quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

“José Do Egito”: Emissora investe mais uma vez em minissérie épica e volta a acertar no trabalho de direção de arte, fotografia e unidade na interpretação de todo o elenco


A Record acerta mais uma vez ao colocar no ar o que sabe fazer de melhor: minisséries bíblicas. Depois de “A História de Ester”, ‘Sansão e Dalila” e “Rei Davi”, a emissora volta a mostrar seu empenho e competência em fazer produtos do gênero com a estreia de “José do Egito”, nessa quarta-feira (30). Com direção de Alexandre Avancini e autoria de Vivian de Oliveira, a produção faz jus aos mais de R$ 20 milhões orçados, com direção de arte, fotografia, figurinos e caracterizações cuidadomente trabalhados.


A história de José, o filho mais novo do patriarca judeu Abraão, alvo da inveja dos irmãos, faz parte do Antigo Testamento. Ele é vendido como escravo, mas cai nas graças do faraó, se tornando governador do reino por causa do seu dom de interpretar sonhos.O mais interessante nesses projetos épicos da Record é que o que vale mesmo é a história e o trabalho de equipe minuciosamente trabalhado para que um setor não se sobressaia ao outro. Nenhum personagem está acima de tudo e de todos. Nem mesmo o personagem-título. Diferentemente de outras estreias em que invariavelmente há um ator a se salientar, em “José do Egito” há um trabalho de equipe não só nos bastidores, mas na consciência de cada um ter o seu momento de contribuir para a história.

O mote é a história de José, vivido na fase jovem por Rick Tavaes e por Ângelo Paes Leme na adulta, filho de Jacó (Celso Frateschi), invejado pelos irmãos-primos, já que o pai é casado com irmãs, que acabará sendo vendido pelos próprios como escravo, mas acabará se tornando governante do Egito. Mas no capítulo de estreia o destaque ficou para Diná (Marcela Barrozo), jovem estuprada por Siquém (Paulo Nigro), com quem acaba se casando, contra sua vontade, sob o compromisso de o jovem se submeter à circuncisão.

O primeiro episódio agradou. As questões da época, 1716 A.C. na Mesopotâmia, dispensam comentários. A quem as desconhece requerem pesquisa. No quesito reconstituição de cenário ambientado no Egito e Israel de 4.000 anos atrás a equipe não descuidou de detalhes. Tudo indica que José na fase jovem entregue ao ator Paulo Nigro conquiste a mesma admiração conquistada por Leandro Léo quando fez o jovem “Rei Davi” antes de entregar o personagem a Leonardo Brício para a fase adulta do personagem.

Há também certo tom de modernidade nos diálogos, apesar de ser uma história de época. Como quando Diná questiona o fato de estar sendo obrigada a se casar por questões religiosas e interesses na divisão de bens materiais entre famílias de diferentes povos. Evoluído demais para a época? Por que não? 



 Outra minissérie épica, aqui:

http://www.blogger.com/blogger.g?blogID=6861779965983543569#editor/target=post;postID=7157942689055193711