“Encontro Com Fátima Bernardes”: Terceira mudança de cenário em menos de um ano dão a programa versão matinal tímida do “Altas Horas” de Serginho Groisman

Quando Elba Ramalho abriu o “Encontro Com Fátima Bernardes” nessa sexta-feira (31) e logo em seguida os demais convidados foram sendo chamados e passando por uma boca de entrada situada entre a platéia a sensação que se teve foi a de que o “Altas Horas” tinha ganhado uma versão matinal bem menos espontânea. A nova reformulação pela qual a atração da jornalista passou, dando mais ênfase a musicais e entrevistas com famosos, deixou-a semelhante à que Serginho Groisman comanda nas madrugadas de domingo, guardadas as devidas proporções.

As mudanças começaram a ser verificadas no começo da semana, na segunda-feira (27), com o novo cenário, que deixou de lado as tendências futuristas high tech para investir numa decoração mais popular, beirando o folclórico. O problema é que a mudança foi radical demais e pouco preocupada com o público. Como cativar uma audiência se hoje o programa é uma coisa e amanhã, sem qualquer aviso prévio, é outra totalmente diferente? O telespectador merece ser tratado como parceiro e não como uma cobaia usada em testes.

É a terceira mudança de cenário desde a estréia, em junho de 2012, sempre acompanhada também de um novo trato nos cabelos da apresentadora. Fátima apresentou como sendo sua casa nova: “Eu me sinto como no primeiro dia de aula” disse ela.

Como no “Altas Horas”, a banda convidada agora fica no lado esquerdo do palco com um espaço no centro, a plateia está posicionada à frente, dividida por um túnel por onde entram os demais convidados. Só que, diferentemente de Serginho, Fátima não circula livremente de pé no cenário, ela fica sentada em uma cadeira coberta por um estofamento de bonequinhas de pano. Não parece confortável, também não é de bom tom a anfitriã ter uma poltrona tão diferenciada dos bancos, também desconfortáveis, oferecidos aos convidados.

No mais, o programa continua mostrando uma descontração forçada e os temas mais sérios sendo tratados com uma profundidade superficial. É preciso cuidar mais do conteúdo do que com a aparência. A impressão que se tem é de que o sonho de ser apresentadora de Fátima a fez se esquecer de sua porção jornalista. Diferentemente de Marília Gabriela, que é uma apresentadora brilhante também por não ter perdido sua competência como entrevistadora trazida do jornalismo.

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