Nessa altura do “MasterChef Profissionais”, da
Band, em que restaram realmente grandes cozinheiros, a saída de Fádia da
disputa no episódio dessa terça-feira (22) fez a diferença, apesar de todo
o nervosismo durante as provas, a elegância e consciência do próprio valor
demonstrado pela eliminada. Na disputa com Dayse, Dário, Ivo e Marcelo por uma
vaga na semifinal, a candidata mais uma vez mostrou uma personalidade peculiar
em relação aos demais ao fazer uma despedida sem drama dos jurados, Érick
Jacquin, Henrique Fogaça e Paola Carosella. Pelo contrário, de forma confiante
e segura, Fádia convidou os três chefs a serem padrinhos do restaurante que vai
abrir em breve.
E, diferentemente de outros eliminados que
aproveitaram o momento da despedida com a apresentadora Ana Paula Padrão no
vestiário onde todos deixam seus domas para desabafarem suas mágoas e
tristezas, Fádia fez desse um momento único para manifestar sua vontade de
imprimir sua marca no mercado. “Essa é uma oportunidade muito grande de nós
termos um reconhecimento no mercado que infelizmente na nossa profissão é muito
difícil ter. O mais importante para mim não é o valor em dinheiro, eu acho que
todo mundo entrou aqui com o princípio de mostrar o seu trabalho, de mostrar
porque escolheu isso como profissão”, falou ela, sem nem ter ideia que momentos
antes a edição mostrou Dayse em um depoimento afirmando que para ela não
importava ser considerada a mais fraca desde que saísse com o prêmio no bolso.
Mas Fádia também foi a primeira a falar sobre a
postura machista que existe no ambiente da cozinha. E, pelo jeito, não é apenas
no programa que isso acontece. “Tem os machistas aí que não aceitam nossa
presença dentro de uma cozinha mais corrida, mais puxada, só que desde que eu
coloquei isso na minha cabeça de seguir isso como profissão, eu disse, eu sou
mulher mas tenho competência para estar no lugar de qualquer um”, disse ela,
com voz trêmula, emocionada, mas muito verdadeira.
Um exemplo de bom caráter que a candidata mostrou ao
longo de sua trajetória na competição, como quando auxiliou Priscylla por achar
que ela era “frágil emocionalmente”, ou quando não contestou na prova em que
teve que destrinchar um cordeio quando havia dois homens em sua equipe, Marcelo
e João. Em nenhum momento ela usou como desculpa ter se prejudicado por ajudar
outros concorrentes, como aconteceu quando cedeu suas claras de ovos para Dário
e ainda deixou seu suflê passar do ponto no forno porque poderia prejudicar o
mesmo colega.
Enfim, Fádia pode ser uma daquelas participantes que, infelizmente, não rende muito ibope porque não cria polêmicas nem gera discussões. Mas, com certeza, deixou um bom exemplo de ética e profissionalismo e ainda vendeu o peixe do restaurante que vai abrir com um marketing bem positivo.
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