Reginaldo Faria surpreendeu com sua volta à cena em
uma participação especial no “Louco Por Elas”, que foi ao ar nessa terça-feira
(29). Sua personagem, Veruska, a apresentadora de um programa de TV que fala
sobre sexo, na verdade, é o pai de Léo (Eduardo Moscovis), que, ao
descobrir no passado que tinha "nascido mulher no corpo de homem", abandonou a
família e passou a viver com uma identidade feminina.
A transformação só mostrou a versatilidade do ator,
que ano passado viveu Augusto, um homem rico e bondoso transformado em um
espírito de luz após sua morte e é pai de Carlinhos (Gabriel Braga Nunes), o
filho roubado quando bebê na novela “Amor Eterno Amor”. Não que seu talento
para a comédia não tivesse já sido comprovada antes, afinal, como esquecer
Jacques Léclair, o costureiro homem que fingia ser gay em “Ti Ti Ti”, de 1985?
Reginaldo oxigenou o segundo episódio dessa terceira
temporada da série, mostrando a alegria espontânea da personagem, mas também a
tristeza contida por não poder se assumir diante dos próprios netos. Uma
mistura de “Gaiola das Loucas” com “Uma Babá Quase Perfeita”. E fez uma dupla
ótima com Violeta (Glória Menezes), que nessa fase atual está cada vez mais
alienada do mundo real e se entregando a suas fantasias em que prevalece a
ideia fixa em ter um companheiro.
No geral, no entanto, o texto de João Falcão muitas
vezes cansa ao exagerar numa espécie de troca de papéis, em que crianças falam e
agem como adultos, e estes se comportam como adolescentes desinformados
e ainda em busca da própria identidade. Logo na abertura do episódio aparece a “viajante”
Violeta e suas netas, Bárbara, de 17 anos, e Theodora, de apenas 11, assistindo
a Veruska mostrando na TV um pepino, comparando-o ao órgão genital masculino. Em
seguida, a caçula pergunta à irmã se homens podem gerar filhos. “Eu quero ter
um filho, mas não quero engravidar. Quero que meu marido engravide”, afirma a
criança, num discurso exageradamente rebuscado para sua idade, que, inclusive, é inferior à
da classificação indicativa do programa, de 12 anos.
Tudo bem que as crianças atualmente estão cada vez
mais evoluídas e à frente do seu tempo, mas a lente de aumento que os autores
estão colocando nas falas da atriz-mirim e a discrepância entre o comportamento dela e as
atitudes totalmente sonsas dos adultos são tão insistentemente repetitivas que deixam algumas sequências pedantes e enfadonhas.
Mais sobre "Louco Por Elas", aqui:
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