Assim
como a carioca Narcisa Tamborindeguy continua explorando o seu bordão “Ai, que
loucura. Ai, que absurdo”, as outras participantes também quiseram se
sobressair com frases de efeito. Um pouco mais "esperta", focando em
seu próprio lucro, a joalheira paulista Lydia Sayeg tem como lema “Rico tem a
obrigação de gastar”. Não é o caso da mais nova emergente da sociedade
paulistana Val Marchiori, que apela para a vaidade sustentada pela cor dos
cabelos: “Hello! Sou linda, loura e rica. Adoro!”. Nem o da paulistana Brunete
Fraccaroli, que se diz arquiteta, mas tem uma definição pouco edificante para
si mesma: “Sou uma Barbie de verdade!”. Já Débora Rodrigues, a ex-sem-terra que
posou nua para uma revista masculina, casou-se com um milionário e hoje é
piloto de Fórmula Truck, não tem frase que convença sua presença nesse tipo de
programa.
Val, que
se diz apresentadora de TV só porque faz algumas aparições no programa “Amaury
Jr”, foi a que ganhou mais espaço. Seu dia começa “cedo” no banho de espuma na
banheira e pula imediatamente para as compras da tarde. Percorre lojas de grife
como Louis Vitton, Channel, sempre de olho no jabá: “Vamos em outra loja que
aquela ali nem champanhe boa serve”, disse ela ao seu assistente. Resta saber
se essas grifes liberaram o uso de suas imagens.
Narcisa,
que se auto-proclama “The face of Rio”, diz ter berço, mas revela pouco domínio
da língua portuguesa: “Minha família é de origem muito boa, muita rAfinada”. E
parece ter incorporado a Baby do Brasil, pois achou um novo grito de guerra:
“Rá, Rá Rá”, repete ela com vigor. Bom, pelo menos Narcisa bebe do próprio
champanhe, diferentemente da Val, que bebe muito mais na fonte alheia. E ainda
simula um telefonema para o marido enquanto “compra” um novo avião sem escalas
para Paris. Faltou citar o nome do tal marido, que não apareceu em momento
algum. Como diria Luciana Gimenez (para manter o nível, ou a falta de...):
“Abafa”.
Lydia é
uma empresária do ramo de jóias que tenta mostrar uma extravagância familiar:
apresenta o marido, a filha, as assistentes domésticas, os seguranças da loja
onde trabalha. Mas tem um gosto extremamente duvidoso ao ir às compras com a
filha e escolher figurinos de péssimo gosto, como uma malha que a transforma
quase em um Capitão América. Se estivesse na 25 de Março e se tivesse uma boa
dose de bom gosto, talvez saísse de lá um pouco mais chique.
Brunete é
aquela que nasceu nos Jardins, área nobre paulistana, e só por isso já se acha
fina. Conta ela que produziu uma réplica da Barbie com sua figura para se
vingar de uma repórter e acha que isso basta para torná-la famosa. E simplifica
o conceito de riqueza: “Luxo para mim é atravessar a rua e ir trabalhar no meu
escritório com minha cachorrinha”. A cachorrinha, no caso, é um maltês que,
como sua dona, só toma água Perrier.
Já Débora
é a mais deslocada de todas. Não tem nada de emergente, nada de socialite.
Parece ter aceitado participar do programa apenas para divulgar a equipe de
pilotos da Fórmula Truck de seu marido. Estaria melhor participando de um
“Troca de Esposas”. O único quesito no qual ela se identifica com as outras é o
mau gosto. Quando até Brunete critica o azul turquesa da fachada da casa da
caminhoneira que a Band classifica como socialite, é porque alguma coisa vai
mal na “tal” sociedade, né?
Enfim,
são mulheres de riquezas duvidosas, com seu egos movidos a champanhe, opiniões
patéticas sobre o tudo, e vivendo num mundo criado em suas mentes apenas para
elas mesmas... Ricas? Em quê?