domingo, 27 de outubro de 2013

“Áudio Retrato”: Nova serie não se restringe a entrevistas e clipes, mas traça um paralelo da história musical com a trajetória de artistas que fizeram a diferença no cenário



Com uma direção ágil e edição precisa, “Áudio Retrato”, que estreou este mês de outubro no BIS (canal por assinatura do Multishow em HD totalmente voltado a músicas), não se resume a mostrar cantores vendendo seus peixes. Em formato de documentário de cinema, mas com linguagem adaptada para a televisão, o ponto forte do programa está na forma como cada artista se manifesta em relação a determinados acontecimentos que serviram de pano de fundo em suas trajetórias. E vem aí muito mais do que simplesmente relembrar antigos sucessos, como acontece na maioria dos projetos voltados à música. Estão ali fatos que fazem parte da história geral do país, vistos sob um ponto de vista sonoro e até poético.

Previsto para ter doze episódios, o primeiro contou com Fernanda Abreu falando sobre o nascimento do movimento funk no Rio de Janeiro. Também já teve Gilberto Gil relembrando o cenário musical nos tempos da ditadura e suas histórias do exílio em Londres, de 1968 a 1971; Lenine falando sobre a universalidade de suas composições, que está acima de qualquer rótulo de ritmo ou gênero, e Gabriel O Pensador, fazendo uma explanação sobre a crítica bem humorada do sistema que norteia suas músicas. 

Realizado pela produtora Indústria Imaginária, de Ricardo Nauenberg, o projeto foi inspirado no documentário “White Black and Blues”, em que o cantor de blues B.B. King se manifestava sobre a mudança nos direitos civis dos negros norte-americanos. A ideia foi muito bem adaptada e a serie ainda promete boas histórias contadas por cantores como Evandro Mesquita, com o seu jeito Blitz de ser, e Dinho, vocalista do Capital Inicial e filho de diplomata, revirando a urna com sua postura crítica sobre a geração do rock nascida em Brasília.

Exibido semanalmente às sextas-feiras, mas com dias e horários alternativos, é uma aposta acertada do canal que merece ser conferida.




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sábado, 26 de outubro de 2013

Análise: Troca de casais pode até mesmo ser considerado algo contemporâneo, tanto na ficção quanto na vida real, mas é preciso identificar certos privilégios que geralmente colocam os homens na posição de vítimas


Não consigo entender o porquê de estarem questionando tanto Ísis Valverde, mesmo sem provas concretas, pelo fato de ela estar sendo apontada como pivô da separação de Cauã Reymond e Grazi Massafera. É um tal de depoimentos da amiga da amiga da amiga, que não quis se identificar, e do amigo do amigo do amigo que também não prova nada.

Na boa, é muito fácil para uma mídia sem comprometimento com a ética, mas, querendo agradar a assessorias com casting que se considera privilegiada, fazer capa de revista com depoimentos de fantasmas. Essa “preservação” da fonte virou baderna.
Agora, é o primeiro casal que se separa com a suspeita de outro alguém do meio estar envolvido?

Só para citar alguns exemplos:

Murilo Benício e Alessandra Negrini começaram a namorar quando gravavam a novela “Meu Bem Querer”, em 1998. Tiveram um filho. Em 1999, Murilo e Carolina Ferraz assumiram um relacionamento, após  viverem os irmãos Leonardo e Milena na novela “Por Amor”. Na época, a atriz era casada com o publicitário Mário Cohen e Murilo ainda estava com Alessandra. Em 2001, Murilo começou uma relação com Giovanna Antonelli, que era casada e se separou do marido e, três anos depois, nasceu um filho. Logo depois se separaram.

Adriana Esteves e Vladimir Brichta assumiram o relacionamento em 2002, após contracenarem em “Coração de Estudante”, depois de ela se separar de Marco Rica. Ambos tinham companheiros antes.

Troca de casais assumida pode até ser considerado algo contemporâneo, tanto na ficção quanto na vida real, mas é preciso identificar certos privilégios. Um caso mais recente e semelhante como esse caso: Paolla de Oliveira e Joaquim Lopes, que assumiram um relacionamento quando ele voltou da lua-de-mel do casamento com Taís Fersoza.

