sexta-feira, 28 de abril de 2017

“MasterChef Brasil”: Anúncio de Miriam como líder no próximo episódio acaba com o baixo astral no jogo após saída de Abel


O descumprimento de uma regra que causou a saída de Abel do “MasterChef Brasil” no episódio que foi ao ar na terça-feira (25) na Band, e no Discovery Channel nessa sexta-feira (28), deixou o clima da competição pesado. Ninguém esperava que o diretor de marketing, que é paraguaio e de origem chinesa, fosse ser eliminado em uma prova que consistia em preparar um lámen, alimento japonês também originário da China. Em meio à falta de concentração, de foco e de garra, Abel se perdeu no tempo e conseguiu montar apenas um prato, quando o pedido era servir dois, um para os três jurados e outro para os dois chefs convidados, Margarida Havaguchi e Sergio Ouba. Foi constrangedor, pois mãe e filho haviam dado uma bela aula de como preparar o lámen tradicional servido no restaurante japonês que eles têm em São Paulo, e não puderam provar o prato do competidor, pois o único servido deveria ficar para avaliação final de Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella.

Apesar da polêmica levantada na web se a eliminação foi justa ou injusta, regras foram feitas para serem cumpridas. Se abrirem exceção para um, estarão abrindo precedente e chegará um momento em que nenhum argumento será válido para que os fins justifiquem o meio. Cada um tem sua percepção sobre como a justiça acontece em uma cozinha. Ou todo mundo acredita piamente que Ana Luiza, Vitor e Nayane realmente formam o trio de melhores cozinheiros e mereciam estar no mezanino assistindo a Prova de Eliminação? Aí entra a torcida ou o ponto de vista de cada um. Curiosamente, Fabrizio e Michele, que são considerados fortes concorrentes por terem apresentado mais acertos do que erros até então, estavam entre os três piores pratos. Fernando só perdeu o posto de terceiro pior para Taíse, apesar de ter recebido mais críticas na hora da avaliação. Os dois apresentaram uma massa grossa, cortada na faca, e crua, a diferença ficou por conta do caldo, o dele faltou tempero, mas o dela apesar de Paola dizer que estava gostoso, Jacquin achou cítrico.

De qualquer forma, todos os piores se salvaram, mas ninguém comemorou. O clima de velório quase acabou com a noite. Felizmente, graças às cenas do Próximo Programa a competição voltou a ter o alto astral de antes, principalmente pela surpresa anunciada por Ana Paula Padrão. A apresentadora antecipou uma nova regra criada para ser uma importante estratégia de jogo na próxima prova em equipe: Deborah, vencedora da última prova, deve indicar quais serão os capitães dos dois times. E ela escolhe Victor e Miriam. O que só desperta a curiosidade de todos, afinal, a dentista é a que cria mais caso nas provas em grupo, por ter um temperamento difícil para trabalhar em equipe. O próximo episódio promete!


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terça-feira, 25 de abril de 2017

“Os Dias Eram Assim”: Série se perde ao misturar título e imagens de cunho político e buscar a saída descompromissada de só estar contando mais uma ‘história de amor’


Desde “Anos Rebeldes” é quase impossível contar uma histórica romântica ambientada nos tempos da ditadura sem correr o risco de que a mesma seja submetida a comparações com a minissérie, escrita por Gilberto Braga, que marcou a teledramaturgia no início dos anos 90. Por isso a sensação inevitável de déjà vu causada por “Os Dias Eram Assim”, série que estreou segunda-feira (17) na Rede Globo, assinada por Ângela Chaves e Alessandra Poggi, que já foram colaboradoras de Gilberto Braga e estão estreando como autoras titulares. Apesar da quantidade de imagens de arquivo lembrando as turbulências dos anos 60 com o golpe militar, até chegar em 1970, quando se passa a trama, a preocupação maior no primeiro capítulo foi de criar um clima nostálgico com uma trilha sonora recheada de sucessos de ídolos como Elis Regina, Roberto Carlos e de Ney Matogrosso, na época vocalista do Secos & Molhados. A estreia ficou vazia de texto, com alguns diálogos pontuados por frases feitas e sem grande impacto. Tudo muito previsível. Em um período tão conturbado, apenas dois garotos jogando uma granada na porta de uma empresa soou um tanto pobre para desencadear toda a história.

De qualquer forma, a série começou a se tornar mais atraente a partir do segundo capítulo, principalmente pelo apelo forte causado pelo amor proibido entre Alice e Renato, o casal protagonista que está sendo interpretado de forma apaixonante por Sophie Charlotte e Renato Góes. A sintonia e a empatia dos dois atores brilham no vídeo e seguram a audiência.
Embora pareça uma novela já assistida, sempre tem chance de funcionar a ideia do romance improvável entre a filha de um poderoso empresário da construção civil, metido em negociatas com o governo, e um jovem médico residente, classe média, que defende os mesmos ideais libertários do irmão mais novo. Tirando as liberdades poéticas e guardando as devidas proporções, os dias atuais não estão muito longe da ficção. Talvez até facilite o laboratório de alguns atores como Antônio Calloni, que está fazendo uma participação especial como o inescrupuloso empreiteiro Arnaldo Sampaio, e Marco Ricca, muito à vontade no papel do delegado torturador Olavo.

No elenco feminino, como era de se esperar, Susana Vieira se impõe em cena como Cora Dumonte, a rica de fachada que investe no casamento de seu filho, Vitor (Daniel Oliveira), com Alice, para manter a vida de luxo. Assim como Cássia Kis Magro que, por mais personagens semelhantes que caiam em suas mãos, consegue sempre dar alma nova a cada um, como está fazendo com Vera, a dona de uma biblioteca, mãe de Renato. Mas o destaque maior é de Natália do Vale, que está retratando de forma impecável as mulheres submissas e infelizes daqueles e de outros tempos através de Quitéria, a esposa de Arnaldo e mãe de Alice.  

