sexta-feira, 9 de março de 2012

“As Brasileiras”: Ivete Sangalo não faz feio como atriz, mas esquece de interpretar outra personagem que não seja ela mesma no episódio “A Desastrada de Salvador”

Ivete Sangalo realmente é uma artista multimídia com garra para encarar qualquer tipo de desafio que lhe coloquem nas mãos. Foi o que ela mostrou no episódio “A Desastrada de Salvador”, da série “As Brasileiras”, exibido nessa quinta-feira (8) na Globo. Como diz o título, é claro que ela interpreta uma mulher desorganizada. Rachel, a tal personagem, é uma tradutora de manual de autoajuda atrapalhada, mas extremamente espontânea. O perfil não parece ser muito diferente ao do que a cantora sempre mostra em suas aparições públicas. O que deve ter facilitado bastante. Ela foi praticamente ela própria.

No episódio, escrito por Sylvio Gonçalves e com direção de Cris D´Amato, ao pegar emprestada com sua cunhada Úrsula, interpretada por Emanuelle Araújo, uma bolsa que ela pensa ser de grife, Rachel se vê diante de mais um problema: o acessório, falsificado, é destruído por seu cachorro. E ao tentar recuperar a peça, ela acaba comprando uma original.

É claro que estar em seu próprio território, Salvador, a capital soteropolitana, onde mora, e interpretando um texto naturalista, facilitou para a baiana bancar a atriz. Diferente de uma sulista, do ramo ou não, fazer uma nordestina. E vice-versa. Mesmo assim, talvez outra cantora não tivesse se saído tão bem no papel de atriz como Ivete conseguiu se sair.

Difícil mesmo é aguentar as entonações forçadas de Daniel Filho tentando parecer engraçado em uma narração cujo texto não tem nada de original. Tem frase mais velha e batida do que essa: “Dizem que baiano não nasce, estreia”?