Faltou
transparência e responsabilidade à direção do “Big Brother Brasil 12” ao
anunciar a saída de Daniel do programa, na noite dessa segunda-feira (16). O
programa começou mostrando como foi formado o primeiro paredão, que levaram
Analice e Jakeline para a berlinda, com imagens da noite anterior. Só depois
Pedro Bial, tentando ser o mais neutro possível no assunto, anunciou que a
direção do “BBB” desde a manhã de domingo (15) estava analisando a
possibilidade de Daniel ter infringido o regulamento durante a festa de sábado
(14), e que só então havia chegado à conclusão de que ele deveria ser eliminado
do programa por “grave comportamento inadequado”.
Primeiro
que isso não foi uma eliminação, foi uma expulsão. E não foi decidida apenas
após uma análise da direção da emissora e sim após a abertura de um inquérito
policial para apurar os fatos. Constrangedor Bial não explicar no ar o
verdadeiro motivo da expulsão. Mesmo que há dois dias este seja um dos
principais assuntos nos sites e redes sociais da internet, para o telespectador
que não esteve conectado nestes dias valia contar a verdade: após uma bebedeira
geral na festa movida a energético, vodca, cerveja e champagne, o paulistano
Daniel, 31 anos, e a gaúcha Monique, 23, terminaram na mesma cama. O movimento
do edredom evidenciava que os dois estavam tendo alguma intimidade, mas, em
determinado momento, Monique dorme, fica paralisada e Daniel continuava tocando
nela. Logo veio a polêmica e a acusação de que a moça teria sido supostamente
estuprada. O caso acabou na polícia. E o que foi anunciado como sendo uma
quebra de regulamento do programa na verdade tinha passado a ser passível de
ser considerado um crime diante da Lei.
Não
entrando aqui na questão se reality show é um produto de baixo nível, deseducativo
e sem qualquer função social, ou se talvez tenha algum ponto positivo já que é
uma tendência que conquista cada vez mais público no mundo todo, o fato é que
foi um caso que mobilizou até o interesse de quem não gosta e “diz” não
assistir a esse tipo de programa. E, já que o “Big Brother Brasil” é a versão
mais bem feita no mundo, como recentemente Boni afirmou, elogiando a atração
dirigida por seu filho, Boninho, deveria ter mostrado mais respeito ao público
e não colocar panos quentes nem tentar maquiar os fatos.
Também
não julgando a atitude de Daniel, mas ele foi o único punido? Se a “infração”
constava no regulamento, porque a comissão fiscalizadora que monitora as
imagens da casa 24 horas não se manifestou no momento em que viu o que estava
acontecendo? E Monique, já não tinha garantido a Boninho no confessionário que
o ato tinha sido “consensual”? Mudou de opinião ao ver que o caso tinha
ultrapassado os muros do Projac? Ou Boninho não a inquiriu como realmente
deveria quando a chamou no confessionário no domingo, como fez a polícia na
tarde de segunda-feira? Nesse imbróglio, todos tiveram participação.
Só para
lembrar, em “A Fazenda 4”, da Record, Duda Yankovich foi expulsa por também
infringir um regulamento do programa ao agredir fisicamente com um tapa o ator
Thiago Gagliasso em um jogo de basquete na piscina. É claro que a situação
era bem diferente. E nem tão grave a ponto de virar caso de polícia. Mas
ao menos a expulsão foi explicada claramente por Britto Júnior, ao vivo, e
todos os telespectadores puderam ver a saída da participante da fazenda e
também a reação de seus ex-concorrentes. Já no “BBB”, o que se viu foi uma
edição dos outros “brothers” na casa, fazendo cara de paisagem e nada
comentando, como se nada tivesse acontecido. Com certeza com medo de ouvir mais
um sinal sonoro do “Big God” censurando suas falas. Mas, como disse o Bial: “O
jogo está mal começando”. E, pelo que se vê, começando muito mal.