Vale ressaltar ainda a competente direção artística de Carlos Araújo, que também a assina a direção geral. Tirando um ou outro detalhe, como o andaime moderno demais usado na cena em que Alice fugiu de casa no dia do jogo em que o Brasil conquistou o tricampeonato na Copa do Mundo, cenários, figurinos e caracterizações estão retratando bem aquela época. A pergunta que fica no ar é: se o foco não é político, como as autoras afirmam, por que um título que reproduz a frase da música “Aos Nossos Filhos”, composta por Ivan Lins e Vitor Martins em 1984, que remete tanto aos tempos da ditadura?




domingo, 23 de abril de 2017

“Tamanho Família”: Márcio Garcia reafirma seu talento para apresentar entretenimento de forma simples, criativa e descontraída


Márcio Garcia abriu o “Tamanho Família” nesse domingo (23), na Rede Globo, mostrando que voltou revigorado para essa segunda temporada e retificando que tem carisma, jogo de cintura e presença de palco. Sem entrar no mérito de seu talento como ator, é nítido que ele se sai muito melhor como apresentador. E mesmo sem ter sofrido qualquer mudança no formato, o programa, que reúne dois famosos acompanhados cada um de três familiares, continua seguindo uma linha de entretenimento simples, criativo e dosando de forma inteligente humor e emoção.

A escolha da modelo e atriz Camila Queiroz e do cantor Luan Santana para a estreia foi acertada por se tratar de dois artistas cuja simplicidade e ligação forte com suas origens são conhecidas do público. Até mesmo nas brincadeiras mais bobas, as histórias pessoais de cada um tinham sempre algum ponto em comum com o que acontece na maioria dos lares dos telespectadores. Luan e Camila até cantaram juntos, repetindo uma participação que a atriz fez em um Cd do cantor, de quem ela assume ser fã desde quando ainda não era famosa.

Mesmo sendo aparentemente ingênuos, os jogos continuam bem bolados, os cenários têm uma criatividade e um colorido suave que remete a ambientes lúdicos de brincadeiras de criança. Também chamou a atenção o fato de as coreografias terem ganhado uma participação maior e como a produção está atuando mais ativamente na assistência de palco. Vale ressaltar ainda o roteiro e o texto, que só valorizam a agilidade do apresentador ao alinhavar muito bem os bate-papos com os convidados que vão da informalidade não intencional à verdadeira intenção que é servir de gancho para chamar as brincadeiras. E ponto para a decisão de manter o espaço para famílias que são exemplo de união e de superação e que se apresentam no palco após uma breve reportagem sobre seus trabalhos. Como foi o caso das irmãs patinadoras que a partir de sua paixão pelo esporte venceram as dificuldades e hoje sobrevivem da patinação e realizam um serviço social para iniciantes no Rio Grande do Sul.

O desfecho continua sendo a hora de fazer todo mundo chorar com as homenagens que os familiares prestam aos dois famosos. Camila vibrou com a surpresa de, após o número de circo feito pelas suas irmãs, ver diante dela as duas avós que moram em Ribeirão Preto, e Luan foi às lágrimas quando sua equipe de show e tios e primos cantaram “Nossa Senhora”, de Roberto Carlos. O cantor sensibilizou a todos ao dizer que sentiu a presença de sua avó, que já faleceu, no palco. Só resta esperar que as homenagens que serão feitas para os próximos convidados continuem trazendo originalidade, mesmo que sejam números musicais.


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sábado, 22 de abril de 2017

“MasterChef Brasil”: Valter engana paladar de chefs ao vender mostarda nacional pela francesa Dijon e vence Prova de Eliminação


Pode ter passado despercebido pela maioria, mas Valter conseguiu a proeza de enganar o paladar dos três jurados do “MasterChef Brasil” e vencer a Prova de Eliminação do programa que foi ao ar na terça-feira (18) na Band e no Discovery Channel nessa sexta-feira (21). O produtor de eventos foi muito elogiado por Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella ao preparar o seu filé mignon ao molho de mostarda, só que ele vendeu gato por lebre. Logo nos primeiros minutos de compra no mercado, Valter apareceu em depoimento gravado dizendo que as mostardas Dijon lisa tinham acabado na prateleira, só tinha em grão, e que ele teve que recorrer à mostarda nacional. E na hora da avaliação dos pratos, quando Fogaça pergunta se o produtor usou apenas a mostarda em grão, ele responde: “Usei as duas, chef, a Dijon lisa e a Dijon em grãos”. O chef diz que está Ok, enquanto Paola vai além: após provar o molho ela exagera afirmando que se sentiu em um bistrô na França. Até Jacquin, que é francês, deu os Parabéns, apertando a mão do cozinheiro amador. A mostarda Nacional agradece.

Na verdade essa prova do filé mignon já começou deixando dúvidas no ar sobre a demonstração que Paola fez com dois medalhões para mostrar qual é o “ao ponto” perfeito da carne. O primeiro que ela partiu, sem ter descansado após tirar da frigideira, estava vermelha, com uma nítida aparência de “mal passada”, mas ela improvisou chamando de “suculenta”. E o segundo medalhão estava claramente “ao ponto para menos”, mesmo assim a chef argentina saiu altivamente garantindo que estava “ao ponto”. E ponto! Como disse Caroline na prova da lasanha, manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Nesse sétimo episódio também não faltou Mírian se estranhando com suas colegas no desafio em equipe e fazendo cara feia quando a capitã Deborah livrou a própria pele da Prova de Eliminação, assim como não faltaram os olhares ameaçadores e as críticas severas de Paola em suas avaliações. A mais atingida dessa vez foi Yuko, que preparou o medalhão de filé com mais aparência de estar no “ao ponto” perfeito. Talvez por isso a chef argentina tenha sido irônica com a tailandesa de sorriso fácil, dizendo que “ser fofa” tem peso Zero na avaliação dos pratos. Pode até ser uma verdade, mas poderia ter sido dita de forma mais elegante. Tão desnecessário quanto Paola também ter desfeito dos cogumelos preparados por Thaíse dizendo que estavam “babosos, pareciam minhocas”. Será que ela já comeu minhoca?