Por que a Ísis deve ser mais cobrada do que foi a Paolla? Por que nesse caso só pesa o lado feminino? Por que não cobrar também a responsabilidade masculina? Será que também nesse caso atual pesa mais a competência da assessoria de cada artista? E, afinal, alguém pode ser responsabilizado sozinho de ter conseguido realmente acabar com algo que já não estivesse dando sinais de ter chegado ao fim?




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Teleton: Em um país em que a saúde e a educação estão tão carentes, a hora não é de brigar por audiência em atrações que focam em iniciativas, mas de juntar forças em campanha solidária que reúne artistas das mais diversas emissoras e segmentos


Qualquer tipo de campanha em prol de crianças carentes ou deficientes merece o nosso respeito e engajamento. Mas, sem dúvida, o Teleton, que teve sua edição 2013 lançada nessa sexta-feira (25) no SBT, tem sua credibilidade reforçada em termos de mídia ao ter à frente de seu lançamento o empresário, apresentador e dono do SBT, Silvio Santos. Como não levar em consideração o fato de há 15 anos o valor mínimo não ultrapassar o limite de R$ 5?

“Ao longo destes anos, cinco reais passaram a valer menos. Ainda assim, apostamos neste valor para que um número ainda maior de pessoas possa doar”, afirmou Silvio Santos na noite do lançamento da campanha. Mas a frase crucial foi: “Se você não puder doar, não tem problema”. É uma postura de quem sabe a dimensão do seu público e entende que há quem queira contribuir e não pode. Diferentemente de campanhas de emissoras que só apostam em um público classe A.

Silvio ainda agradeceu, por educação e não por obrigação, às emissoras que liberaram seus artistas para participarem desse momento. Tais emissoras é que deveriam agradecer por estarem fazendo parte dessa campanha, e não o contrário. Mas, que o gesto do ícone da televisão brasileira sirva de exemplo às outras emissoras, principalmente à Globo, que acha que se basta com seus artistas.

Em um país em que a saúde e a educação estão imensamente carentes, a hora não é de brigar por audiência em atrações que focam nessas iniciativas, mas de juntar forças. E Irene Ravache, “cedida” pela Globo, fez o discurso de quem não tem emissora, tem voz, tem sensibilidade, tem humanidade. A atriz fez uma homenagem a Hebe Camargo com louvor, ao lançar o leilão de um pingente da saudosa apresentadora. Irene está acima de qualquer emissora. Assim como Hebe estava. Não teria escolha melhor. Foi elegante. Foi diva. E se comprometeu apenas com a causa.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2013

“Amor à Vida”: Ary Fontoura e Nathália Timberg se superam em cena de sexo na terceira idade, mas tema não salva história de falhas, pois esse tipo de relacionamento é tratado há mais de três décadas na ficção


Não há como negar que a cena protagonizada pelo casal da terceira idade formado por Lutero e Bernarda, brilhantemente interpretados pelos experientes e talentosos Ary Fontoura e Nathália Timberg, respectivamente, no capítulo dessa terça-feira (22) em “Amor à Vida”, novela das nove da Rede Globo, deram um novo respiro à história escrita por Walcyr Carrasco, até agora repetitiva, recheada de situações inverossímeis. O autor foi criativo nos diálogos, com direito a insinuações de que Lutero recorreu a “pilulazinhas” para ter um bom desempenho na cama. Nada muito surpreendente, mas, deu um floreio ao texto.

Foi uma cartada excepcional pela entrega dos respeitáveis atores. Mas, nada tão espetacular e original assim que nunca tenha sido visto antes. Só para lembrar, recentemente, em “A Vida da Gente”, exibida em 2011, e no horário das seis, Nicette Bruno (Iná) e Stênio Garcia (Laudelino) já representavam um casal de avós mantendo uma relação sem compromisso, cada um na sua casa, mas dormindo juntos quando sentiam vontade. Pelo horário da história, o sexo não chegava a ser citado, mas era deduzido e perfeitamente entendido num casal sem compromisso oficialmente assumido. Muito mais ousado.

Na época, Stênio definiu bem a pureza da relação dos dois, em uma trama que se passava em Gramado, interior do Rio Grande do Sul: “Essa é a maneira que eles encontraram para serem felizes. O mais importante é a afinidade, o amor sem compromissos formais. Eles pularam a parte da aliança, do papel. Esse namoro é mantido porque o respeito está acima de tudo. Para essa faixa etária, é muito importante que haja essa falta de compromisso com a seriedade da relação”, afirmou o ator.

