A Record acerta mais uma vez ao colocar no ar o que sabe fazer de melhor: minisséries bíblicas. Depois de “A História de Ester”, ‘Sansão e Dalila” e “Rei Davi”, a emissora volta a mostrar seu empenho e competência em fazer produtos do gênero com a estreia de “José do Egito”, nessa quarta-feira (30). Com direção de Alexandre Avancini e autoria de Vivian de Oliveira, a produção faz jus aos mais de R$ 20 milhões orçados, com direção de arte, fotografia, figurinos e caracterizações cuidadomente trabalhados.
A história de José, o filho mais novo do patriarca judeu Abraão, alvo da inveja dos irmãos, faz parte do Antigo Testamento. Ele é vendido como escravo, mas cai nas graças do faraó, se tornando governador do reino por causa do seu dom de interpretar sonhos.O mais interessante nesses projetos épicos da Record é que o que vale mesmo é a história e o trabalho de equipe minuciosamente trabalhado para que um setor não se sobressaia ao outro. Nenhum personagem está acima de tudo e de todos. Nem mesmo o personagem-título. Diferentemente de outras estreias em que invariavelmente há um ator a se salientar, em “José do Egito” há um trabalho de equipe não só nos bastidores, mas na consciência de cada um ter o seu momento de contribuir para a história.
O mote é a história de José, vivido na fase jovem
por Rick Tavaes e por Ângelo Paes Leme na adulta, filho de Jacó (Celso Frateschi),
invejado pelos irmãos-primos, já que o pai é casado com irmãs, que acabará
sendo vendido pelos próprios como escravo, mas acabará se tornando governante
do Egito. Mas no capítulo de estreia o destaque ficou para Diná (Marcela Barrozo),
jovem estuprada por Siquém (Paulo Nigro), com quem acaba se casando, contra sua
vontade, sob o compromisso de o jovem se submeter à circuncisão.
O primeiro episódio agradou. As questões da época,
1716 A.C. na Mesopotâmia, dispensam comentários. A quem as desconhece requerem
pesquisa. No quesito reconstituição de cenário ambientado no Egito e Israel de
4.000 anos atrás a equipe não descuidou de detalhes. Tudo indica que José na
fase jovem entregue ao ator Paulo Nigro conquiste a mesma admiração conquistada
por Leandro Léo quando fez o jovem “Rei Davi” antes de entregar o personagem a
Leonardo Brício para a fase adulta do personagem.
Há também certo tom de modernidade nos diálogos, apesar de ser uma história de época. Como quando Diná questiona o fato de estar sendo obrigada a se casar por questões religiosas e interesses na divisão de bens materiais entre famílias de diferentes povos. Evoluído demais para a época? Por que não?
Outra minissérie épica, aqui:
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