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sexta-feira, 21 de abril de 2017

“Vade Retro”: Tony Ramos domina cena e faz escada para Mônica Iozzi em série cujo maior destaque é o texto ágil e inteligente


Em tempos em que reações na web contam mais do que pontos no ibope, pode-se dizer que “Vade Retro” atingiu sua meta através da participação ativa de internautas comentando as atuações de Tony Ramos e Mônica Iozzi, protagonistas da série da Rede Globo que estreou nessa quinta-feira (20). Como se trata de uma comédia, com uma vaga pretensão de suspense, tanto o veterano ator quanto a repórter-apresentadora-atriz pareciam estar bem à vontade em seus papéis. Tony encarna o misterioso empresário Abel-Zebu, que vê na ingênua advogada Celeste, interpretada por Mônica, a profissional ideal para ajudá-lo em seu divórcio e sirva como “laranja” no esquema de lavagem de dinheiro de uma mafiosa organização chefiada por ele. A dupla estava afiada, mas o destaque mesmo fica por conta do texto ágil e sarcasticamente inteligente, marca registrada dos autores Alexandre Machado e Fernanda Young, e da inspirada direção artística de Mauro Mendonça Filho. Iluminação, fotografia e efeitos especiais criaram toda a atmosfera satânica sugerida pelo título, sem perder o tom do deboche e das críticas bem-humoradas que ficam nas entrelinhas.

O primeiro bloco trouxe logo uma ironia que pode servir de carapuça a muitas celebridades instantâneas que estão surgindo no mundo das ideias: é a cena que mostra Abel proferindo uma palestra sobre Medo, bem ao estilo do que se vê muito atualmente com professores, sociólogos, filósofos e outros tantos pensadores que engordam suas contas bancárias nesses “bate-papos informais”. Na plateia, entre os incautos que pagam para estar ali acreditando piamente que estão se “atualizando para enfrentar o mundo profissional e pessoal”, está Davi (Juliano Cazarré), o namorado de Celeste, que ao ir cumprimentar o palestrante faz propaganda dos serviços da advogada e conta que na infância ela foi beijada pelo Papa João Paulo Segundo. É o “sinal” que Abel precisava para encontrar sua “cobaia”. Tanto que ele encerra o episódio dizendo para seus comparsas que encontrou a laranja perfeita, “E foi beijada pelo Papa”, ironiza.

Era de se esperar que Tony Ramos dominasse a história, já que seu tempo para comédia tem sido muito mais atraente do que qualquer trabalho mais recente fazendo drama. A sequência em que Abel entra no carro com Celeste, põe pra tocar o Cd do Sepultura e vibra com o som heavy metal, redime o ator de todos os “É Friboi?” que já tenha dito. Os autores também o presentearam com diálogos ácidos que só valorizam sua atuação, como quando Abel fala para Celeste, após ter provocado um apagão: “Esse é o segredo do meu sucesso: o impulso do ser humano em pecar”.

Do elenco mostrado na estreia, Luciana Paes chamou a atenção como Kika, secretária de Celeste, e Cecília Homem de Mello promete ainda causar muito como Leda, a senhorinha religiosa e bem safada, mãe da advogada. Maria Luísa Mendonça voltou à cena em grande estilo como Lucy Ferguson, a mulher de Abel que apresenta comportamento desequilibrado e visual gótico que lhe cai muito bem. Aliás, o último trabalho da atriz foi como Dora, a dona do bordel de “Amorteamo”, série da Globo exibida há dois anos que também explorava fantasia, terror, drama e comédia. Juliano Cazarré ainda não teve chance de mostrar algo que surpreenda, pode ser que o personagem cresça nos próximos capítulos. E Mônica Iozzi conseguiu dar conta do recado por ser comédia, mas continua sendo muito ela mesma, repetindo a mesma linha engraçada que gostava de fazer na bancada do “Vídeo Show” ou como repórter do “CQC”, na Band. Falta imprimir um diferencial que dê uma identidade própria a Celeste.


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quarta-feira, 19 de abril de 2017

“Pesadelo Na Cozinha”: Jacquin equilibra emoção e austeridade, mas programa peca pela dramatização ensaiada das situações


Érick Jacquin pode não ter a feição austera de um Gordon Ramsay, mas o chef francês conseguiu equilibrar de forma simples e natural seu jeito emotivo e bem humorado à frente do “Pesadelo na Cozinha”, baseado no formato do britânico “Ramsay’s Kitchen Nightmares”. A versão brasileira feita pela Band do programa que visa socorrer restaurantes em dificuldades e beirando a falência chega ao fim de sua primeira temporada nessa quinta-feira (20), e Jacquin vai “fechar a conta”, mas ainda não poderá dizer que “passou a régua”. Nos 12 dos 13 episódios em que estabelecimentos foram visitados e socorridos, o cardápio de dúvidas que ficaram no ar para os telespectadores é sortido.

Só de entrada a pergunta que fica é: afinal, por que a maioria dos sócios-proprietários pede ajuda e quando Jacquin chega todos se comportam como se eles estivessem fazendo um favor ao programa e não o contrário? De prato principal, a dose mais forte fica por conta da indignação de ver tanta sujeira e alimentos deteriorados encontrados em cozinhas que funcionam há anos sem que nenhum tipo de serviço de vigilância sanitária tenha sido acionado. Um dos quesitos primordiais para alguém se candidatar a ser premiado com a reforma é ter um mínimo de higiene em seu restaurante. Teve episódio em que havia baratas mortas espalhadas na cozinha e mesmo quando Jacquin voltou no dia seguinte, após ter mandado que o ambiente fosse limpo, o inseto continuava lá, à vista. O chef apenas reclamou mais uma vez e deu continuidade ao roteiro de mudanças no local. E a sobremesa deixa muito a desejar, pois na maioria das vezes o desfecho acontece abruptamente, de uma cena de caos na cozinha passa para outra às mil maravilhas, com todos recebendo elogios. Talvez a edição tenha entornado o caldo em função do tempo que tem no ar, mas se não dá para mostrar tudo em uma noite, divida o caso em dois episódios. Ou o chef quis se livrar logo do problema em questão.

