quinta-feira, 6 de junho de 2013

Análise: Emissoras desperdiçam faixa com programação que ocupa meia hora anterior ao horário nobre misturando jornalismo sensacionalista com novela mexicana e série enlatada de comédia sem graça


A faixa horária entre 19h e 19h30 na TV aberta tornou-se um filão a ser explorado por quem realmente tiver criatividade para oferecer um produto diferenciado e de qualidade. Quem colocou o controle remoto em prática nessa quinta-feira (6) pode constatar a miscelânea de atrações repetitivas e apelativas nos mais variados gêneros.

Na Globo, o “RJ-TV (jornalístico local que leva o nome conforme a região das filiadas da emissora) e na Band, o “Jornal da Band”, exaltavam notícias policiais como a da adolescente que matou a mãe enforcada, com ajuda do namorado, de olho no seguro de R$ 15 mil, e o enfermeiro que assediou sexualmente pacientes em um hospital, ambas notícias do Rio de Janeiro. Notícias exaustivamente repetidas em todos os telejornais, mas em nenhum trazendo um editorial de contestação contra esses e outros tipos de crimes.

Na Record, Marcelo Rezende, com sua entonação de voz cavernosa, ainda acrescentou no seu “Cidade Alerta” uma matéria com o repórter “exclusivo” acompanhando uma ação policial em São Paulo de bandidos que assaltaram uma agência bancária. Não há qualquer tipo de preocupação nas emissoras em adotar clara e corajosamente um posicionamento de contestação séria, sem apelação e sensacionalismo, e de contribuir por uma cobrança por mais segurança e pelo cumprimento das leis. 

De olho na audiência, apenas divulgar, invariavelmente tom apelativo, em nada ajuda.
Enquanto isso, no mesmo horário, a Rede TV!, em mais uma reprise da novela colombiana “Betty, a Feia”, exibia o capítulo em que Armando declarou que Betty é importante em sua vida após ter tido uma noite de amor com a desengonçada secretária.  E o SBT apresentava mais um episódio da série bobinha “Raven”, que conta a história da adolescente Raven Baxter, personagem da atriz e cantora Raven-Symoné, que tem o dom de prever o futuro.

Está aí meia hora na grade de programação carente de mais cuidado e de uma atenção maior por programas de mais qualidade e criatividade.



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