Tocar nesse tema é e sempre será fundamental para que uma nova mentalidade seja formada e reformada em torno da importância das relações humanas, sentimental ou fisicamente. Entrando no Túnel do Tempo, quem assistiu a “O Casarão”, novela de Lauro César Muniz que intercalava três décadas antigas, 1900, 1920 e 1930, com os modernos anos 70, e discutia feminismo, política e velhice, sabe que ninguém está descobrindo a pólvora agora. Como não se lembrar da cena antológica de Yara Cortes (Carolina) com Paulo Gracindo (João Maciel), no último capítulo da novela, em que ela perguntava se estava atrasada, e ele respondia: “Só quarenta anos”, respondeu o personagem.

Passados quase 40 anos, o tratamento dado é outro. Autores precisam estar à frente de seu tempo sempre. A questão do relacionamento entre Lutero e Bernarda é super válida ser tratada. E, acompanhando a evolução dos tempos, nada mais justo do que avançar no tema, já que há mais liberdade nos tempos atuais e no horário em que a novela é exibida.

Mas, definitivamente, não é uma novidade.





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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

“Jóia Rara”: Excelente interpretação dos atores e impecável reconstituição de época, mas falta dar mais agilidade nas ações e amenizar o maniqueísmo dos personagens


Há pouco mais de um mês no ar, “Jóia Rara”, novela das seis da Rede Globo, já poderia ter cativado definitivamente o público, não fosse a falta de agilidade nas ações. Tudo ainda acontece de forma vagarosa, sem falar que o casal de vilões, Manfred (Carmo Dalla Vecchia) e Sílvia (Nathalia Dill) está sempre se sobrepondo ao de mocinhos, formado por Franz (Bruno Gagliasso) e Amélia (Bianca Bin). Não é por ser uma história de época, iniciada nos anos 30 e prosseguindo na década de 40, que tudo tenha que acontecer no ritmo daqueles tempos.

Vide o exemplo de “Lado a Lado”, novela que se passava no século XX, mas que trazia uma modernidade que fazia toda a diferença e que trazia uma sucessão de fatos novos a cada capítulo, ora se dando bem o malvado, ora vencendo o bonzinho.

É claro que é preciso destacar em “Jóia Rara” a direção de arte e figurinos impecáveis na reconstituição de época, em tons que são realçados por uma luz competente. O uso de fotos antigas de imagens reais do Rio antigo não é novidade, mas sempre funciona.

A escalação de atores considerados do casting do horário nobre também valoriza a novela de Duca Rachid e Thelma Guedes. Mas ainda causa certa estranheza rever tantos atores vindos de novelas recentes. De “Salve Jorge”, repetem-se Marcus Caruso, Domingos Montagner, Carolina Dieckmann, Tânia Khalil, Letícia Spiller, Nicette Bruno. De “Avenida Brasil”, que, apesar de ter saído do ar há exatamente um ano foi muito marcante, estão Nathalia Dill, Cacau Protásio, Claudia Missura, Fabíula Nascimento.

Sem falar de José de Abreu e Mel Maia, os antigos Lino e Rita do “lixão” da trama de João Emanuel Carneiro, que voltaram a se encontrar, agora como avô e neta em papéis cruciais da nova novela. O ator continua fazendo um vilão. Mas, justiça seja feita, Zé está longe de lembrar o personagem anterior, não só por estar em outro contexto, mas pela construção feita pelo próprio ator. A atriz-mirim, por sua vez, recentemente repetiu uma cena idêntica à já vivida por ela, quando Rita foi abandonada no lixão. Só que, dessa vez, foi largada numa floresta. A culpa não é da menina, e sim de até o seu texto ser quase igual ao que ela já disse antes.

Ainda sobre interpretações, Bruno Gagliasso, Bianca Bin e Nathalia Dill estão mais uma vez mostrando talento para incorporarem personagens totalmente diferentes de seus trabalhos anteriores. Já Carmo Dalla Vecchia sofre da falta de oportunidade de ousar em papéis diferentes. Está fazendo mais um malvado com as mesmas nuances dos seus vilões anteriores. Muda o figurino, muda a história, mas não muda o olhar, não muda a expressão facial, com direito a beicinhos cínicos.