É claro que não é preciso visitar a despensa do programa para perceber que grande parte das situações são armadas. Um restaurante que esteja à beira da falência não tem a quantidade de clientes que aparecem tanto para almoçar quanto para jantar, ficando praticamente todas as mesas ocupadas. O merchandising escancarado em alguns dos restaurantes também evidencia que não é apenas a visão de Jacquin que pesa na decisão final. É preciso honrar o contrato com a marca. E a insubordinação dos funcionários, geralmente posando para as câmeras, é exagerada e pouco convincente. No episódio exibido na última quinta-feira (13), no meio do caos do atendimento aos clientes, os patrões gargalhavam junto com a equipe na cozinha. Fica no ar ainda se a reforma é realmente tão necessária ou se a busca é mais por publicidade. Quando La Cabaña foi o restaurante da vez, por exemplo, entre os comentários dos internautas que são mostrados na tela quando o programa é exibido, estava o de Rodrigo Scarpa, o Vesgo do “Pânico na Band”, dizendo que é frequentador assíduo e que “agora vai ficar melhor”. Então não estava tão ruim assim, certo? E por que a ajuda se concentra apenas na capital paulista? De todos os mostrados, apenas um restaurante é do Rio de Janeiro.

Enfim, espera-se que, a exemplo do que o “Ramsay’s Kitchen Nightmares” fez, o “Pesadelo Na Cozinha” também ganhe uma temporada especial em que Érick Jacquin retorne aos mesmos estabelecimentos que ajudou a socorrer e mostre como os proprietários e suas equipes estão se saindo sem a presença do chef francês e das câmeras de televisão.


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sábado, 15 de abril de 2017

“MasterChef Brasil”: Paola Carosella divide opiniões sobre avaliações agressivas e feições de enfadada ao lado dos dois chefs


No episódio do “MasterChef Brasil”, que foi ao ar na terça-feira (11) na Band e exibido pelo Discovery Home & Health nessa sexta-feira (14), os jurados Érick Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella reafirmaram que vieram para essa temporada com posturas diferentes das que mostraram nas três anteriores. Dos três chefs, Paola é a que vem se posicionando de forma mais repaginada e dividindo opiniões nas redes sociais se está agradando ou não. Embora mantenha a altivez e a elegância de sempre, ela está menos emotiva e mais severa nas avaliações, e tem sido alvo de Jacquin que, mesmo mantendo o posto de o mais fofo do trio, não perde nenhuma oportunidade de cutucar a chef argentina. Enquanto Fogaça parece ser o menos estimulado a se sobressair, mantendo a velha postura de durão com cara mau, mas sendo cuidadoso com as palavras na hora de criticar os pratos.

Nesse segundo episódio em particular, Paola chamou a atenção por suas caras e bicos, parecendo até estar emburrada e sem paciência sempre que Fogaça e Jacquin estavam experimentando os pratos nas provas. Algumas vezes foi desnecessária sua forma agressiva na maioria das avaliações, como quando perguntou a Roger, o eliminado da noite: “Como você traz essa porcaria?”, referindo-se ao prato dele na Prova da Caixa. Talvez seja apenas gênero, já que ela tem consciência de que certas tiradas suas podem virar memes na web, como aconteceu com o “Oh, meu Deus do céu, Pai de todos os Santos”. Mas, justiça seja feita, Paola garante momentos engraçados e capricha nas expressões faciais que intimidam os cozinheiros amadores. Ou não, como aconteceu quando ela levou mais uma de Abel ao perguntar se tinha fruta no prato dele e a resposta foi: “Sim. Tomate é fruta”, rebateu o paraguaio descendente de chinês.

Em relação aos cozinheiros amadores, o que seria desse grupo se não tivesse a pureza e os risinhos de Yuko? A tailandesa já conquistou os jurados e seus concorrentes com suas trapalhadas que acabam resultando em pratos que ficam entre os melhores. Fogaça já tornou o “Isssho” uma marca registrada de Yuko. Tem ainda Caroline, a física que poderia sugerir seriedade por sua profissão, mas é a que produz o maior número de depoimentos “viajantes”, tipo fazer uma prova com luta de cutelo ou se imaginar em Paris dizendo “merci, merci”. Algumas vezes beira até um jeito meio sem noção de se comportar, mas não deixa de ser engraçada. Triste mesmo é ver Nayane continuar sendo poupada pelos chefs e ser chamada como primeiro destaque positivo com uma coxa de frango onde se vê mais osso do que carne, dois filetes quase transparentes de abobrinha, que ela chama de carpaccio, e dois pedacinhos de tomate “confitado”. Mais nada, o prato estava tão vazio quanto os elogios forçados dos jurados. Tudo para livrá-la da Prova de Eliminação, da qual ela também escapou a semana passada porque estava no time vencedor. Essa proteção a Nayane, apesar de Paola tentar disfarçar com puxões de orelha que não convencem, faz lembrar os mesmos cuidados que os chefs tinham no “MasterChef Junior” com a pequena Ivana, filha de um dos responsáveis pela versão kids da competição. A menina não venceu, mas foi bem longe na competição, cozinhando pouco e chorando muito em todas as provas.

Por fim, no quesito concorrente forte, Leonardo é sem dúvida aquele que desde o começo assumiu a postura de quem se acha o melhor de todos. Mesmo não tendo se saído bem como capitão do time Vermelho no episódio passado, só de ter ido para o mezanino agora já o deixou novamente se sentindo “o primeiro garoto da turma”. Não foi à toa que até os jurados tiverem que chamar sua atenção quando ele começou a extrapolar querendo orientar os cozinheiros que estavam fazendo a Prova de Eliminação. Esse tipo de interferência de participantes do mezanino deveria ser sempre proibido, mas acontece desde a primeira temporada. Só que Leonardo não apenas ajudava ao ser solicitado como também se intrometia quando não era chamado. Ou seja, queria se destacar mesmo não estando na prova. Só parou quando Fogaça gritou: “Leonardo e companhia do mezanino, querem descer para cozinhar?”.

