Eva Todor fez uma rápida aparição como Dália em “Salve Jorge”, novela das 21h da Rede Globo, (alguém se lembra?) na festa de aniversário de Leonor, interpretada por Nicette Bruno, que foi ao ar em outubro, e simplesmente desapareceu de cena. Nem Leonor, nem Isaurinha (Nívea Maria), que também deveria ser íntima e confidente de Dália segundo consta no perfil da personagem, fizeram qualquer citação que explicasse o sumiço da amiga. Já no capítulo que foi ao ar nessa quinta-feira (21), quando Théo (Rodrigo Lombardi) disse que seu padrinho Silveirinha iria cuidar do processo que Lívia Marini (Claudia Raia) está movendo contra ele, foi preciso ativar a memória para identificar quem é esse advogado. Trata-se de Ismael Silveira, personagem de Jonas Mello que, a princípio, seria amigo e confidente de Théo (Rodrigo Lombardi), casado com Cacilda (Rosi Campos) e amigo de longa data de Áurea (Suzana Faini). O personagem fez uma aparição relâmpago no jantar de aniversário de Théo, que foi ao ar em dezembro, e também não foi mais visto.
A sensação que se tem é de que alguns personagens de
“Salve Jorge” volta e meia são “traficados” da trama e se escondem em algum
lugar que não deve ser a Turquia. Como Eva Todor e Jonas Mello, outros atores
de renome do elenco também não estão tendo seus talentos valorizados na novela
de Glória Perez. Stênio Garcia, no papel de Arturo, empresário falido, parece
uma alma penada que raramente surge para fazer contraponto a Isaurinha, sua
mulher, vivida por Nívea Maria, outra atriz cuja trajetória deveria lhe
conferir uma personagem com mais conteúdo. Vera Fischer, como Irina, chega a
esse ponto de sua carreira confinada atrás de uma cortina de contas coloridas
de acrílico numa boate fuleira da Turquia. A atriz que nunca perdeu o título de
“deusa” na TV, independentemente do que faz em sua vida pessoal, está com uma
aparência de quem vive uma prima-irmã de Rogéria, atriz e transformista que
está brilhando em uma participação na novela das seis, “Lado a Lado”.
Com mais de 80 personagens no elenco principal, fora
o de apoio e as participações, é até compreensível que alguns não estejam
sempre em cena na novela das nove. Estranho é ver atores considerados do
primeiro escalão sendo aproveitados esporadicamente como elenco de apoio, como
é o caso de Jandira Martini (Vó Farid). E há aqueles que, mesmo pertencentes ao
elenco periférico, ficam tanto tempo sem aparecer que somente quando surgem
lembramos que fazem parte da trama, como André Gonçalves (Miro), Cissa
Guimarães (Maitê), Elizângela (Esma) e Narjara Turetta (Buquê), entre muitos outros.
Glória Perez, no entanto, tem valorizado o trabalho
das jovens Paloma Bernardi (Rosângela), Larissa Dias (Waleska), Dani Moreno
(Aisha) e Yanna Lavigne (Tamar), que têm sempre garantida uma presença assídua
nos capítulos, mesmo que em cenas menores. Ponto para as atrizes, que estão
desempenhando bem seus papéis, embora suas personagens se encontrem geralmente
em situações muito semelhantes e com textos repetitivos.
A justificativa da maioria dos autores de novelas
que escalam um elevado número de atores é de que existe um tempo para cada
núcleo ter o seu momento de destaque. A desculpa é convincente. Mas o que
acontece invariavelmente nesses casos de excesso de personagens é que, quando
chega o último capítulo da novela, a maioria deles fica sem ter um desfecho
próprio. Todos acabam virando figuração para o final feliz, ou infeliz, dos
protagonistas.
http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2013/02/salve-jorge-novela-exagera-na-repeticao.html