domingo, 23 de julho de 2017

“Popstar”: Jurados reforçam injustiça ao privilegiar profissionais em competição que deveria ter apenas cantores amadores


Para quem esperava que o “Popstar” desse domingo (23) surpreende-se por ser a primeira edição em que os participantes se apresentariam ao vivo, o que realmente chamou a atenção foi a forma tendenciosa, parcial e pouco profissional dos jurados. A avaliação da maioria tem sido feita claramente em função do grau de amizade que cada um tem com quem está no palco. Apesar de que é contraditório cobrar coerência dos técnicos e especialistas já que a falha maior está nos realizadores do programa, que anunciaram uma competição entre artistas que nunca cantaram profissionalmente e a maioria dos competidores têm formação e experiência musical. Mas a partir do momento que foram chamados para julgar amadores, os jurados deveriam saber fazer a diferença entre uns e outros.

O julgamento mais deselegante e impróprio da tarde foi de João Marcelo Bôscoli ao justificar não ter batido o botão para Murilo Rosa, que tinha cantado “Eu Me Rendo”, de Fábio Jr.: “Eu não teria feito essa escolha. O Fábio é um grande ator e só ele nos convence disso e é um grande cantor. Então ficou difícil”, afirmou o produtor musical. Difícil foi saber se ele estava elogiando o Fábio Jr. como ator ou criticando o Murilo como cantor. Mais difícil ainda foi entender o porquê desse tipo de comparação. Aí quando alguém grita na plateia “Ele é maravilhoso!”, elogiando o candidato, Bôscoli rebate mais uma vez de forma pouco educada: “Você não votou naquela hora e quer falar na minha hora?”. Toni Garrido, que tem se mostrado o mais coerente de todos os jurados, fez questão de destacar que sua visão é diferente da de Bôscoli e interceder a favor de Murilo Rosa: “É um dos que mais está se esforçando em cantar por não ser um cantor”, afirmou o vocalista do Cidade Negra.

Já a jurada sem noção da vez foi Luiza Possi, que primeiro fez um discurso de que tinha se surpreendido vendo Sabrina Parlatore cantando e depois não se conteve e correu para abraçar a “amiga de muitos anos”. Ora, se ela conhece a ex-Vj há tanto tempo deveria saber que a outra faz show e tem até Cd gravado. Mas seu melhor momento foi quando Fernanda Lima cobrou o fato dela não ter apertado o botão para Cláudio Lins, lembrando que os dois são filhos de cantores. “Eu não votei não, eu só não votei sim. É uma coisa bem diferente”, reagiu Luiza. E Preta Gil reforçou: “Esse papo de ser filho ou não é chato”, disse a filha de Gilberto Gil.

Alfinetadas entre jurados à parte e independentemente da audiência que possa vir na rebarba dessas polêmicas, o que realmente deveria ser reavaliado para as próximas edições é a responsabilidade que cada técnico ou especialista deve ter em seus julgamentos. Foi feio ver os jurados de pé, sambando com Alex Escobar enquanto ele cantava “Deixa a Vida Me Levar”, como se ele estivesse lá para animar a festa e não para competir. A melhor justificativa foi de Tiago Leifert para não ter apertado o botão: “Eu não achei que ele cravou o refrão, que é a hora de empolgar. Todo mundo levantou (para dançar), mas eu fiquei sentado, vamos ver se ele vai cravar o refrão, e eu não achei que ele cravou o refrão. Para ser honesto com os outros também. Em nome da minha amizade e do respeito que eu tenho pelo Alex...”. Fernanda Lima quis fazer gracinha dizendo que o jurado tinha “jogado para a galera”, mas o próprio Alex Escobar encerrou o assunto dando total razão a Tiago: “E em nome da justiça com todos os participantes desse programa, eu acho que todos devem pensar como você”.

Vamos ver se nas próximas edições ao menos os jurados serão mais honestos em suas avaliações, já que é tarde para ser corrigida a injustiça cometida pelo programa ao colocar amadores competindo com artistas com bagagem musical comprovada.


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