Vindos de “Salve Jorge”, Domingos Montagner e Carolina Dieckmann ainda trazem um certo ranço das interpretações anteriores. Ele, Mundo, não é mais o garanhão guia de turistas, mas continua com a mesma pose ao ficar à frente dos operários. E ela, Iolanda, não é mais uma jovem traficada para a Turquia, mas se vendeu a um milionário para saldar a dívida do pai e continua se relacionando com Mundo, seu atual amante. A sensação que se tem é de que se trata da mesma trama, só que saiu Cleo Pires, entrou Carolina. Sem falar que, de novo, Tânia Khalil, agora no papel de uma corista de cabaré, continua fazendo parte de mais um triângulo amoroso com Domingos. Tudo como antes.

Falta originalidade, falta surpresa, falta gancho. Mas, acima de tudo, faltam mais ação e menos maniqueísmo.


Mais "Jóia Rara" em:
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sábado, 19 de outubro de 2013

“A Mulher do Prefeito”: Tony Ramos é o que há de melhor em seriado que peca pela falta de conteúdo e de humor e com Denise Fraga repetindo mesmos tons e trejeitos


Tony Ramos é o que há de melhor com sua atuação em “A Mulher do Prefeito”, seriado da Rede Globo que estreou há duas semanas e que, nesse período, ainda não causou qualquer surpresa ou motivo de expectativa em relação ao próximo episódio. A história gira em torno de Aurora, personagem de Denise Fraga, uma mulher dividida entre a administração de uma cidade e o amor de dois homens, Reinaldo, o prefeito deposto vivido por Tony, e Seixas (Felipe Abib), um assessor da prefeitura.

Escrita por Marcelo Gonçalves e Bernardo Guilherme, a história que se apresenta classificada no gênero de comédia não promove o menor esboço de sorriso no telespectador mais exigente de um humor no mínimo inteligente já que a linha central deveria ao menos esbarrar na política. Não há nem graça gratuita. A direção de Luiz Villaça também está muito parecida com a linguagem usada por ele em “Retrato Falado”, quadro do “Fantástico” dirigido por ele e estrelado por Denise, sua mulher e protagonista do seriado.

Denise Fraga tem um tempo de comédia ágil e visível, mas talvez pudesse render mais saindo da zona de conforto de estar sendo dirigida pelo próprio marido. “Retrato Falado” marcou muito sua interpretação. E agora a atriz parece estar sempre interpretando alguém da vida real que conheceu e não uma personagem realmente da ficção que ela criou. Ela parece repetir sempre a mesma entonação de voz e os mesmos trejeitos em todas as personagens.

Já Tony Ramos, que já havia liberado sua veia cômica ao fazer uma participação especial no seriado “A Comédia da Vida privada”, no começo dos anos 90, e nem por isso ter deixado de lado seu lado sério em outros trabalhos na televisão, intercalando humor e drama em novelas como na novela “A Próxima Vítima”, “Passione” e, a mais recente, “Guerra dos Sexos”, é o que há de melhor nesse seriado. E olha que ele nem recorre à sua memorável atuação no cinema, ao lado de Glória Pires, em “Se Eu Fosse Você”.

Talvez tivesse sido melhor terem criado “O Marido da Prefeita”.


 Mais Tony Ramos em:
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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

“O Aprendiz, O Retorno”: Edição com eliminados de temporadas anteriores traz candidatos sem o vigor do primeiro desafio do qual participaram e um apresentador visivelmente perdido diante de denúncias


Há uma zona de conforto privilegiando a nova edição de “O Aprendiz”, da Rede Record, pelo fato de a maioria dos participantes ser formada por paulistanos ou moradores da capital paulista. São pessoas informadas que sabem aonde ir e a quem buscar ajuda. Mesmo assim, não estão correspondendo à expectativa do público. A audiência não vai bem. Mas isso não é o mais relevante aqui.

O agravante disso é o fato de serem pessoas resgatadas de edições anteriores, demitidos que conhecem bem a dinâmica do jogo e estão assinando pela segunda vez atestado de incompetência. Afinal, só existe vaga para um vencedor. Os demais, inevitavelmente, serão mais uma vez demitidos. 