Agora é aguardar o terceiro episódio, em que haverá mais uma Prova de Equipes e na qual Carol, vencedora da prova da Caixa, e Abel, vencedor da Prova de Eliminação, deverão ser os capitães, a não ser que aconteça mais uma surpresa. Será que Nayane terá de novo a sorte de ficar no time vencedor e escapar mais uma vez da Prova de Eliminação?



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sexta-feira, 14 de abril de 2017

“Big Brother Brasil”: Cabelo vermelho de Lulu Santos brilha em noite que sabedoria e lucidez perdem para fanatismo midiático


Na semana em que um misto de decepção e vergonha tomou conta de muitos brasileiros, não foi com grande surpresa que essa sensação voltou a se fazer presente diante do resultado do “Big Brother Brasil” que foi ao ar nessa quinta-feira (13), na Rede Globo. Depois de mostrar na mesma noite uma “aula de corrupção” no “Jornal Nacional”, segundo palavras dos próprios apresentadores-editores, William Bonner e Renata Vasconcelos, a emissora deu sua própria aula de exemplo duvidoso ao festejar horas depois os mais de 130 milhõe$ de votos de internautas, que deixaram a Sabedoria (Ieda) em terceiro lugar, a Lucidez (Vivian) em segundo, e o mau exemplo mascarado de Coração (Emilly) em primeiro no reality show. A frustração não foi maior porque há muito se sabia que era um jogo de cartas marcadas. Mesmo assim foi constrangedor ver o apresentador Tiago Leifert assumindo claramente o papel de mais um fanático de carteirinha do fã clube de Emilly em seu discurso mal escrito e tendencioso, comparando-a X-Men, que tem superpoderes, e desandando numa exaltação que extrapolou seu papel de apresentador ao exaltá-la com qualidades como poderosa, especial, que tem garra, foco, força, raça, é corajosa, é ousada e se entrega sem medo para tudo. “Nós conhecemos a Emilly inteirinha”, exagerou Tiago, quase babando. E assim ficou escancarada sua vitória antes mesmo do anúncio oficial.

Por incrível que pareça, a maior surpresa da noite ficou por conta mesmo do novo look de Lulu Santos, de cabelo vermelho e alguns quilinhos a mais, que se apresentou ao lado dos demais técnicos do “The Voice”, Carlinhos Brown, Claudia Leitte e Michel Teló. Todos fazendo o dever de casa e justificando seus contratos com a Globo. Os quatro se encarregaram inclusive de salvar a nova milionária do constrangimento de comemorar a vitória isolada, apenas com o pai e a irmã gêmea, enquanto Vivian era festejada e chamada de “campeã” por todos os outros participantes do jogo. Completamente deslocado, Marcos perambulava pelo palco, tentando disfarçar o constrangimento de ter sido expulso da casa acusado de agressão a Emilly, que não fez a menor menção de querer chegar perto do médico.
No “Mais Você” dessa sexta-feira (14), em que Ana Maria Braga recebeu as três finalistas, o clima entre Emilly, Vivian e Ieda já não estava tão animado como foi suas últimas horas de confinamento. A campeã fez sua encenação carregando as tintas na meiguice e no papel de pobre-menina-rica, afirmando até que quer ter uma conversa com Marcos “aqui fora”. Continua não convencendo. Gaúcha de 70 anos, Ieda manteve seu ar altivo e reafirmou seu desejo de continuar mantendo contato com a jovem conterrânea “para dar conselhos”, mas percebia-se seu descontentamento com o terceiro lugar. Das três, Vivian era a mais empolgada, contou que após o programa da noite anterior foi comemorar o segundo lugar em uma festa que reuniu toda a galera do jogo, não apenas participantes como também o pessoal da “produção”, e que quer aproveitar todas as oportunidades profissionais que surgirem nessa fase de “famosa”.

Sem mais, entre mortos e feridos, fica a sensação de que a fraude, a corrupção e a manipulação estão protagonizando todo tipo de show de forma revoltantemente soberana, seja dentro ou fora da televisão. É a realidade maquiada de ficção engolindo os verdadeiros valores morais e éticos para depois vomitá-los mascarados em um “Fanático” Show da Vida...



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terça-feira, 11 de abril de 2017

“Big Brother Brasil”: Pedido de expulsão de Marcos feito pela polícia reflete a falta de responsabilidade dos realizadores do reality


A expulsão do médico Marcos Harter do “Big Brother Brasil” nessa segunda-feira (10) pode não ter sido a solução que desejava a direção do programa, mas certamente foi a única a ser tomada diante da proporção que tomou o comportamento do participante, ameaçando inclusive a imagem da Rede Globo. É preciso deixar claro que a medida extrema só foi tomada quando a opinião pública, que felizmente não é formada apenas por fãs clubes que se deixam iludir por edições manipuladas, resolveu se mobilizar e pedir um Basta através das redes sociais e de denúncias feitas diretamente à Delegacia de Mulheres do Rio de Janeiro. A mobilização de artistas também pode ter ajudado, mas o mérito maior deve ser dado àquelas pessoas comuns que não se limitaram a fazer hastag e realmente denunciaram às autoridades competentes a violência doméstica que estava sendo transmitida ao vivo pelo Pay-Per-View do programa. Ao tomar as medidas cabíveis, a polícia apenas executou aquilo que a Globo e os fanáticos que votavam no casal deveriam ter feito antes.

O ensaio de uma violência dissimulada estava sendo percebido há dias, desde quando Emilly mostrou hematomas nos braços causados por beliscões de Marcos. E tomou proporções maiores na manhã de segunda-feira, há exatamente uma semana, quando o médico, visivelmente desequilibrado, foi para cima de Marinalva, sem o menor pudor de ser um homem tentando intimidar uma mulher deficiente; foi agressivo com Ieda, desrespeitando uma senhora de 70 anos, e quis tirar Ilmar do eixo, forçando uma conversa improvável sobre questões que já tinham exaustivamente sido debatidas. O médico inclusive cometeu a inconfidência de acusar no ar o advogado indigenista de ter sido procurado pela polícia na casa por estar com a pensão alimentícia do filho. O que foi desmentido na hora pelo apresentador Tiago Leifert.

