Danilo estava totalmente à vontade para lidar com o
deslumbramento da convidada, inclusive para corrigir a grafia de seu nome na
dedicatória do livro “Ai, Que Loucura”, que ela o presenteou: “Meu nome é
Gentili e não Gentile”, enfatizou ele. É claro que no meio da loucura ele não
se tocou quando ela falou que em seu livro contava histórias do seu amigo Jean
Paul Getty. Amigo? Na verdade ela deve ter se confundido com outro empresário
americano, Christopher Getty, de quem foi namorada e era neto de Jean Paul, que
morreu quando ela não tinha nem 10 anos...
Acostumado a entrevistas bizarras desde os tempos de
“CQC”, programa no qual era um dos melhores repórteres, o agora apresentador
embarcou na onda e deixou até que o namorado de Narcisa, Guilherme Fiúza,
chamado por ela, entrasse em cena, já com seu próprio livro em punho para
aproveitar o espaço para divulgação. Perguntado por Gentili o que tinha achado
de “Mulheres ricas”, no qual também participou, o jornalista e escritor, autor
de “Meu nome não é Jonnhy”, foi contundente: “Achei legal, mostra a rotina das
participantes”... E Fiúza acabou sendo comparado a um assessor de assuntos
aleatórios quando Narcisa, após ter seu sorriso comparado ao do Curinga (vilão
dos filmes de Batman) pediu socorro a ele perguntando: “Quem é Curinga?”. Mais
sem graça ainda ficou o jornalista quando ela recorreu a ele mais uma vez para
indagar quem era Datena, após Gentili perguntar o que ela preferiria: acordar
sem um rim ou com a tatuagem do (apresentador Luiz) Datena) na face.
Danilo Gentili sabe bem explorar o lado bizarro de
entrevistados que rendam esse tipo de retorno. Porque pegar um personagem que
já vem pronto para fazer gracinhas pode parecer fácil até para um entrevistador
iniciante, mas se o entrevistador não tiver a cancha de saber impor sutilmente
limites ao entrevistado, tudo pode desandar no samba da cabrocha doida.
Marcelo Mansfield tem feito uma boa dobradinha com
Danilo. Ultraje a Rigor é uma espécie de banda do “Domingão do Faustão”, com
Roger fazendo o papel de Caçulinha. Nada contra. Já Murilo Couto e Léo Lins
funcionam muito mais em reportagens externas. No palco, ainda parecem figuras
preenchendo aquele espaço vago entre um comercial e outro. Ou a falta de
comerciais.