segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

“Arquivo Confidencial”: Com todo seu talento e sempre sorrindo, Francisco Cuoco se revela um dos artistas mais autênticos, sinceros e humildes que já passaram pelo quadro do “Domingão do Faustão”




Francisco Cuoco transmite uma sinceridade e uma naturalidade ao lidar com todo tipo de assunto, tantos os mais corriqueiros do dia-a-dia quanto os que envolvem sua profissão e a fama que advém dela, que ele pode ser considerado um dos artistas mais autênticos ao ser o homenageado do “Arquivo Confidencial” do “Domingão do Faustão”, como aconteceu nesse domingo (13), na Rede Globo. É claro que ver a própria história ser contada por antigos companheiros que nos acompanham ao longo de nossa trajetória é de fazer qualquer um se emocionar. A diferença é que Cuoco em nenhum momento sucumbiu à tentação de se vitimizar para tornar seus dramas ainda mais dramáticos. Sempre com um sorriso nos lábios, embora lágrimas nos olhos, o ator deu um exemplo de simplicidade, serenidade e engajamento social.

E olha que não faltaram motivos para emoção. Como quando sua irmã lembrou a morte do pai de um enfarte fulminante após sair para o trabalho e do coma que acometeu sua mãe, após um AVC quando se dirigia para onde estava o corpo do marido, e que a deixou inerte durante dez anos em casa. Mas, de cada situação ele colheu ensinamentos. E continuou ensinando: “A vida passa rápido. O passado é uma referência, mas é uma coisa morta. Então, a gente planta muito esse presente com carinho, porque a gente não sabe o minuto seguinte”, afirmou o ator.

Entre os famosos que gravaram depoimentos, como Boni, Regina Duarte, Tony Ramos, estavam também anônimos, como o porteiro de um teatro que assistiu a uma peça pela primeira vez graças a um convite pessoal de Cuoco, ou o porteiro do prédio onde o ator mora que foi socorrido financeiramente por ele num aperto pelo qual passou, e uma fã, que guarda até hoje uma imensa dedicatória escrita pelo artista ainda em início de carreira, quando morava num humilde sobradinho em São Paulo. Ao invés de falar sobre os tempos difíceis na moradia, como Faustão tentou instigar perguntando se naquela época ele trabalhava num banco, o homenageado riu, disse que também foi feirante enquanto morava ali e brincou lembrando, rindo muito, que no cômodo viviam várias pessoas, inclusive um tio que bebia e chegava se esgueirando na porta.

Fausto Silva, como acontece invariavelmente, não foi feliz ao anunciar, após o depoimento de Antônio Pitanga, “o ator que hoje é mais conhecido como pai da Camila Pitanga”. Rápido, Cuoco desviou a atenção do comentário para uma história divertida de quando jogava futebol no time de Pitanga e de Miéle, o outro depoente do bloco.  E o homenageado deu mais uma lição ao falar sobre seu casamento de três anos com Thaís, 53 anos mais jovem do que ele, que tem 79: “Coração não tem idade e sentimentos não têm barreiras”.  E fechou com chave de ouro ao não se vangloriar de estar ali colocado num pedestal e, depois de apontar bailarinas, plateia, equipe técnica e telespectadores, afirmar: “Aqui, nós todos temos uma grande história!”. Grande, Cuoco!