quarta-feira, 28 de junho de 2017

“A Casa”: Com formato inédito, reality show surpreende justamente por ser imprevisível e pela desenvoltura de Marcos Mion


Para quem esperava se deparar de cara com um show de horrores, “A Casa”, novo reality show da Record soube cumprir com equilíbrio seu papel de entretenimento na estreia nessa terça-feira (27).  Ficou evidente que Marcos Mion, com sua postura descontraída e ao mesmo tempo incisiva, teve um papel fundamental para o bom andamento do roteiro do programa. Um apresentador sem a mesma experiência e sagacidade não conseguiria controlar cem participantes reunidos em uma casa projetada e abastecida para abrigar apenas quatro pessoas. O mesmo pode-se dizer da direção-geral, assinada por Rodrigo Carelli, que não extrapolou nem explorou o sensacionalismo apesar de todas as situações que certamente devem ter sido criadas para isso. Afinal, são quatro camas, dois banheiros, quatro toalhas, quatro rolos de papel higiênico e uma ração básica de comida que é reposta diariamente para abastecer quatro moradores. Atraídos por um prêmio de até R$1 milhão, os candidatos não sabiam que iriam tirar desse valor o necessário para comprar produtos para a própria sobrevivência. E é aí que começa o jogo. Quanto mais gastarem, menos restará para o vencedor no final. Daí o porquê de optarem por passar perrengue mesmo tendo dinheiro para comprar os itens oferecidos no cardápio de vendas da Casa.

A cada semana será eleito um “dono da casa”, para administrar o dinheiro, as compras e a logística geral. Nesse primeiro episódio, cada um teve que escrever em uma cédula os nomes de cinco participantes com quem mais simpatizaram. O mais votado foi Junior, que ganhou o posto de líder e soube fazer um Itamaraty com a maioria. Embora tenha tido que falar duro em alguns momentos diante da falta de água para todos tomarem banho, o racionamento de comida e a necessidade de acomodar todos na hora de dormir, já que faz frio e não há cobertores para todos. As dificuldades e a falta de liberdade já provocaram a desistência de três mulheres. O clima ficou ainda mais tenso quando, no final, Mion apresentou os nomes dos menos votados naquela enquete inicial e que estarão na zona de risco e poderão ser eliminados pelo dono da casa. “Me põem no grupo de risco”, gritou um. E quando Mion perguntou se ele queria ir para o grupo de risco ele completou, como que questionando o critério escolhido para dividir os grupos: “Não quero segurança, quero que seja imprevisível”. E o apresentador na hora lhe deu a opção: “Se você quer estar naquele painel (o vermelho), você sabe como se comportar. Então, o jogo é seu”, respondeu Mion, diplomaticamente.

A primeira eliminação, que não tem um número fixo de possíveis convidados a ir embora pelo dono da Casa, acontecerá nessa quinta-feira (29). Uma dúvida sobre algo que ainda não foi comentado é: o que é permitido e o que é proibido colocar dentro daquelas caixas de papelão individuais que cada um levou ao entrar na Casa? Alguns apareceram fumando. Podem levar cigarros? Há pessoas de mais idade. Podem levar medicamentos? Como o formato é inédito no Brasil, é normal que curiosidades surjam a cada episódio. Espera-se mesmo é que o reality não extrapole o nível mostrado na estreia.


Mais Marcos Mion em: https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/06/legendarios-marcos-mion-escracha-do.html