Mas Marcos e Emilly eram sinônimos de lucro, com recordes de votação a cada paredão que um dos dois estava, e por isso o casal era poupado. E a Globo simplesmente fechou os olhos para o comportamento doentio do médico rico e bem sucedido de 39 anos com a jovem de 20, pobre e egocêntrica, que oscilava entre contar histórias tristes de miséria e de arrependimento por ter maltratado a mãe - que morreu um mês antes de ela entrar no programa - ou se vangloriar de já ter levado uma vida de ostentação ao lado de ex-namorados.

O momento, no entanto, não é de querer identificar traços do perfil psicológico de cada um dos dois. Essa é uma responsabilidade que cabe a profissionais competentes nessa área e só diz respeito aos envolvidos e seus familiares. A questão que precisa ser levantada e debatida é até que ponto as dezenas ou centenas de pessoas envolvidas na realização do “Big Brother Brasil” estão realmente preparadas para assumirem a responsabilidade que um reality show nesse formato exige? Porque não é apenas o psicológico dos participantes confinados na casa que pode ficar abalado, aqueles que trabalham nos bastidores acabam também vivendo uma espécie de regime de semiconfinamento. E podem também ultrapassar o limite que deve haver no relacionamento entre eles e os verdadeiros protagonistas do show, que são aqueles que estão diante das câmeras. É preciso que efetivamente exista um Grande Irmão que não permita que a função “vigiar” seja confundida com “manipular”, “direcionar” ou “privilegiar”.

A mudança de apresentador também fez alguma diferença, já que Tiago Leifert ainda não tem a manha que Pedro Bial atingiu de brincar sem perder a rédea do jogo. Tiago precisa parar de comparar BBB com Zero1. Ele não está lidando com games virtuais, mas sim com pessoas reais. Outro ponto que surpreendeu nessa décima sétima temporada é que houve uma espécie de afrouxamento em relação a muitas regras que eram severamente cumpridas nos anos anteriores. Uma delas em relação à falta de maior rigor sobre não permitir a interação entre participantes e integrantes da “produção”. O que para o público evidenciava uma forma de favorecer alguns dos confinados com informações passadas “através das paredes” ou “por trás dos espelhos”, para a direção era apenas uma gracinha que ganhou até clipe na edição do programa ao vivo. No caso de Marcos, é possível até supor que os Criadores contribuíram para que ele virasse a Criatura que se tornou, já que houve um excesso de proteção e de privilégios dados ao médico. O mesmo pode servir para Emilly, que “cresceu” no jogo de uma forma questionável ao ser poupada nas edições noturnas que não mostravam muitas de suas atitudes condenáveis, vistas apenas no Pay-Per-View ou no Globo Play.

Enfim, espera-se que para a próxima temporada, para a qual já estão abertas as inscrições, a direção da emissora esteja mais atenta à liberdade que delega à direção do programa e que esta também tenha um pulso mais firme ao cobrar mais seriedade e responsabilidade de todos os que estão sob seu comando. Aí por “produção” entenda-se produtores, editores, câmeras, assistentes, ninjas, dames, equipe técnica, enfim todos os que trabalham direta ou indiretamente na execução do programa. O produto é de entretenimento, mas nem por isso deve deixar de respeitar sua função social e muito menos deve esquecer que a saúde física e mental das pessoas não é brinquedo.


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domingo, 9 de abril de 2017

“Big Brother Brasil”: Cenas de assédio moral e tortura psicológica refletem total falta de ética e respeito de emissora com o público


Assédio moral e tortura psicológica foram apenas dois de vários atos considerados abomináveis que marcaram as últimas horas do “Big Brother Brasil 17”, da Rede Globo, e que podem ser vistas ao vivo no Pay-Per-View ou no Globo Play. Para quem esperava que o programa tivesse atingido o ápice em mostrar situações vexatórias nas edições que foram ao ar durante a semana, foi pego de surpresa com o que nessa noite de sábado (8) e madrugada de domingo (9). A emissora simplesmente se superou em sua própria falta de ética e de comprometimento com o conteúdo que está sendo transmitido nesse produto que leva a nomenclatura de reality show no gênero, mas que nessa edição está levando ao pé da letra a palavra “laboratório”, usada comumente para expressar a experiência que os participantes vivem lá dentro. Será que estão confundindo “Big Brother Brasil” com “SuperMax”?

A questão vai além de qualquer versão baseada no formato Big Brother, mundialmente copiado, ser lixo ou luxo. A questão vai além de haver torcidas “polarizadas” e também não adianta querer trazer a “geração milênio” para a base de frente. A questão vai além de o jogo ser direcionado através da manipulação da edição de imagens e falas ou de informações privilegiadas dadas no confessionário ou através das paredes.
A questão também vai além o fato de atrizes terem encabeçado o movimento Mexeu Com Uma Mexeu Com Todas repudiando o fato de o ator José Mayer ter cometido o crime de assédio contra uma figurinista, e de o cantor Vitor, da dupla com Leo, ser afastado do “The Voice Kids” por ter sido acusado de violência contra a própria mulher. O mais grave realmente é essa mesma emissora permitir que no “BBB” um homem faça uma verdadeira tortura psicológica, inclusive usando gestos de intimidação a mulheres e tudo ser tratado como se fizesse parte do jogo. Que pessoas insanas são essas que controlam esse programa?

