A verdadeira largada da quarta temporada do
“MasterChef Brasil” foi dada realmente no quarto episódio, exibido na
terça-feira (28) pela Band e nessa sexta-feira (31) pelo Discovery Home &
Health, que mostrou a primeira eliminação entre os 21 cozinheiros amadores
aprovados após passarem pelas várias etapas de seleção mostradas desde a
estreia, há três semanas. O formato não foi alterado, jurados e apresentadora
continuam os mesmos, mas com uma pitada de “tômpero” novo que faz com que a
competição culinária não perca o sabor. No trio de chefs, por exemplo, Paola
Carosella trocou o excesso de emoção das temporadas anteriores por uma dose
maior de austeridade em seus julgamentos. Érick Jacquin se mantém no posto do
mais fofo e engraçado, sem deixar de ser também exigente. Mas ele e Paola estão
pesando mais a mão nos palavrões. Ela com mais frequência. Parece terem feito
escola com Henrique Fogaça, que gosta de soltar expressões abafadas na edição,
mas nesta temporada está mais contido, com um ar até meio desanimado. Já Ana
Paula Padrão mostra um crescimento trabalhado, com mais segurança tanto na condução
enquanto interage com os participantes quanto na troca de ideias com os
jurados. A apresentadora fez a lição de casa e está mostrando mais conhecimento
em culinária quando troca ideia com os jurados sobre as provas. Será por ter
sido chamada de “leiga no assunto” pelo professor de gastronomia João Lima
quando foi eliminado no “MasterChef Profissionais” ano passado? De qualquer
forma, valorizou a presença dela em cena e deu maior credibilidade às narrações
que faz detalhando os desafios.
Na primeira Prova da Caixa os ingredientes surpresa
eram tubérculos, que incluíam tipos de batatas, inhame e aipim. Dos 21
cozinheiros, o publicitário Leonardo, 22 anos, de Ribeirão Preto, fez o melhor
prato. E o economista Bruno, 33 anos, de Campinas, foi o primeiro a deixar o
programa ao perder a Prova de Eliminação. Além de ser o competidor mais jovem,
Leonardo desponta como um dos mais fortes e já mostrou que está empenhado não
apenas em cozinhar bem como em usar de artimanhas como jogador para se manter firme
na disputa pelo título de MasterChef. Entre os outros que também deram sinais
de serem prováveis favoritos estão as duas jovens catarinenses de 27 anos Michele
e Ana Luiza e a sorridente tailandesa Yuko, de 31, que não foi aprovada na
seleção da temporada passada e não desistiu de continuar tentando.
Nos quatro primeiros episódios, Paola Carosela
mais uma vez não disfarçou quando simpatiza ou não com cada cozinheiro amador.
É visível que a chef não deixará fácil a vida de Abel, o paraguaio de origem
chinesa de 31 anos que na primeira eliminatória se meteu numa saia justa quando
Paola elogiou o português dele e a resposta foi: “Porque sou oriental devo
falar ‘flango flito’?”. A brincadeira não agradou, a jurada fechou a cara e
depois deu o troco: “Desculpa, é que eu sou argentina e falo com sotaque”,
disse ela, deixando Abel atônito. Sem motivo aparente, no entanto, a chef não
demonstra empatia com a carioca Deborah, criticando severamente qualquer erro que
encontre nos pratos da administradora, mesmo que não sejam os piores entre os
preparados pelos demais cozinheiros.
Por outro lado, o posto de “queridinha” da vez já pertence
escancaradamente a Nayane, 26 anos, a advogada de Brasília que não apareceu na
etapa que começou a ser mostrada no primeiro episódio do programa em que os 75
cozinheiros selecionados se apresentaram individualmente para os três jurados.
A jovem apareceu pela primeira vez apenas como apenas mais uma no grupo dos 40
escolhidos, no terceiro bloco do segundo episódio. Somente na abertura do
terceiro ela foi vista cozinhando ao enfrentar o personal trainer paulista
Fernando, de 30 anos, na briga pelo avental definitivo. Nessa primeira aparição
Nayane já se mostrou chorona, despreparada, e perdeu para seu oponente no
preparo de uma carne de javali. Curiosamente, no mesmo episódio em que foi
eliminada, voltou para uma repescagem entre três menos piores dos vinte
eliminados. E no duelo do risoto com Fernando e Roberta em que os três não
acertaram o ponto do arroz, ela venceu “pelo sabor”.
Mas foi no quarto e
último episódio que ficou mais evidente o despreparo da moça. E a proteção
divina que ela recebe dos jurados. Para começar Nayane mais uma vez se esqueceu
de pegar ingredientes no mercado. Pediu cebola, manteiga, vinagre e até um
tentáculo do polvo que Fabrizio tinha cozinhado. Aí Paola ao experimentar o
prato diz que a cozinheira fez um papelão porque o protagonista do prato
deveria ser um tubérculo e o polvo que ela apresentou tinha sido feito por
outro. Como castigo, a advogada foi para a Prova de Eliminação. E enquanto ela
mais uma vez se atrapalhava na cozinha, os jurados de longe observavam e
manifestavam sua preocupação: “É tão ruim o que ela fez antes que pode
estar...” começa Paola, e Fogaça completa: “Ela está abatida”, mas Jacquin
assegura: “Ela vai acordar”. Torcida pouca é bobagem, né? Mesmo assim, Nayane
faz um prato, segundo os jurados avaliam, amargo, desequilibrado. Paola até
pergunta: “Será que você tem que estar aqui mesmo?”. E são tantas dúvidas e
indagações dos chefs sobre a competência da candidata que deixa o público se
perguntando se foi merecido outros cozinheiros menos ruim terem sido eliminados
enquanto aquela que dá sinais de ser a pior continua. E quando Paola a chama carinhosamente
de “Coração” e conclui a crítica com um sorrisinho, fica claro que existe um
cuidado extra da jurada até na hora de ser severa. Felizmente nesse programa
quem elimina não é o voto do público. Não basta ter fã clube, é preciso saber
cozinhar. E os maus não conseguem manter-se por muito tempo, pois não há
proteção que consiga argumentos para se justificar no ar por muito tempo alguém
que entra em uma competição culinária sem saber cozinhar.
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