domingo, 6 de janeiro de 2013

“O Capa”: Série traz super-herói inspirado em histórias em quadrinhos com poderes ilusionistas, linguagem própria, mas tempo limitado de validade para seus truques


“O Capa”, série que a Record está exibindo há duas semanas nas noites de sábado no lugar de “Legendários” durante as férias de Marcos Mion, pode não agradar a exigentes aficionados por heróis inspirados em histórias em quadrinho. Isso porque o protagonista, Vince Faraday, interpretado por David Lyons, da série “E.R.”, está longe de ser um Superman, um Spider-Man ou até um Máskara. A fonte de seus poderes envolve truques de ilusionismo, de escapismo e outras formas de ataque e defesa de uma misteriosa capa, aliados a uma preparação à qual ele próprio se submeteu, treinando com facas lançadas contra ele próprio e ingestão de venenos e antídotos. Ele é o criador da própria criatura na qual se tornou, independentemente das magias.

Vince, no entanto, não deixa de lado seu jeito humano de ser. “Eu sou o Capa”, diz ele, mas, sem estar usando a capa, apenas uma máscara a la Zorro. “Onde está a capa”? “Lavando”, explica ele, ironicamente. Vince é um policial que foi traído por seus colegas, dado como morto em um tiroteio e que assumiu a identidade de um super-herói de revistas em quadrinho, ídolo de seu filho. Com a ajuda de uma misteriosa hacker e de uma trupe circense, e afastado de sua família, ele começa a combater os crimes em sua cidade, Palm City. No elenco estão nomes conhecidos como Summer Glau, da série “Terminator: The Sarah Connor Chronicles”, Vinnie Jones, de “X-Men: O Confronto Final”, e James Frain, da série “True Blood”.

Anunciada como série inédita no Brasil, “O Capa”, dublada na Record, foi exibida ano passado pelo Universal Channel, legendada. Nos Estados Unidos, “The Cape”, produzida pela NBC para ter, inicialmente, 13 episódios, em função da baixa audiência não passou do décimo e foi tirada do ar. A ideia de picotar os blocos de cada episódio em mini capítulos com subtítulos talvez não tenha sido bem recebida. Há quem goste de tudo mastigado e compactado, com pausa para pensar apenas nos breaks comerciais. De qualquer forma, já deu sinal de ser uma boa série, mas que deve se esgotar em dez episódios, ou teriam que repetir muitos truques. Afinal, não há Uri Geller, David Copperfield e Mister M que perdure por muito tempo.