É claro que nem um décimo do que aconteceu e foi visto por quem paga para ver será mostrado na TV aberta. Mas as redes sociais estão aí para reproduzir os vídeos. E o que é mais preocupante é que as tais torcidas fanáticas – que estão ainda mais infladas depois de serem citadas pelo apresentador Tiago Leifert em rede nacional – estão completamente cegas para fazerem qualquer juízo de valor sobre o que estão vendo. Basta entrar em um grupo de discussão sobre o BBB para ver cenas de agressão de um homem contra várias mulheres serem tratadas como se fosse uma novelinha, uma parábola. Tem internautas de 10 a 70 anos reagindo com muitos kkkkkk.

É essa a televisão do futuro? Talvez seja, já que brigar por um conteúdo melhor está parecendo ser o mesmo que entrar em uma espécie de Ensaio Sobre a Cegueira, onde Mentes Brilhantes e perturbadas ditam as regras enquanto aqueles que se acomodam nas zonas de conforto do “nunca assisti” ou “só ouço falar” não se comprometem. E os cegos inocentes continuarão sendo teleguiados por esse bando de doidos que nada mais fazem do que glamourizar os seus 50 tons de loucura.


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quarta-feira, 5 de abril de 2017

“Big Brother Brasil”: No Paredão entre médico e advogado indigenista, edição destaca ninfeta e vence o mau exemplo


A permanência de Marcos no “Big Brother Brasil” ao enfrentar Ilmar no paredão nessa terça-feira (4), na Rede Globo, só reafirmou o quanto uma edição e uma direção planejadas podem conduzir o resultado de um jogo. Em dois dias o programa conseguiu reverter e inverter as situações e a opinião pública. Após a formação do Paredão no domingo (2), as enquetes nos sites e redes sociais apontavam a eliminação de Ilmar com uma diferença de mais de 30% dos votos durante todo o dia seguinte. Já depois do programa ao vivo na noite de segunda-feira (3), em que foi mostrado e debatido o surto que Marcos assediou moralmente Marinalva e Ieda, além de ter exposto o filho adolescente de Ilmar, a diferença entre os dois emparedados reduziu rapidamente, chegando a quase um empate técnico. Coube à edição ser ágil e inverter o jogo mais uma vez, caprichando no apelo emocional destacando imagens nas quais Marcos aparecia meditando no gramado e tentando pedir desculpas a todos. Não mostrou, no entanto, que ao voltar para o quarto do Líder, ele ria e voltava a falar mal de todos. Para amenizar ainda mais a barra do cirurgião, predominavam imagens em que Emilly sempre aparecia como a responsável pelas atitudes inflamadas do namorado. Para garantir a nova inversão do jogo, o apresentador Tiago Leifert também alertou aos internautas de que a votação seria encerrada em quatro minutos e que era preciso correr para salvar seu favorito.

Muitas perguntas ficaram no ar. Será que Emilly teria sobrevivido a quatro Paredões se a edição reduzida do “Big Brother Brasil” que é exibido na Rede Globo à noite tivesse mostrado a verdadeira Emilly que é vista por quem acompanha o programa 24 horas no Pay-Per-View? Por que na edição feita nessa terça-feira foi exibida mais uma vez a briga em que Ilmar chamou Emilly de verme (enquanto Marcos presenciava ao lado sem defender a namorada), mas não foi também reprisada a cena em que o cirurgião esbravejou e meteu o dedo na cara de Marinalva e de Ieda, deixando acuadas uma paratleta e uma senhora de 70 anos? E por que essa mesma edição colocou panos quentes sobre a falta de escrúpulos de Marcos ao expor publicamente o fato de Ilmar ter atrasado a pensão do filho? Pelo contrário, a edição fez questão de não mostrar na conversa de Marcos com Marinalva a parte em que a paratleta afirmou para o cirurgião ter tido que enfrentar seus próprios medos quando ele foi encará-la. Também omitiu a conversa de Ieda com Marcos em que ela desabafou o quanto ficou magoada por ele ter sido desrespeitoso com seus filhos e netos ao insinuar no ar que ela tinha deitado no colo do Mamão, quando na verdade ela estava com a pressão alta, e o advogado foi ajudá-la. É sabido que o tempo em televisão vale ouro, mas como tiveram tempo de mostrar Marinalva, na mesma conversa, só falando sobre Emilly para o Marcos? E por que, na parte da Ieda, só mostraram ela dizendo que preferia falar outro dia, se houve, sim, a conversa à tarde?

Na verdade, foi tudo mais um jogo de cena para tentar justificar o injustificável. Assim como soou infantil o apresentador ter dito que os responsáveis pelos resultados eram grupos formados por “fanáticos” ou por jovens da “geração milênio”. Como formadores de opinião, os responsáveis pelo programa deveriam ficar preocupados com o tipo de conteúdo que estão levando ao ar, já que estão conscientes do tipo de telespectador que estão atingindo. Preocupados apenas com audiência, estão transformando vilões em personagens adoráveis através da edição de imagens. Como fazem isso? Selecionando apenas as cenas em que a bruxa má está mascarada de princesa e aquelas em que o herói destemperado e desrespeitoso está nos seus momentos zen budista. Esquecem que não estão dirigindo atores profissionais interpretando personagens em uma novela, estão lidando com pessoas comuns que não estão vivendo uma ficção, estão em um jogo real disputando R$ 1,5 milhão que pode mudar suas vidas. E que estão sendo vistas por pessoas também comuns dos mais diversos níveis social, intelectual, cultural. 

Há os que consigam ver nesse tipo de reality show uma espécie de espelho que reflete o comportamento humano diante das mais diversas situações em um confinamento, e a partir daí fazer uma leitura sociológica. E há os que assistem apenas por curiosidade ou como passatempo. Só que até como entretenimento é preciso lembrar sempre a boa e necessária função social que a televisão deve exercer com responsabilidade em sua programação. Algo que, infelizmente, vem sendo esquecido em prol do Tudo Por Audiência. Talvez por isso mesmo há os que nunca assistiram e nem pretendem assistir.



