O que seria apenas um piloto do programa que Roberto Justus terá na Record a partir de fevereiro, “Roberto Justus +” acabou sendo exibido como um especial de fim de ano da emissora nesse sábado (17), logo após o “Legendários”. Mesmo tendo ficado em terceiro lugar em audiência no horário, não há como negar que o formato é interessante. Traz novidades tecnológicas para os ligados ao mundo high tech, dicas para quem está apenas querendo entrar no mercado de trabalho e entrevistas interessantes com quem está no ranking dos melhores em suas funções.
O programa começa com o quadro “O Que Vem Amanhã”, no qual Walter Longo conta sobre
suas viagens no mundo das novas tecnologias. Justus duvida. Mas ele prova que
já há, sim, um robô que consegue reagir a estímulos como se tivesse reflexos
humanos, o Big Dog, ou burrico mecânico. E impressoras que reproduzem não só
objetos em 3D como também traquéias e vasos sanguineos. “No futuro vamos
produzir uma bolsa da Louis Vuitton, desde que se tenha licença da grife”,
garante Longo.
Logo em
seguida entra Nizan Guanaes, o entrevistado da noite, que tem como tema
Criatividade, e está no centro da lista dos cem mais criativos do mundo segundo
pesquisa da revista americana “Fast Company”. Saia justa total. “Um dos mais
difíceis concorrentes que tenho no mundo da publicidade”, apresenta Justus. E
ao tentar criar polêmica relembrando uma ocasião em que o convidado se
posicionou como crítico político, o dono do programa parece incomodado ao não
atingir seu feito. “Hoje acho melhor dar uma boa ideia do que tecer críticas”,
respondeu Nizan. Imediatamente, Justus fez um discurso sobre o papel de seu
programa de informar e fazer críticas. Um morde e assopra ao qual Nizan fica
apenas observando, sério e calado, como esteve a maior parte do tempo. Afinal,
Justus fala tanto que seu entrevistado parece mais um espectador da oratória
descontrolada do anfitrião.
Para
quebrar o clima de seriedade, vem o quadro “Entrevista de Emprego”, no qual
Justus recebe candidatos ao posto de estagiário de produção em seu programa na
Record. Dos 12 candidatos, a maioria mostrada são os hilários. O que não levou
o currículo, a que sonha trabalhar com Almodóvar, o “extrovertímido” e os que
não sabem o nome do vice-presidente da república ou desconhecem em que parte do
planeta fica a Líbia.
De volta
ao estúdio, Justus e Nizan recebem no palco o cacique Almir Suruí, cacique
líder do povo Paeté Suruí, no estado de Rondônia, que luta pela preservação de
sua etnia usando como armas a internet, o GPS e o Google Earth. As imagens
mostram índios filmando, fotografando e baixando tudo na internet em laptops
com uma desenvoltura que não se vê em muitos urbanos de baixa renda.
O cacique
é conhecido internacionalmente, onde faz até palestras, e buscou ajuda lá fora
já que não a tem aqui dentro. De cocar e blazer, o cacique recomenda: “Parte do
território Suruí está em 3D, podem visitar no Google Earth”. No Facebook,
Justus conta que ele tem mais de três mil amigos, inclusive o indígena Evo
Morales, presidente da Bolívia. Isso me preocupou...
Faltou,
principalmente, o programa explicar, ou alguém perguntar, como ele teve contato
com o Google? Como fez essa parceria? Foi tão fácil assim? Afinal, a
internet não caiu lá no meio da floresta amazônica de pára-quedas, nem foi emitido
sinal de fumaça para que ele se conectasse aos arquivos na nuvens, certo?
Essa
parte do programa ficou muito estranha +