sábado, 1 de abril de 2017

“MasterChef Brasil”: Nova temporada tem proteção a jovem de Brasília que não aparece na seleção individual, é criticada por jurados, mas é salva nas provas


A verdadeira largada da quarta temporada do “MasterChef Brasil” foi dada realmente no quarto episódio, exibido na terça-feira (28) pela Band e nessa sexta-feira (31) pelo Discovery Home & Health, que mostrou a primeira eliminação entre os 21 cozinheiros amadores aprovados após passarem pelas várias etapas de seleção mostradas desde a estreia, há três semanas. O formato não foi alterado, jurados e apresentadora continuam os mesmos, mas com uma pitada de “tômpero” novo que faz com que a competição culinária não perca o sabor. No trio de chefs, por exemplo, Paola Carosella trocou o excesso de emoção das temporadas anteriores por uma dose maior de austeridade em seus julgamentos. Érick Jacquin se mantém no posto do mais fofo e engraçado, sem deixar de ser também exigente. Mas ele e Paola estão pesando mais a mão nos palavrões. Ela com mais frequência. Parece terem feito escola com Henrique Fogaça, que gosta de soltar expressões abafadas na edição, mas nesta temporada está mais contido, com um ar até meio desanimado. Já Ana Paula Padrão mostra um crescimento trabalhado, com mais segurança tanto na condução enquanto interage com os participantes quanto na troca de ideias com os jurados. A apresentadora fez a lição de casa e está mostrando mais conhecimento em culinária quando troca ideia com os jurados sobre as provas. Será por ter sido chamada de “leiga no assunto” pelo professor de gastronomia João Lima quando foi eliminado no “MasterChef Profissionais” ano passado? De qualquer forma, valorizou a presença dela em cena e deu maior credibilidade às narrações que faz detalhando os desafios.

Na primeira Prova da Caixa os ingredientes surpresa eram tubérculos, que incluíam tipos de batatas, inhame e aipim. Dos 21 cozinheiros, o publicitário Leonardo, 22 anos, de Ribeirão Preto, fez o melhor prato. E o economista Bruno, 33 anos, de Campinas, foi o primeiro a deixar o programa ao perder a Prova de Eliminação. Além de ser o competidor mais jovem, Leonardo desponta como um dos mais fortes e já mostrou que está empenhado não apenas em cozinhar bem como em usar de artimanhas como jogador para se manter firme na disputa pelo título de MasterChef. Entre os outros que também deram sinais de serem prováveis favoritos estão as duas jovens catarinenses de 27 anos Michele e Ana Luiza e a sorridente tailandesa Yuko, de 31, que não foi aprovada na seleção da temporada passada e não desistiu de continuar tentando.

Nos quatro primeiros episódios, Paola Carosela mais uma vez não disfarçou quando simpatiza ou não com cada cozinheiro amador. É visível que a chef não deixará fácil a vida de Abel, o paraguaio de origem chinesa de 31 anos que na primeira eliminatória se meteu numa saia justa quando Paola elogiou o português dele e a resposta foi: “Porque sou oriental devo falar ‘flango flito’?”. A brincadeira não agradou, a jurada fechou a cara e depois deu o troco: “Desculpa, é que eu sou argentina e falo com sotaque”, disse ela, deixando Abel atônito. Sem motivo aparente, no entanto, a chef não demonstra empatia com a carioca Deborah, criticando severamente qualquer erro que encontre nos pratos da administradora, mesmo que não sejam os piores entre os preparados pelos demais cozinheiros.

Por outro lado, o posto de “queridinha” da vez já pertence escancaradamente a Nayane, 26 anos, a advogada de Brasília que não apareceu na etapa que começou a ser mostrada no primeiro episódio do programa em que os 75 cozinheiros selecionados se apresentaram individualmente para os três jurados. A jovem apareceu pela primeira vez apenas como apenas mais uma no grupo dos 40 escolhidos, no terceiro bloco do segundo episódio. Somente na abertura do terceiro ela foi vista cozinhando ao enfrentar o personal trainer paulista Fernando, de 30 anos, na briga pelo avental definitivo. Nessa primeira aparição Nayane já se mostrou chorona, despreparada, e perdeu para seu oponente no preparo de uma carne de javali. Curiosamente, no mesmo episódio em que foi eliminada, voltou para uma repescagem entre três menos piores dos vinte eliminados. E no duelo do risoto com Fernando e Roberta em que os três não acertaram o ponto do arroz, ela venceu “pelo sabor”.

Mas foi no quarto e último episódio que ficou mais evidente o despreparo da moça. E a proteção divina que ela recebe dos jurados. Para começar Nayane mais uma vez se esqueceu de pegar ingredientes no mercado. Pediu cebola, manteiga, vinagre e até um tentáculo do polvo que Fabrizio tinha cozinhado. Aí Paola ao experimentar o prato diz que a cozinheira fez um papelão porque o protagonista do prato deveria ser um tubérculo e o polvo que ela apresentou tinha sido feito por outro. Como castigo, a advogada foi para a Prova de Eliminação. E enquanto ela mais uma vez se atrapalhava na cozinha, os jurados de longe observavam e manifestavam sua preocupação: “É tão ruim o que ela fez antes que pode estar...” começa Paola, e Fogaça completa: “Ela está abatida”, mas Jacquin assegura: “Ela vai acordar”. Torcida pouca é bobagem, né? Mesmo assim, Nayane faz um prato, segundo os jurados avaliam, amargo, desequilibrado. Paola até pergunta: “Será que você tem que estar aqui mesmo?”. E são tantas dúvidas e indagações dos chefs sobre a competência da candidata que deixa o público se perguntando se foi merecido outros cozinheiros menos ruim terem sido eliminados enquanto aquela que dá sinais de ser a pior continua. E quando Paola a chama carinhosamente de “Coração” e conclui a crítica com um sorrisinho, fica claro que existe um cuidado extra da jurada até na hora de ser severa. Felizmente nesse programa quem elimina não é o voto do público. Não basta ter fã clube, é preciso saber cozinhar. E os maus não conseguem manter-se por muito tempo, pois não há proteção que consiga argumentos para se justificar no ar por muito tempo alguém que entra em uma competição culinária sem saber cozinhar.


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