domingo, 9 de abril de 2017

“Big Brother Brasil”: Cenas de assédio moral e tortura psicológica refletem total falta de ética e respeito de emissora com o público


Assédio moral e tortura psicológica foram apenas dois de vários atos considerados abomináveis que marcaram as últimas horas do “Big Brother Brasil 17”, da Rede Globo, e que podem ser vistas ao vivo no Pay-Per-View ou no Globo Play. Para quem esperava que o programa tivesse atingido o ápice em mostrar situações vexatórias nas edições que foram ao ar durante a semana, foi pego de surpresa com o que nessa noite de sábado (8) e madrugada de domingo (9). A emissora simplesmente se superou em sua própria falta de ética e de comprometimento com o conteúdo que está sendo transmitido nesse produto que leva a nomenclatura de reality show no gênero, mas que nessa edição está levando ao pé da letra a palavra “laboratório”, usada comumente para expressar a experiência que os participantes vivem lá dentro. Será que estão confundindo “Big Brother Brasil” com “SuperMax”?

A questão vai além de qualquer versão baseada no formato Big Brother, mundialmente copiado, ser lixo ou luxo. A questão vai além de haver torcidas “polarizadas” e também não adianta querer trazer a “geração milênio” para a base de frente. A questão vai além de o jogo ser direcionado através da manipulação da edição de imagens e falas ou de informações privilegiadas dadas no confessionário ou através das paredes.
A questão também vai além o fato de atrizes terem encabeçado o movimento Mexeu Com Uma Mexeu Com Todas repudiando o fato de o ator José Mayer ter cometido o crime de assédio contra uma figurinista, e de o cantor Vitor, da dupla com Leo, ser afastado do “The Voice Kids” por ter sido acusado de violência contra a própria mulher. O mais grave realmente é essa mesma emissora permitir que no “BBB” um homem faça uma verdadeira tortura psicológica, inclusive usando gestos de intimidação a mulheres e tudo ser tratado como se fizesse parte do jogo. Que pessoas insanas são essas que controlam esse programa?

É claro que nem um décimo do que aconteceu e foi visto por quem paga para ver será mostrado na TV aberta. Mas as redes sociais estão aí para reproduzir os vídeos. E o que é mais preocupante é que as tais torcidas fanáticas – que estão ainda mais infladas depois de serem citadas pelo apresentador Tiago Leifert em rede nacional – estão completamente cegas para fazerem qualquer juízo de valor sobre o que estão vendo. Basta entrar em um grupo de discussão sobre o BBB para ver cenas de agressão de um homem contra várias mulheres serem tratadas como se fosse uma novelinha, uma parábola. Tem internautas de 10 a 70 anos reagindo com muitos kkkkkk.

É essa a televisão do futuro? Talvez seja, já que brigar por um conteúdo melhor está parecendo ser o mesmo que entrar em uma espécie de Ensaio Sobre a Cegueira, onde Mentes Brilhantes e perturbadas ditam as regras enquanto aqueles que se acomodam nas zonas de conforto do “nunca assisti” ou “só ouço falar” não se comprometem. E os cegos inocentes continuarão sendo teleguiados por esse bando de doidos que nada mais fazem do que glamourizar os seus 50 tons de loucura.


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