A atual temporada de “Malhação”, folhetim da Rede Globo que já foi chamado de soap-opera e de “novelinha teen”, hoje traz um roteiro com conteúdos de “novela de gente grande”, mas, há cinco meses no ar, mostra certa confusão no desenvolvimento das tramas e ainda tira de cena um de seus protagonistas. A saída de Dinho (Guilherme Prates), que formava uma espécie de triângulo amoroso-amigável com Lia (Alice Wegman) e Ju (Agatha Moreira), no meio da história foi um claro sinal disso. O espaço deixado por Dinho no Colégio Quadrante foi ocupado por Vítor, interpretado pelo ator Guilherme Leicam, que já fez participações em “Tempos Modernos” e “Fina Estampa” e tem um visual que poderá atrair a audiência dos adolescentes seguidores da saga “Crepúsculo”, já que tem, ou tenta fazer, ares e olhares do ator Robert Pattinson ao interpretar Edward Cullen, o vampiro do filme norte-americano, com quem tem até certa semelhança.
Não dá para dizer que Dinho não deu certo. Apenas estava na posição errada na história. Desde a estreia já percebia-se que aquele não era um personagem para formar o principal triângulo amoroso de uma história com final romântico feliz. Ele era o jovem com espírito aventureiro que sonhava ganhar o mundo, disputado por duas grandes amigas: uma patricinha-web por opção, a outra, aspirante a roqueira rebelde por traumas familiares. Ambas, no fundo, aspirando a um futuro normalzinho que não ultrapasse muito os lilites doo universo em que já vivem. O que um viajante- errante pronto a viver experiências nunca antes imaginadas fazia no meio dessas duas? Era o mote para muitas vertentes não exploradas.
Se Dinho não se encaixou no contexto, a culpa não
foi apenas do personagem ou do ator. As autoras da novela, Glória Barreto e Rosane Svartmann, também devem dividir a
responsabilidade pelo fato de o personagem não ter o perfil de um protagonista
comum que vai do início ao fim disputando o posto de mocinho da história. Ao menos ele teve uma saída um pouco
mais coerente com sua trajetória, ao botar sua mochila nas costas e partir como funcionário-voluntário de um navio de turismo para a África, acompanhado de outra mochileira, a argentina Valentina (Elisa Brites).
Dinho é um personagem rico, que poderia plainar pelo entorno do grupo de estudantes com histórias de
experiências de vida adquiridas ao longo de suas viagens. Quem sabe venha a acontecer no futuro? Mas isso deveria ter
sido previsto já na sinopse. Começar a temporada apresentando o personagem como
o “príncipe” da trama foi um risco. Agora investem em um novo galã que traz
consigo a bagagem de um tema que interessa à juventude e pais de jovens, que é
a questão das drogas. O moço é bonzinho, tanto que sofre calado o estigma de traficante para proteger um amigo. Será que não acabará ficando inocente demais?
E esse "recomeço", que ganhou até uma regravação da abertura acrescentando Vítor nas imagens, está pecando novamente ao levar
Fatinha, interpretada por Juliana Paiva, de volta à fase “Facinha”. A
personagem, que estava conquistando o público por passar do comportamento
vulgar para o apaixonado e sofrido, voltou a agir com uma vulgaridade ainda mais acentuada que só
depõe contra ela.
A sensação no momento é de que as autoras estão passando por um conflito adolescente de criação, sem saber quem deve ficar com quem, quem é legal, quem é ilegal. E esse vai e vem está desgastando a história, os personagens e o telespectador. Uma pena, pois essa temporada prometia ser candidata a ser incluída como uma das melhores de “Malhação”.
A sensação no momento é de que as autoras estão passando por um conflito adolescente de criação, sem saber quem deve ficar com quem, quem é legal, quem é ilegal. E esse vai e vem está desgastando a história, os personagens e o telespectador. Uma pena, pois essa temporada prometia ser candidata a ser incluída como uma das melhores de “Malhação”.
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http://tvindependentebyelenacorrea.blogspot.com.br/2012/10/malhacao-com-um-roteiro-que-concilia.html
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