A segunda eliminada, Daniela Zanotti, apelou para o argumento de que estava sendo alvo de um complô para ser eliminada por ter feito parte da temporada do reality em que o apresentador era João Dória Jr.. Justus fez cara de ofendido, afirmou que não aceitava conchavos, e, logo em seguida, abafou o caso e ignorou a denúncia, falando com seus consultores como se nada de mais grave tivesse vindo à tona.

Enfim, o programa deixou de ser para se conferir e torcer pela vitória do mais competente e se tornou na escolha do menos pior entre os que já foram eliminados nas temporadas anteriores. Perdeu a graça. Não há mais o vigor do desafio de aprendizes. Estão todos temerosos, subservientes e quase implorando por uma vaga.



terça-feira, 15 de outubro de 2013

“CQC”: Não teve graça ‘Top Five’ que usou criança deficiente como motivo de piada

Marcelo Tas, âncora do “CQC”, da Band, tem tempo de carreira e experiência suficientes para ter um mínimo de discernimento entre o apelativo e o justificável. No programa dessa segunda-feira (14), ele apelou para o injustificável, mais uma vez mostrando que depende de seus âncoras, Marco Luque e Oscar Filho, para realmente comandar o navio. Primeiro veio o deboche em cima do “Programa Silvio Santos”, depois veio, no “Top Five”, a cena copiada do “Altas Horas”, em que uma criança, cadeirante, assustou-se com o vocalista da banda.

Será que ninguém da produção do “CQC” percebeu que se tratava de uma criança com deficiência? Seja física, emocional, moral, não importa. Não merecia ser alvo de tal tipo de brincadeira. Criança nenhuma merece ser alvo de qualquer tipo de brincadeira ou pegadinha. Todas elas, em qualquer condição, merecem ser alvo de respeito. Apenas isso.

Não teve graça. Não merece respeito nem credibilidade. 

domingo, 6 de outubro de 2013

“Programa Silvio Santos”: Atração lançada nos anos 60 vem acompanhando gerações graças ao carisma e à irreverência de um empresário da comunicação que também é imbatível no carisma como comunicador



Hoje me peguei assistindo ao “Programa Silvio Santos”, no SBT, claro. E, além de rir muito, fiquei me perguntando o que seria dos domingos sem essa figura ímpar, escrachada, irônica, muitas vezes totalmente sem noção nas pérolas que solta, mas que está acima do bem e do mal por toda sua bagagem e trajetória na história da televisão brasileira.

Silvio continua repetindo o que faz há décadas, jogando dinheiro em formato de aviãozinho para a platéia, comandando shows de calouros, transformando mocinhas pobres em princesas, promovendo concursos de danças, tratando celebridades e sub-celebridades com a mesma ironia que lhe é peculiar, sem ser ofensiva, e debochando dele mesmo em cena.

No quadro “Show de Calouros” desse domingo (6), não teve como não achar graça da forma como ele anunciou estar lançando algo inédito na TV, que era o fato de dar um DVD com a cópia registrada do mico pago por cada participante. “Você não acha que essa idéia deve ser copiada?”, perguntou ele ao primeiro concorrente. Coincidentemente, o calouro contou que era um ator que já havia feito o papel de um motorista em uma novela da Record. Silvio nem deu importância ao fato.  Isso depois de ter feito brincadeiras citando nomes de profissionais da concorrência, como Datena, da Band, e Marcelo Rezende, da Record.

Não haveria espaço aqui para enumerar o porquê de Silvio Santos ser essa figura carismática que é. Deu vontade de escrever sobre o programa apenas porque, ao ouvi-lo cantar refrões de músicas como “Agora é hora, de alegria, vamos sorrir e cantar, do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar” e ainda do antiga tema de abertura "Que Seja Mais Esse Dias", sem falar no imbatível “Silvio Santos vem aí, lá lá lalá lalá...”, bateu uma sensação de volta à infância. Foi como se estivesse novamente revivendo um daqueles domingos em família, enquanto avós, pais, irmãos, primos e até vizinhos que apareciam para pegar carona na TV, aguardavam a macarronada do almoço assistindo ao “Programa Silvio Santos”.

Veio à tona um saudosismo, despertado por essa atração, lançada nos anos 60, que vem acompanhando várias gerações graças ao carisma e à irreverência de um home que, acima de ser um empresário da comunicação, é imbatível no carisma como comunicador.


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