Ana Maria Braga deu uma lição “de leve”,
intencionalmente ou não, nos jurados do “MasterChef Brasil”, da Band, essa
semana no “Fecha a Conta”, quadro do seu “Mais Você”, na Rede Globo. A segunda
temporada da disputa de culinária do programa matinal, voltada para o preparo
de massas, estreou na segunda-feira (29) com seis participantes, a cada dia um
foi eliminado e os dois finalistas, Helena e Matheus, se enfrentarão na próxima
segunda-feira (5). A avaliação dos pratos é feita às cegas por dois chefs
fixos, Roberto Ravioli e Luciano Boseggia, e um convidado diferente em cada
prova. O trio experimenta e dá nota sem saber quem preparou cada prato. Só que os
chefs renomados começaram exagerando na rigidez das críticas e extrapolando no “sincericídio”,
deixando os competidores constrangidos diante das câmeras. Acontece que não se
trata de uma disputa entre amadores, são todos cozinheiros profissionais que
vivem e sobrevivem da gastronomia, portanto estão comprometendo seus próprios
negócios ao se exporem na televisão.
Diante dessa situação, na quinta-feira (31), Ana Maria
deu aos quatro restantes a oportunidade de falarem o que quisessem para ela
sobre as avaliações, já que não tinham como rebater na hora às críticas,
justamente por serem feitas “às cegas”. Piero foi diplomata e só falou sobre não
achar que queijo ralado seja sinônimo de molho de tomate, enquanto Matheus foi direto
e lembrou que os jurados deveriam tratá-los como profissionais e não como
amadores, tendo o apoio de Giancarlo, que ressaltou o fato de que é diferente
eles estarem cozinhando longe de suas cozinhas e de suas equipes e que a
exposição os leva a erros que eles não cometeriam nos seus cotidianos: “Não é
reclamação, é um pouco de compaixão para a galera que está aqui na pressão”, pediu
o mais jovem do grupo, formado em gastronomia e que trabalha no restaurante de
sua família.
Mesmo que não tenha acontecido de forma proposital, essa
abertura para os participantes do “Fecha a Conta” manifestarem seus sentimentos
pode ser encarada como uma “cutucada” da apresentadora no “MasterChef Brasil”.
Afinal, ela aconteceu dois dias após Caroline, ex-participante da competição
culinária da Band, ter se rebelado diante das avaliações feitas pelos chefs
Paola Carosella, Henrique Fogaça e Érick Jacquin e até insinuado manipulação
nos resultados durante a prova de repescagem. A postura da cozinheira amadora
foi condenada por muitos, mas talvez tivesse acontecido de outra forma se os
jurados não fossem tratados como deuses que podem tudo, inclusive humilhar os
participantes.
Voltando ao “Fecha a Conta”, a diplomacia surtiu efeito e a partir do desabafo de Piero, Matheus e Giancarlo, tanto Ravioli e Boseggia quanto os chefs convidados mantiveram o rigor nas avaliações, mas passaram a ser menos agressivos na forma de manifestarem suas críticas. Por não se darem bem nas provas seguintes, Piero foi eliminado no desafio do nhoque e Giancarlo no preparo de massa colorida com tinta de lula. Matheus e Helena ficaram para disputar a final. Matheus, que no desabafo sobre os jurados falou: “Eu acho que os jurados têm que tratar a gente como profissionais e não como amadores”. E Helena, que na ocasião não quis se comprometer e não se manifestou. Será que essa postura poderá beneficiá-la junto aos jurados na final? Tomara que não, pois o que se espera de grandes chefs quando compõem o júri de competições de culinária, seja em que emissora for, são avaliações e posturas competentes e imparciais. E seriedade nada tem a ver com agressividade. Assim como arrogância não é sinônimo de elegância.
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