Domingo, 13 de novembro, está no ar o “Fantástico”. Há
anos atrás esta chamada era apenas a abertura da primeira página de uma revista
eletrônica que tinha o compromisso de oferecer aos telespectadores o que tinha
acontecido de mais relevante para o país e para o mundo durante a semana. Era a
hora de se sentar diante da televisão e aguardar por reportagens jornalísticas
cuidadosamente apuradas e esmiuçadas em todos os cantos do planeta. Era. Não é
mais. Em plena semana em que o mundo assistiu a Donald Trump ser anunciado como
novo Presidente dos Estados Unidos na terça-feira (8), o “Fantástico” deste
domingo (13), cinco dias após a eleição, começa exibindo pautas que nada trazem
de muito atual e somente depois mais de uma hora de programa no ar finalmente
toca no assunto. E apresenta uma reportagem com um perfil repetitivo do candidato
eleito, mostrando mais do mesmo. Não houve um trabalho mais profundo sobre tudo que
envolveu o sistema eleitoral, ou seja, riqueza de detalhes sobre o antes o durante e o depois do pleito. Não tinham equipes mobilizadas lá para isso? O próprio editor-chefe do "Jornal Nacional", William Bonner, não viajou até lá para fazer uma cobertura à altura do seu profissionalismo?
Não teve nem a busca de especialistas que analisassem o que tal resultado pode representar efetivamente para a economia mundial, já que
a grande preocupação dos brasileiros é com a crise do Brasil. A única
preocupação foi em mostrar as ameaças de Trump de deportar imigrantes que
estejam de forma ilegal no país e que tenham antecedentes criminais.
Mas o que mais chamou a atenção na reportagem foi a
forma como não houve ali nenhuma preocupação de respeitar a imparcialidade que
deve reger o jornalismo e oferecer ao telespectador elementos que permitissem a
ele fazer juízo de valor sobre o que acha certo ou errado. Nada foi mostrado
sobre a outra candidata, Hillary Clinton, e sobre os prováveis motivos para sua
derrota. Houve uma pressa constrangedora em registrar a notícia. A matéria
começou a ser exibida falando sobre uma provável perseguição de Trump a imigrantes,
negros e muçulmanos e terminou emendando de forma abrupta com uma matéria sobre
o lançamento de “Elis”, filme que está chegando aos cinemas contando a história
da trajetória de Elis Regina.
E o que teve mais no “Fantástico”?
Bom, melhor nem falar...
Mais "Fantástico" em:
https://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2016/10/fantastico-o-show-da-banalizacao-da.html