A vitória de Cristopher Clarck, de 43 anos, no “X
Factor Brasil”, da Band, nessa quarta-feira (23), foi uma espécie de
sinalizador que se acendeu indicando que ainda é possível ver um resultado
justo em competições musicais em que é sabido que geralmente pesa mais os
interesses do mercado da indústria fonográfica do que o talento do candidato. Ainda
assim, ficou visível que a presença do Ravena entre os três finalistas foi
injusta quando, logo na abertura do programa houve a apresentação do Top 10 da
competição, e lá estavam cantores muito mais competentes, como Heloá, Naomi, Rafael
e Miguel. Felizmente, o grupo formado dentro do programa ficou em terceiro
lugar. Ficou no ar apenas a dúvida se essa colocação não foi consequência das
inúmeras denúncias feitas na internet de que na última apresentação as meninas
foram beneficiadas por um playback. Se sim ou não, valeu a disputa final ter
ficado mesmo entre Cristopher e Jenni Moselo.
Como apresentadora, a atriz Fernanda Paes Leme
interpretou bem seu papel mostrando desenvoltura no palco e também que tem
bagagem nas suas relações interpessoais no mundo das celebridades. Isso conta
ponto não apenas na sua interação com jurados, participantes, convidados, como na
identificação com quem está na plateia. Também teve a ver as atrações musicais
da noite ter artistas que participaram do programa na fase de treinamento dos
candidatos, como Ludmila e Tiago Iorc, além do Jota Quest. No quesito
candidatos, essa primeira edição do “X Factor Brasil” mostrou que temos, sim,
cantores com qualidade vocal à espera apenas de uma oportunidade. Claro que
apareceram “calouros” no meio do caminho, mas eles também são necessários para
dar o toque de entretenimento.
Aliás, os jurados, o ex-Titãs Paulo Miklos, o vocalista do NX Zero Di Ferrero, a cantora Alnne Rosa e o produtor musical Rick Bonadio, oscilaram entre realmente levar a sério suas funções de julgar ou tentarem entreter e ganhar audiência através de gracinhas e briguinhas encenadas para criar polêmica. Miklos decepcionou com suas defesas do Ravena, Di fazia cara blazé como se nem ele soubesse o que estava fazendo ali, Alinne foi divulgar seu trio elétrico e Rick abusou na indelicadeza ao avacalhar os candidatos dos outros mentores. O que fica mais evidente é que a profissão de jurado deve ter ficado lá no passado. É recorrente a carência de profissionais que atendam fielmente o posto nos programas de competições musicais que temos visto ultimamente. Mas o resultado do conjunto da obra dos 26 episódios do primeiro “X Factor Brasil” agradou a direção da emissora e a Band já confirmou uma segunda temporada em 2017.
Mais "X Factor Brasil" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/11/x-factor-brasil-publico-manda-melhores.html