quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

“Rei Davi”: Record acerta ao apostar de novo em uma superprodução para contar de forma didática a história de um rei hebraico


Que a Rede Record vem se aperfeiçoando na produção de minisséries bíblicas, isso não há o que se discutir desde que a emissora produziu “A História de Ester” e “Sansão e Dalila”. O investimento de cerca de um milhão de reais feitos em cada um dos 29 capítulos de “Rei Davi”, que estreou nessa terça-feira (24), se fez notar em cenas muito bem realizadas e editadas de embates com centenas de figurantes, na produção de arte pesquisada em detalhes, na bem tratada fotografia e na produção de arte pontuada por um trabalho cuidadoso e pesquisado de figurino e maquiagem.

“Rei Davi” conta em 29 capítulos a vida do rei hebraico, um dos personagens bíblicos mais conhecidos da história. Davi foi o pastor de ovelhas que, enfrentando suas paixões e erros, também derrotou o gigante Golias e se transformou em rei. As gravações começaram em setembro, no Canadá, Chile e Brasil. A autoria é de Vivian de Oliveira e a direção-geral de Edson Spinello. 

Embora toda a campanha de divulgação da minissérie tenha girado em torno de Leonardo Brício, que assumirá o posto de Davi na fase adulta e mais velha, no primeiro capítulo quem deu vida, e com muita competência, ao personagem-título da minissérie foi Leandro Léo. O jovem ator, que também é cantor e é conhecido por ter feito um intérprete de hip-hop na novela “Poder Paralelo”, também na Record, e marcar presença em vários shows da cantora Maria Gadú, com quem divide a interpretação de “Laranja”, merece ter um destaque maior nessa história.

A minissérie teve um toque didático em sua abertura ao tentar explicar as batalhas travadas entre tribos israelenses no século XI A.C.. Missão difícil. E embora tudo ocorra de uma forma datada, há um certo exagero na teatralização. A luta do jovem Davi contra um urso na Palestina foi bem patética. Já Iran Malfitano, quase irreconhecível, tem a chance de se livrar da pecha do gay de “A Favorita”, seu último trabalho na Globo. Enquanto Gracindo Jr. e Ângela Leal deslizam fácil como qualquer ator de categoria em qualquer papel que se coloque nas mãos.

Antes de qualquer coisa é preciso se olhar com a visão de quem está pronto a assistir a um programa épico-religioso do século XXI trazido para a TV. Não há como prever o que virá pela frente. A apresentação foi honesta e clara, e com uma bela declamação de Salmos, como o 23, ditado por Davi.

Se foi feita para agradar à igreja, é outra história. Em termos de televisão, acredito que a emissora pode se considerar satisfeita pelo resultado.

E para quem quer conhecer a porção cantor de Leandro, vale conferir: