cena se salve: quando o intérprete está disposto a dar o seu melhor, quando se tem um texto primoroso e quando se tem uma direção competente. O tema é delicado. A realização da sequência muito mais. E a entrega da atriz se sobrepôs a tudo isso.


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“Dona Xepa”: Novela chega ao fim sem grande repercussão, mas como um exercício de coragem ao refazer um produto conceituado na teledramaturgia brasileira


Ângela Leal pode não ter sobrepujado a marcante interpretação que Yara Cortes deu à personagem-título de “Dona Xepa”, em 1977, na Rede Globo, mas, com certeza, superou-se ao chamar para si o domínio sobre o perfil de uma protagonista que reina soberana sobre a história. A atriz veterana não desapontou nas cenas que variavam da extrema alegria à extrema tristeza, passando de um sentimento ao outro com uma naturalidade que parecia ser fácil até para os menos experientes. Mas os mais experientes sabem que não é assim. É preciso, sim, versatilidade, dedicação e seriedade no desempenho da profissão.

Assim como na primeira versão televisiva escrita por Gilberto Braga e dirigida por Herval Rossano, o remake escrito por Gustavo Reiz, com direção geral de Ivan Zettel, também foi uma adaptação da peça teatral homônima criada por Pedro Bloch. Sem mudar a essência da história, foi feito um bom trabalho de reconstituição do trabalho de feirantes, que não mudou tanto assim nos últimos trinta anos. Assim como não mudou o suficiente como deveria o preconceito existente tanto lá quanto cá.

No geral, a direção de arte nos cenários internos e os figurinos deixaram a desejar. Já do elenco pode-se destacar também, é claro, mais uma vez Bemvindo Sequeira se encarregando de não deixar mais um personagem passar em branco. Ele sempre faz isso, seja interpretando vilões ou bonzinhos. Thaís Fersoza, com sua característica carinha de mocinha da história, também se saiu bem no papel da filha ingrata, ambiciosa e alpinista.

A “Dona Xepa” da Record pode não ter incomodado a concorrência em termos de audiência, mas foi um bom exercício de coragem ao refazer três décadas depois um produto conceituado na teledramaturgia brasileira.



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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

“Além do Peso”: Quadro de programa da Record é mais um a explorar pessoas que sofrem de obesidade numa disputa por audiência, mas que, ao menos, atende a anônimos realmente necessitados


Três semanas após a Globo ter estreado no “Fantástico” sua nova edição do “Medida Certa”, em que celebridades são submetidas a uma reeducação alimentar, exercícios físicos e acompanhamento médico para emagrecerem, o “Programa da Tarde”, da Record, deu a largada nessa segunda-feira (23) ao “Além do Peso”, em que anônimos buscam o mesmo objetivo. Uma emissora está copiando a outra? Não. A fórmula é antiga e vem sendo copiada há tempos.

Um dos primeiros realities com gordinhos, senão o primeiro, foi o “The Biggest Loser”, da NBC, dos Estados Unidos, cuja primeira temporada aconteceu em 2004. No Brasil, o SBT saiu na frente com duas adaptações com nomes diferentes: “O Grande Perdedor”, em 2005, e “Quem Perde Ganha”, em 2007, em que os concorrentes também entravam não só para perder muitos quilos como para levar um prêmio na final.
 
Em “Além do Peso”, assumidamente usando formato comprado da Endemol, quatro mulheres e quatro homens que sofrem de obesidade mórbida vão encarar uma maratona de desafios diários para emagrecer e recuperar a qualidade de vida. A transformação também envolve uma mudança de comportamento. Já na estreia os participantes tiveram no palco a presença da vencedora do mesmo desafio feito na Argentina em que a vencedora foi Jennifer, que perdeu 80 quilos e ficou famosa em seu país. Exagero? Talvez não. Afinal, por aqui também não é difícil tornar-se celebridade, ou subcelebridade, após participar de um reality, seja lá de que tipo for.

Fica no ar a dúvida se em no “Medida Certa” não pode acontecer o contrário. Preta Gil e Gabi Amarantos, que sempre levantaram a bandeira de serem bem-resolvidas com suas silhuetas, vão manter o mesmo sucesso com seus quilinhos a menos? Independentemente de qualquer coisa, o risco do comprometimento psicológico acontece para anônimos e famosos. Cabe às emissoras que lançam mão desse tipo de disputa saberem avaliar o grau de responsabilidade que assumem ao usarem pessoas que sofrem de uma doença, que é a obesidade, numa disputa por audiência. Afinal, famosos ou anônimos, estão todos na mesma categoria ao se exporem dessa forma.
 

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