domingo, 16 de julho de 2017

“Popstar”: Jurados se destacam com suas avaliações mais rígidas, mas depois se contradizem ao dar dez estrelas para Cortez


A segunda edição do “Popstar” que foi ao ar nesse domingo (16), na Rede Globo, trouxe como diferencial em relação à estreia um corpo de jurados com mais personalidade em suas avaliações. Isso não quer dizer que foram melhores ou piores que os da semana passada, mas que ao menos a maioria soube se posicionar de forma mais incisiva. Como foi o caso de Pitty e Sidney Magal, que discordaram abertamente sobre a fronteira entre cantar atuando e cantar se expressando. A discussão veio à tona logo na abertura do programa após Eduardo Sterblitch se apresentar cantando “Eva”. Segundo Pitty, o número foi muito teatral: “Fiquei na dúvida se estava vendo um ator ou um cantor”, afirmou a roqueira. E, cá entre nós, vamos combinar que como ator o eterno ex-Pânico na TV não é bom nem como humorista. Já Magal interferiu: “Estou cansado de ver alguns artistas que por terem umas vozes bonitas ficam andando pra lá e pra cá no palco sem absolutamente se expressar”. Só faltou dar nomes a esses “artistas”. Fernanda Lima tentou amenizar dizendo que se todos só elogiarem a brincadeira perde a graça. Mas a própria apresentadora ficava pressionando os jurados: “Sabe que é um perigo não dar a estrela porque o público ama ele/ela”, repetia ela cada vez que um convidado não apertava o botão para alguém. Afinal, é para avaliar o candidato ou para agradar os fãs clubes dos artistas?

Paula Toller foi considerada a mais exigente e a que menos apertou o botão. Não que isso fizesse dela a mais competente, já que justificou ter “se esquecido” de dar estrela para Fabiana Karla porque “ficou prestando atenção” na música. Será que foi por distração também que ela foi a única a não aprovar a apresentação de Murilo Rosa? As críticas da ex-Kid Abelha para o ator foram exageradas, até por ele ser um dos poucos candidatos que realmente se encaixam no que deveria ser a competição: mostrar artistas leigos em música cantando. Até Tony Belotto estranhou ver tantos profissionais competindo com amadores. “Fico em dúvida quem é o especialista aqui”, disse ele, elogiando a interpretação de Claudio Lins para “Corsário”. O roqueiro também não deixou passar em branco o fato de Thiago Fragoso se apresentar acompanhado de seu irmão na guitarra o que, segundo Tony e com razão, fortalece a performance. Não é justo com os demais, já que os dois têm banda própria e a competição é individual.

Os outros que conhecidamente também trazem alguma bagagem musical, como Sabrina Parlatore, André Frateschi e Mariana Rios mais uma vez se destacaram. Mariana já é tida como a queridinha do programa, mas Sandra de Sá não deixou de provocar a atriz ao perguntar se ela ainda vai cantar em português. Alguém ainda precisa cobrar do repórter esportivo Alex Escobar outro ritmo que não seja o samba, afinal, ele está muito em sua zona de conforto. A atriz Marcella Rica conseguiu melhorar muito em relação à estreia e Érico Brás mais uma vez se soltou no palco. O caso mais inexplicável, no entanto, foi ver os dez jurados apertando o botão para Rafael Cortez cantando “Vesti Azul”, e depois todos eles fazerem críticas à apresentação. O repórter do “Vídeo Show” exagerou nas caras e bocas, piscada de olho e trejeitos tão desnecessários que ele parecia estar satirizando a música de Wilson Simonal. E ainda apelou ao tirar do bolso a carteira da Ordem dos Músicos do Brasil de Simonal, que ganhou da irmã dele, dizendo que iria usar sempre como amuleto. Será então que foi apenas por sorte que ele ganhou as dez estrelas dos jurados? Não convenceu.


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