O fim de “Além do Horizonte”, novela das sete da
Rede Globo, que foi ao ar nessa sexta-feira (2), traz de volta a ideia de que
um bom último capítulo pode até conquistar alguma simpatia do público. E alguns
acabam se esquecendo, ou até relevando, os seis meses em que esteve no ar uma
história na qual os autores, no caso Marcos Bernstein e Carlos Gregório, que
haviam se proposto mostrar uma aventura inusitada em busca da felicidade,
pareciam estar eles mesmos perdidos no labirinto da própria trama.
Na verdade, após um começo que beirava o ridículo, tentando
se inscrever no gênero de suspense através de uma tal Besta assassina e de uma
Sociedade Secreta, passando no meio por troca de casais entre protagonistas, a
novela chegou ao fim como mais um folhetim trivial, com direito a casamento
coletivo e muitos “Eu te amo” e “Eu também te amo” nos diálogos, além do
tradicional nascimento de crianças, desta vez de quadrigêmeos. E muitos efeitos
especiais nas cenas de explosão, incêndio e muita fumaça, que, curiosamente,
não chamuscaram nenhum personagem. Estavam todos limpinhos, apenas com algumas
gotículas de suor no rosto. Sem querer,
ou querendo, os autores queriam complicar o que é a busca da felicidade, mas se
renderam aos velhos chavões usados nas histórias naturalistas que retratam o
cotidiano real.
Nem mesmo a letra da música de abertura, “Além do
Horizonte”, de Erasmo Carlos e cantada pelo mesmo, traduziu o que se viu no ar.
Aliás, nem as imagens do clipe de abertura, já que lá estavam Juliana Paiva, Thiago
Rodrigues e Vinícius Tardio. Onde estava mesmo Vinícius no final, quando Juliana
ficou com o personagem de Rodrigo Simas, e Thiago, com a personagem de Mariana
Rios? Seria melhor terem também feito uma nova abertura, como já aconteceu em
outras novelas da própria emissora, como “América” (2005), “Torre de Babel”
(1998), e até mesmo “Malhação” (2013), que manteve mesmo estilo e mesma música
do clipe, mas acrescentou a imagem do ator Guilherme Leicam quando ele
substituiu Guilherme Prates no posto de protagonista.
Claro que é preciso fazer justiça às interpretações
de Antonio Calloni, Casso Gabus Mendes e Carolina Ferraz, que foram os
responsáveis para que o núcleo de vilões não desandasse de vez com o todo. E
como maior revelação o ator mirim JP Rufino, o pequeno Nilson, que atuou melhor
do que muita gente grande.
Mais "Além do Horizonte" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/11/alem-do-horizonte-estreia-de-novela-que.html
e
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/11/alem-do-horizonte-fraco-desempenho-se.html
E leia entrevistas e notícias de TV na minha coluna no Folha dos Lagos Online:
http://www.folhadoslagos.com/blogs/elena-correa/giovanna-antonelli-tudo-o-que-eu-quero-e-contar-uma-bela-historia#.U2pVeXY0jfM