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sábado, 1 de abril de 2017

“MasterChef Brasil”: Nova temporada tem proteção a jovem de Brasília que não aparece na seleção individual, é criticada por jurados, mas é salva nas provas


A verdadeira largada da quarta temporada do “MasterChef Brasil” foi dada realmente no quarto episódio, exibido na terça-feira (28) pela Band e nessa sexta-feira (31) pelo Discovery Home & Health, que mostrou a primeira eliminação entre os 21 cozinheiros amadores aprovados após passarem pelas várias etapas de seleção mostradas desde a estreia, há três semanas. O formato não foi alterado, jurados e apresentadora continuam os mesmos, mas com uma pitada de “tômpero” novo que faz com que a competição culinária não perca o sabor. No trio de chefs, por exemplo, Paola Carosella trocou o excesso de emoção das temporadas anteriores por uma dose maior de austeridade em seus julgamentos. Érick Jacquin se mantém no posto do mais fofo e engraçado, sem deixar de ser também exigente. Mas ele e Paola estão pesando mais a mão nos palavrões. Ela com mais frequência. Parece terem feito escola com Henrique Fogaça, que gosta de soltar expressões abafadas na edição, mas nesta temporada está mais contido, com um ar até meio desanimado. Já Ana Paula Padrão mostra um crescimento trabalhado, com mais segurança tanto na condução enquanto interage com os participantes quanto na troca de ideias com os jurados. A apresentadora fez a lição de casa e está mostrando mais conhecimento em culinária quando troca ideia com os jurados sobre as provas. Será por ter sido chamada de “leiga no assunto” pelo professor de gastronomia João Lima quando foi eliminado no “MasterChef Profissionais” ano passado? De qualquer forma, valorizou a presença dela em cena e deu maior credibilidade às narrações que faz detalhando os desafios.

Na primeira Prova da Caixa os ingredientes surpresa eram tubérculos, que incluíam tipos de batatas, inhame e aipim. Dos 21 cozinheiros, o publicitário Leonardo, 22 anos, de Ribeirão Preto, fez o melhor prato. E o economista Bruno, 33 anos, de Campinas, foi o primeiro a deixar o programa ao perder a Prova de Eliminação. Além de ser o competidor mais jovem, Leonardo desponta como um dos mais fortes e já mostrou que está empenhado não apenas em cozinhar bem como em usar de artimanhas como jogador para se manter firme na disputa pelo título de MasterChef. Entre os outros que também deram sinais de serem prováveis favoritos estão as duas jovens catarinenses de 27 anos Michele e Ana Luiza e a sorridente tailandesa Yuko, de 31, que não foi aprovada na seleção da temporada passada e não desistiu de continuar tentando.

Nos quatro primeiros episódios, Paola Carosela mais uma vez não disfarçou quando simpatiza ou não com cada cozinheiro amador. É visível que a chef não deixará fácil a vida de Abel, o paraguaio de origem chinesa de 31 anos que na primeira eliminatória se meteu numa saia justa quando Paola elogiou o português dele e a resposta foi: “Porque sou oriental devo falar ‘flango flito’?”. A brincadeira não agradou, a jurada fechou a cara e depois deu o troco: “Desculpa, é que eu sou argentina e falo com sotaque”, disse ela, deixando Abel atônito. Sem motivo aparente, no entanto, a chef não demonstra empatia com a carioca Deborah, criticando severamente qualquer erro que encontre nos pratos da administradora, mesmo que não sejam os piores entre os preparados pelos demais cozinheiros.

Por outro lado, o posto de “queridinha” da vez já pertence escancaradamente a Nayane, 26 anos, a advogada de Brasília que não apareceu na etapa que começou a ser mostrada no primeiro episódio do programa em que os 75 cozinheiros selecionados se apresentaram individualmente para os três jurados. A jovem apareceu pela primeira vez apenas como apenas mais uma no grupo dos 40 escolhidos, no terceiro bloco do segundo episódio. Somente na abertura do terceiro ela foi vista cozinhando ao enfrentar o personal trainer paulista Fernando, de 30 anos, na briga pelo avental definitivo. Nessa primeira aparição Nayane já se mostrou chorona, despreparada, e perdeu para seu oponente no preparo de uma carne de javali. Curiosamente, no mesmo episódio em que foi eliminada, voltou para uma repescagem entre três menos piores dos vinte eliminados. E no duelo do risoto com Fernando e Roberta em que os três não acertaram o ponto do arroz, ela venceu “pelo sabor”.

Mas foi no quarto e último episódio que ficou mais evidente o despreparo da moça. E a proteção divina que ela recebe dos jurados. Para começar Nayane mais uma vez se esqueceu de pegar ingredientes no mercado. Pediu cebola, manteiga, vinagre e até um tentáculo do polvo que Fabrizio tinha cozinhado. Aí Paola ao experimentar o prato diz que a cozinheira fez um papelão porque o protagonista do prato deveria ser um tubérculo e o polvo que ela apresentou tinha sido feito por outro. Como castigo, a advogada foi para a Prova de Eliminação. E enquanto ela mais uma vez se atrapalhava na cozinha, os jurados de longe observavam e manifestavam sua preocupação: “É tão ruim o que ela fez antes que pode estar...” começa Paola, e Fogaça completa: “Ela está abatida”, mas Jacquin assegura: “Ela vai acordar”. Torcida pouca é bobagem, né? Mesmo assim, Nayane faz um prato, segundo os jurados avaliam, amargo, desequilibrado. Paola até pergunta: “Será que você tem que estar aqui mesmo?”. E são tantas dúvidas e indagações dos chefs sobre a competência da candidata que deixa o público se perguntando se foi merecido outros cozinheiros menos ruim terem sido eliminados enquanto aquela que dá sinais de ser a pior continua. E quando Paola a chama carinhosamente de “Coração” e conclui a crítica com um sorrisinho, fica claro que existe um cuidado extra da jurada até na hora de ser severa. Felizmente nesse programa quem elimina não é o voto do público. Não basta ter fã clube, é preciso saber cozinhar. E os maus não conseguem manter-se por muito tempo, pois não há proteção que consiga argumentos para se justificar no ar por muito tempo alguém que entra em uma competição culinária sem saber cozinhar.


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