segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

“Quem Convence Ganha Mais”: Suzy Camacho é o 'Ratinho de saias' num programa copiado da TV venezuelana


A expressão de desânimo da platéia não condiz com o som de aplausos efusivos em playback e nem com a euforia exagerada da apresentadora Susy Camacho entrando no palco para apresentar mais um “Quem Convence Ganha Mais”, nas noites de sexta-feira, no SBT. Não há como não fazer, imediatamente, uma associação ao mesmo clima do “Programa do Ratinho”. Susy Camacho também faz a linha “popularesca” de Carlos Massa. A psicóloga é praticamente a nova Ratinha.

O tema do programa na sexta-feira (9) era “Nem tudo que eu tenho é de anão”. A questão central tratava de atores pornôs, sendo um dos convidados Zezinho, um ator pornô anão. Há um prêmio de 2 mil e de 1 mil reais para quem der a justificativa para defender melhor sua causa: fazer filme pornô é certo ou errado? Suzy Camacho se esforça para evoluir como apresentadora sensacionalista. Como se fosse preciso ter psicologia para isso. Acaba correndo pelo cenário como barata tonta, esquecendo-se até de dar atenção a todos os convidados, fazendo gracinha com os “conselheiros”, o jornalista Felipp Campos, aquele que faz a linha o repórter que queria ser artista, e a atriz e comediante Vida Vlatt, aquela que fazia a empregada de voz irritante do Clodovil na Rede TV!, e Elias Matogrosso, um apresentador que ninguém sabe de onde saiu.

Depois de meia hora no ar, só então Suzy se lembra de apresentar a ex-atriz pornô e ex-Ronaldinha Viviane Burnieri, que estava desde o início no palco sem ter tido sequer seu nome citado. Sentada ao lado do irmão do anão, que abriu a boca para dizer duas ou três frases. Muitos quilos a mais, Viviane, ou Vivi, em nada mais lembra a jovem sexy que posou para a Playboy em 1998 e ex-integrante do grupo As Ronaldinhas, grupo surgido após ela ter namorado o jogador Ronaldo Fenômeno em 1996, ao lado de outra ex do jogador, Nádia França. Em 2008, atuou em “Minha 1ª Vez”, contracenando com um sósia de Ronaldo. O jogador impediu que o filme fosse lançado e ela então o acusou na época de ser o culpado pela depressão que a fez engordar 15 quilos. “Posei nua, fiz filme pornô e me prostitui. Mas hoje sou outra”, disse Vivi, que agora se apresenta como missionária evangélica.

Mas Suzy dá mais atenção mesmo ao ator pornô anão, que dança e simula um strip teaser em cima da bancada dos “conselheiros” e é praticamente assediado, em tom de brincadeira, pelo jornalista Felipp Campos. É a mesma bizarrice do Ratinho. A platéia também se manifesta: “Ela não tem vergonha na cara de fazer filme pornô?”, pergunta uma jovem à atriz pornô Mônica Mattos, outra convidada. Dando início a um bate-boca entre as duas com direito a palavrões ocultos pelo famoso “piiii” que esse tipo de atração tanto gosta.  
                                                                                 
É lastimável que, tendo a TV brasileira o reconhecimento que tem no mundo pela qualidade de seus produtos e profissionais, ainda haja atrações como essa, que foi copiada da televisão venezuelana. Um canal como o SBT, com a estrutura e condições financeiras que tem, poderia investir mais nas ideias de ótimos criadores que temos aqui e se preocupasse em também produzir programas com um mínimo de qualidade.

Até mesmo para oferecer entretenimento é preciso se ter um mínimo de comprometimento.

Os "conselheiros" do programa