quarta-feira, 28 de março de 2012

“Big Brother Brasil 12”: Num reality show no qual quem decide é o público, os telespectadores continuam sendo ignorados


Não é preciso nem esperar a final para se chegar à conclusão de que o ponto alto desse “Big Brother Brasil 12” foi a total falta de respeito não só com os participantes como também com a opinião pública. E não falo que o único responsável seja Boninho, diretor geral do programa, pois acima dele há pessoas mais importantes que também devem estar de olho no que acontece em sua empresa. Se Boninho faz e acontece, alguém está dando poder a ele para tal. E assinando embaixo de suas decisões.

A primeira grande derrapada do “BBB 12” foi o caso Daniel. Acusado de um provável estupro contra Monique, ele foi expulso da casa na primeira semana do programa antes que houvesse qualquer comprovação. Excluso durante mais de dois meses, o modelo só voltou a se expor depois que Monique saiu da casa, eximiu Daniel de qualquer acusação e o inquérito foi arquivado. A opinião pública questionou: “Por que apenas ele foi afastado? Por que não retiraram Monique também?”. A pergunta foi ignorada até mesmo depois que a inocência de Daniel foi comprovada.

Num reality show no qual a principal propaganda é dizer que quem decide é o público, os telespectadores continuam sendo ignorados. Mais uma vez voltou a acontecer na última prova do líder, em que o favorecimento a Fabiana foi visto, provado e comprovado na internet. Coincidentemente, alguns dias após Boninho ter tecido elogios à participante, ela ganha liderança e vai para a final em uma prova que consistia em um jogo de perguntas, em que era preciso bater na campainha para acender primeiro a luz para responder à pergunta.

A primeira falcatrua foi quando Fabiana bateu na mesa, e não na campainha, e a campainha acendeu, enquanto Jonas e Fael, que bateram na campainha, não tiveram suas luzes acesas. Se fosse válido bater apenas na mesa, deveriam ter avisado a todos. Sem falar que os lugares que eles ocuparam foram estipulados pela produção, "por ordem alfabética", como orientou Bial. Ou seja, seria mais fácil controlar a luz de cada bancada. Fora ela ter sido privilegiada com um tempo acima do estipulado para responder uma questão, etc e tal.

Agora não adianta mais reclamar. A decisão ficou entre o escroto e o esfarrapado. Quem vai ganhar? Aquele que se diz veterinário e é contra a castração de gatos e ganha dinheiro à custa dos maus tratos dos bichos em rodeios, ou a garota-propaganda que mais parecia uma garota de programa e tentou desestabilizar a todos com suas cantorias e rebolados inconvenientes? Sinceramente, para mim pouco importa quem vai ganhar. Um programa que se autodenomina reality show e ignora a opinião do público que lhe dá audiência na vida real não merece a menor atenção.