Há menos de dois meses no ar, “Sangue Bom”, novela
das sete da Rede Globo, ainda não correspondeu à expectativa criada na
excelente estreia em 29 de abril. A história escrita por Maria Adelaide Amaral
e Vincent Villari parece sofrer de uma crise de adolescência típica de “Malhação”.
Enquanto o destaque fica por conta de jovens como Sophie Charlotte, Marco
Pigossi, Humberto Carrão e Isabelle Drummond, resta aos poucos atores já considerados
veteranos diante do elenco principal, como Giulia Gam, Malu Mader, Felipe Camargo,
Bruno Garcia e Edwin Luigi, a função de se encarregarem das cenas de
humor e barracos.
E tanto no núcleo jovem quanto no veterano a trama
parece se arrastar. Perder um, dois, três ou mais capítulos não faz diferença,
pois a sensação é de que nada muda, tudo se repete. Todo capítulo é sempre a
mesma coisa: Amora (Sophie) bancando a menina adotada por uma mãe rica que
rejeita seu passado, Bento (Pigossi) dando uma de príncipe florista, Giane
(Isabelle) forçando a barra numa espécie de menina-lobo e a atriz Fernanda
Vasconcellos, a Malu, repetindo a mesma interpretação que deu a Ana, em “A Vida
da Gente”, novela das seis exibida de 2011 a 2012.
Está já passando da hora de a novela criar situações
próprias e inovadoras que realmente criem ganchos e curiosidade em saber o que
acontecerá no próximo capítulo. Fazer Tina (Ingrid Guimarães) usar um uniforme
de empregada idêntico ao de Nina (Débora Falabella) em “Avenida Brasil”,
cantando o tema de abertura da novela das nove de João Emanuel Carneiro, não
chega a ser uma homenagem. Parece mais uma carona no sucesso da trama exibida
ano passado. Assim como o brinco que envolve a orelha usada por Amora não é uma
“nova” tendência, como anuncia o site da emissora.
Está na hora de o
folhetim receber uma doação de “Sangue Novo” e sair um pouco do lugar comum que
permeia todas as tramas.Mais "Sangue Bom" em:
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/05/sangue-bom-autores-extrapolam-com.html