sexta-feira, 16 de março de 2012

“Pan Am”: Série do Sony traz o glamour da aviação nos anos 60, belas aeromoças, pilotos elegantes e clima de espionagem

Seria lugar comum colocar como destaque o fato de “Pan Am”, série que estreou nessa quinta-feira (15), no canal Sony, ter como uma de suas principais características o perfil retrô. Afinal, é algo totalmente normal em um programa ambientado nos anos 60 e que mostra a história de aeromoças e pilotos durante o início da trajetória da mais famosa companhia aérea americana na época da Guerra Fria. Mas não há como negar que é uma delícia ver o charme daquelas aeromoças, que hoje só admitem serem chamadas de comissárias de bordo, desfilando com figurinos, cabelos e maquiagens impecáveis. E um serviço de bordo que deixa qualquer um nostálgico e com saudades dos tempos em que voar não era apenas preciso, era prazeroso. Mas a série vai bem além disso.

Um rosto conhecido que chama a atenção é o da atriz Christina Ricci, a menina precoce do filme "A família Addams" e protagonista em “Gasparzinho, o Fantasminha Camarada” que agora vive a chefe de cabine Maggie. No time das aeromoças também estão Margot Robbie (Laura), Karine Vanasse (Colette) e Kelli Garner (Kate). São mulheres ousadas para sua época, que fugiram do tradicional papel de esposa dona de casa tão marcante naquela época e optaram por levar uma vida de viagens, romances e aventuras.

O charme fica por conta do uniforme das aeromoças: corsets, saias justíssimas, camisas, jaquetas, chapéus e luvas, além dos saltos altíssimos. Mas, além do glamour há o aspecto político e de suspense da história. E a principal peça é Kate Cameron, uma trilíngue e experiente aeromoça que atua como uma agente secreta contratada pela CIA. É ela também que se irrita com sua irmã mais nova, Laura, uma aeromoça novata que aparece na capa da revista “Lifeno” usando seu uniforme da Pan Am. Kate, que precisa manter discrição por sua função paralela, não gosta de ver a caçula se transformar numa celebridade.

O embate entre o tradicional e o revolucionário é mostrado de forma contida, bem próprio daquela época. Como na cena em que um menino dá um desenho a uma aeromoça, que agradece. E a mãe do garoto diz a ela de forma altiva: “Coloque na sua geladeira para lembrar-se de não dormir com o marido de outra mulher”, mostrando saber que a aeromoça tinha um caso com o marido dela.

Merece destaque ainda uma recriação em tamanho real de um jato 707 da Pan Am feito especialmente para a série. A mistura de alta tecnologia com nostalgia é perfeita. Outra curiosidade é o fato de uma das produtoras executivas, escritoras e desenvolvedoras da série ser uma ex-aeromoça da Pan Am, Nancy Hult Ganis, que fez parte da empresa de 1968 a 1976.

Pan Am é uma sigla que traduz Pan American World Airways, uma companhia americana que operou de 1921 até 1991, quando declarou falência. O idealizador da série foi o escritor Jack Orman, para uma temporada de 14 episódios nos Estados Unidos. A estreia foi no ABC em 25 de setembro do ano passado e a final da primeira temporada foi ao ar em 19 de fevereiro deste ano. O segundo ano da atração ainda não está definido. Felizmente, o canal Sony desistiu da ideia de exibir a série dublada e optou pelas legendas.